Diversão

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                                 6.
                            Diversão


A cirurgia demorou mais do quê esperado, a paciente teve duas paradas cardíacas e uma hemorragia, foi preciso fazer reposição sanguínea e após fechar o abdômen a colocamos em coma induzido para evitar dores desnecessárias ao acordar.

Estou morta de cansaço e precisando de um banho, minhas pernas doem e preciso comer algo ou pelo menos achei que precisava, mas minha vida é uma loucura e totalmente desregulada. Fui chamada para fazer uma sessão de duas novas cirurgias, uma para auxiliar e a segunda para um transplante, já que o hospital estava lotado e não haviam médicos o suficiente. Quando finalizei a última e sai da sala, fui comer algo e em seguida me mandei para casa, eu certamente dormiria por uns dois dias, já que estou de folga por 7 dias graças aos meus plantões e horas extras feitos em apenas 2 meses, sim fazem dois meses que trabalho aqui.


Domingo – 9:30AM


Há dois dias que não saio da minha cama a não ser para comer e tomar banho. – estou vivendo para dormir.– Contudo hoje estou afim de sair um pouco e fazer uma pequena viajem de moto, já que fazem meses que não subo em uma. Decidida e com planos prontos, dou água para meus lírios que por sorte podem passar até 10 dias sem água e arrumo uma mochila com o necessário de coisas para 3 dias. – Ligo para a concessionária que comprei meu carro.

— Buongiorno!... – começou a típica baboseira infinita, que claramente não é de meu interesse.
— Oi, então, eu comprei um carro nessa concessionária a mais ou menos dois meses e queria saber se vocês tem a linha de motos BMW 1000RR.
— É... então Signora, está é uma linha exclusiva e extremamente rara...
— Vocês tem ou não? – digo já me cansando dessa enrolação.
— Há sim, temos claro...mas não seria mais apropriado para a senho...
— Então querida, eu quero falar com o gerente. Ou você me dá a resposta que eu quero ou passe a ligação para alguém mais competente, pois eu não estou pedindo opiniões desnecessárias, sei perfeitamente o que quero, entendeu ou devo soletrar? – Digo cortando sua fala anterior, poxa, agora pronto vão querer dar pitaco em minhas escolhas? Pelo amor, né.
— Ou...sim...é...claro... só...um momento. – diz com a voz trêmula.
— Olá, senhora? – Uma voz forte fala do outro lado da linha.
— Então meu querido, eu quero comprar uma BMW 1000RR, vocês tem essa linha? Basta responder sim ou não. – Será que estou apenas perdendo meu tempo hoje, ó senhor dai-me paciência.
— Temos sim claro! Nas cores preta, branca, chumbo e azul.
— Perfeito, vou ficar com a preta. Em 30min passo aí, okay? – Enfim, alguém com competência. – Não espero a resposta e já desligo a chamada. Pego minhas coisas e entro no Uber que já havia chamado antes de fazer a ligação.

Meio que estou arrependida de ter comprado em uma concessionária que fica do lado do aeroporto. – Pelo amor de deus que trânsito é esse. – Chego ao local e adentro na área das motos, uma mais linda que a outra, mas ainda assim prefiro minha BMW. Vou observando todas as motos quando...

— Gostou de alguma? – levo um baita susto com é pessoa e por instinto dou uma chave de braço prensando-a contra a parede.
— Aí, aí, aí... Signora está me machucando.
— О Боже (Oh deus) sinto muito foi por instituto. –  digo por fim soltando-o.
— Sem problemas... a senhorita tem um aperto forte.
— Ah, sim...bem...eu vim buscar a moto que comprei.
— Qual o modelo? – pergunta com a mão no ombro em que eu tinha dado a chave de braço.
— BMW 1000RR.
— Okay, siga-me.

Meus olhos nem acreditam no que vejo, lindos para-choques, lataria de primeiro mundo... Chega me emociono.
Pego minha BB e saio em alta velocidade pelo asfalto montanhoso, sinto o vento batendo no rosto e é incrível a sensação de liberdade que não sinto a um bom tempo.
Chego a praia no fim da tarde, faço meu check-in e subo para o quarto. Tomo um banho relaxante de banheira com alguns sais de banho e quando saio sinto uma leveza no corpo, com se estivesse flutuando. Decido pedir algo para comer e em seguida vou dormir.

“ gemo forte, sinto uma pressão esplendida e meu interior se comprimindo. Meus braços estão presos com algemas, estou em pé com braços e pernas abertos, um oposto ao outro em uma boa distância. Sinto novamente aquela pressão no meio da pernas da qual me faz gemer arduamente, olho para baixo e me deparo com um mascarado me chupando avidamente, mais uma vez minhas pernas tremem, meu orgasmo está por vir, mas o mascarado para e tira a máscara e então mina surpresa, não era um homem, mas sim uma mulher e que mulher. Ela sorri e continua seu trabalho dessa vez intercalando entre seus dedos ágeis rodopiando em meu clitóris e seus lábios carnudos que...”

Acordo ofegante e toda molhada e não, não é de suor. –Abro minha mala e pego meu console momentâneo enquanto não encontro um de carne e osso. Ligo meu BB começando na velocidade média e aos poucos encaminhando-me para o máximo, já estava chegando no meu limite, uma ardência gostosa vindo do meu clitóris, meu interior se comprimindo até que... Ahhhhhh... Relaxo meu corpo na cama e apago novamente.
Na manhã seguinte decido ir tomar um sol após o café da manhã, hoje à noite irei para um luau daqui da pousada. – Pego minhas coisas e sigo em direção a praia, quando chego, paro e leio o que está escrito na placa.

“ Bem vindos a praia da liberdade! Por favor, retire suas roupas de banho e seja livre. ( Proibido a entrada de smartphones ou qualquer objeto usado para tirar fotos)  ”

Chocada estou, mas já que estou aqui e se estamos na água é para se molhar não é mesmo? – Tiro minhas peças de roupa e sinceramente estou sentindo um vento gostoso bater na minha pele, agora sim vou pegar um bronze total. Vou andando e admito que sinto uma leve vergonha, mas logo passa quando vejo as primeiras pessoas, todos pelados, algumas mulheres tomando sol e outros jogando vôlei. – Estou olhando quando a bola vem em minha direção, agarro-a com uma mão e todos ali presentes me observam de cima abaixo.

— Aí, joga de volta! – diz gritando a distância.
— Claro! – Pego a bola e a jogo no ar de seguida dando uma sacada e mandando-a de volta para o cara, contudo ele foi muito lento e acabou tomando uma bolada bem na face.
— Ah merda. – geme de dor e eu corro até o mesmo para ver se estava tudo bem.
— Caramba desculpe-me, você tá bem? – Falo me aproximando e vejo um corte na sobrancelha do cara, do qual já está começando a sangrar.
— Ahhhhhh, Jason sua face tá sangrando! – gritam duas loiras encorpadas cobrindo a boca.
— Cara, isso vai deixar uma cicatriz! – fala outro homem ao lado do tal Jason.
—  Mais uma vez eu sinto muitíssimo, mas se você sentar-se ali. – aponto para o local.– Eu posso passar um antisséptico e suturar para você, prometo que não vai ficar cicatriz alguma. – digo levantando do dedo médio ao mindinho, em sinal de promessa.
— Tá! – Diz simplesmente.

Vou até um quiosque com o grupo logo atrás e peço para que se sentem. – chamo o garçom, que...caramba... também está pelado....e...meu de.. – espera, acho melhor não colocar nome de Deus nessa empreitada, é... melhor não, mas mama mia que pedaço de mal caminho e que extensão, bem que queria dentro de mim. — Licença, você poderia me trazer água morna?
— Hãm, claro só um momento.
Ele retorna com a água entregando-me, em seguida abro minha bolsa e pego um kit de primeiros socorros um pouco mais completo. – É...eu ando com um kit profissional na bolsa, nunca se sabe o que pode acontecer... né? – Me aproximo do cara com as gases que molhei na água e passo encima do ferimento.

— Aí, aí, aí... Tá queimando. – diz entre dentes.
— Foi mal, mas vai doer um pouco, contudo vou dar meu máximo para ser o mais rápido possível.
Pego o soro fisiológico e passo, depois começo a suturar o mais rápido que posso e ao mesmo tempo com o maior grau de perfeição. – Todos ficam me observando com a mais pura admiração e surpresa. – Pra finalizar pego o anticéptico aplicando-o na sobrancelha do rapaz. Até penso em deixar sem um curativo para não ficar abafado, mas lembro que estamos na praia, então pego o coloco um pequeno curativo encima. — Prontinho! – digo já guardando os materiais.
— É... Você por acaso é policial ou médica? – pergunta a loira 1.
— Na verdade os dois, trabalhei no exército como voluntária.
— Hum, então é por isso que você tem uma mira tão boa. Mas se você foi apenas voluntária no exército então você não é uma policial ou é?
— Bem, digamos que seja, já que quando você vai pro exército trabalhar como cirurgiã, automaticamente você também precisa ter uma especialização da qual se ganha com o tempo de trabalho por lá. – Tento explicar de forma simples.
— Desculpe a pergunta, mas onde você se alistou? — Aliás meu nome é Jason e esses são Davys, Moly e Tereza. – diz indicando para cada um dos amigos.
— Ah bom, fiz para Cingapura. — É um prazer conhecer todos vocês, eu me chamo Lility, mas podem me chamar por Lily em momentos de informalidade.
— Caramba você foi pra Cingapura? Aquela que teve uma guerra de três anos e milhares de explosões e mortes. – Moly me olha com os olhos arregalados.
— É...essa mesma. Pra falar a verdade desde que voltei de lá, nunca parei para ver as notícias da época.
— Incrível, você basicamente foi uma heroína, para todas aquelas pessoas. — Não passou por sua cabeça em algum momento que você poderia morrer? – Davys pergunta com uma leve cautela na voz.
— Ah sim, muitas vezes na verdade, mas sabe quando você envolta de inúmeras pessoas gritando desesperadas com lesões profundas, por terem sido violentadas ou estupradas, você esquece rápido. – Quando termino minhas últimas palavras, todos me olham com os semblantes assustados.
— Mas bom, chega de falar sobre tempos sombrios. Preciso ir tomar um sol. – falo sorrindo e pegando minhas coisas.
— Espera, você gostaria de ir com a gente para um luau hoje a noite? – grita de longe.
— Claro, eu já estava pensando em ir. Encontro vocês lá! – digo me virando ligeiramente para encara-los.

O fim da tarde foi bem tranquilo, peguei um bronze maravilhoso e tomei alguns drinks. O sol se pôs lindamente descendo entre as ondas. Peguei minhas coisas, vesti-me e fui pro hotel. – sendo bem sincera ainda estou sem acreditar que fiquei o dia inteiro vendo pênis e vaginas dos outros passando por mim. – Agora eu entendo completamente o motivo de não poder usar o telefone, pensa só, do nada seus seios estarem na capa de um tabloide.

Chego no hotel e vou direto pro banheiro. – Estou precisando urgentemente tirar toda esta areia, e é...ela não está localizada em um lugar muito bom. – Tomo banho de ducha em quentinha e hidrato meu cabelo. Quando abro o box todo o vapor sai e um ar frio me pega desprevenida, visto meu roupão e vou para o quarto me trocar. Pego um biquíni verde turquesa que dá um contraste no meu cabelo, arrumo meu cabelo fazendo algumas ondas com o tryondas e o babyliss e em seguida faço uma make bem natural. Dou uma olhadela no espelho já gostando do que vejo, pego minha canga e saio, trancando a porta do quarto.

Chego no luau e tudo está magnífico, várias luzes em tons de amarelo e laranja, trazendo ao ambiente uma sensação de paz e serenidade. – Está tocando uma música de “ Lagum ”. – Tem alguns pequenos bangalôs abertos, onde estão servindo petiscos e bebidas. A grande maioria de pessoas estão com pouquíssima roupa.– como se tentassem cair logo de boca em alguém.– Ouço vozes conhecidas e me aproximo.

— Lility, você veio! – disse Moly me abraçando de forma calorosa, até demais eu diria.
— Uau, você está uma gata e desculpe pela Moly, a resistência dessa menina para bebidas é pior que a minha para moças bonitas. – fala puxando a garota que está pendurada em meu pescoço.
— O álcool já tá fazendo efeito é Davys! – diz dando um tapa de leve no pescoço do amigo que quase perde o equilíbrio.
— Oi pessoal, é bom revê-los novamente e Jason vejo que seus pontos estão bem melhores. — Em 1ª semana você pode retirá-los. – falo sorrindo.
— Oi gente! há, Lility você chegou, espero que os cachaceiros aqui não tenham falado muita merda, especialmente o Davys. Esse tarado. – Fala dando um tapa no ombro do mesmo.
— Aí, aí...più che merda Tereza. Essa doeu! – diz passando a mão no braço e soltando Moly, que na hora despenca quase dando de cara com o chão se eu não a tivesse segurado antes.
— Bons reflexos! – Jason fala me encarando com olhos brilhantes.
— Valeu.

Começamos a conversar em uníssono sobre temas várias, passamos a beber, até que algo nos chamou atenção no palco. – Uma apresentação de poli dance. – a moça estava acompanhada de um homem moreno alto, cada um foi para sua barra e começaram a rodopiar, subir e descer, me parecia um show de contorcionismo. Quando a apresentação acabou a pista foi liberada para o público. A louca da Moly me puxou para as barras de poli dance e eu como não sou trouxa nem nada puxei Tereza junto. – E lá estávamos nós, dançando ao som de “ I Feel Like I’m Drowning - Two  Feet ” – É...ela tinha que nos puxar para dançar a música mais sensual que tocou até agora...sim...ela tinha. E bom, o que podemos fazer não é mesmo? Se estamos na chuva, é pra molhar...

                              [...]

In ItáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora