12.

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                 1..2..3/ Parabéns

        Me desatei no teu abraço quente
               E no teu olho meu olhar ficou
         E marejou, e o mar levou a gente
  Pra onde Deus quiser, contigo eu vou
                                                                                                         ...

“— Me solta, o que é isso? O que você pensa que vai fazer comigo ãn? – dou-lhe uma cotovelada, mas de nada adianta. Não ouço um mísero gemido, merda.

Não ouço barulho, a não ser de um carro em movimento, me sentam a força em uma cadeira – sinto encaixes gelados nos meus braços e pernas. – Uma cadeira de tortura. Retiram o saco da minha cabeça e vejo eu os vejo... E ao mesmo tempo me vejo, mas esta não sou eu! Não pode ser, eu não...”

— não...não...NÃO! – Acordo com um grito preso na garganta e toda suada.
— Há, ótimo... Já começamos bem. – Digo e saio me arrastando para o banheiro.

Tomo um banho gostoso e demorado na minha banheira com alguns sais de camomila para aliviar meus estresse. Saio e me arrumo. – não é porque não gosto do dia de hoje que sou obrigada a ficar acabada, não é mesmo? – Falando em hoje, bom, é dia 15 de junho, meu aniversário e o pior dia do ano... Nesse dia, meu querido avô morreu – penso, olhando para nossos lírios – Nesse dia, meu irmão foi embora e nunca mais voltou e nesse dia a pior coisa da minha vida aconteceu... Eu... Fui assediada e violentada nos meus anos em Singapura. – termino meu pensamento agachada entre lágrimas.

Depois de me recompor, tomo meu café da manhã, lavo a louça e pego minha bolsa, entretanto antes de sair lembro-me da carta da minha avó. Vou em direção do meu quarto e pego minha caixinha de música também dada por minha avó. – pego a carta e a abro:

“ Querida Lility, primeiro quero lhe parabenizar por ser uma mulher doce e ao mesmo tempo forte... Uma neta exemplar tanto para mim quanto para seu amado avô. Ainda posso lembrar de quando nós ficávamos vendo o pôr do sol juntos e ao decair da noite, as estrelas brilhando e o seu sorriso lindo quando estava no jardim com o vovô.

Quero deixar-lhe pronta para os próximos acontecimentos e lamento muito por não poder te guiar neste caminho.

Lily, nossa família carrega um segredo e tudo que está em volta se liberta em nosso decimo oitavo aniversário, assim aconteceu com seu irmão e por isso ele não voltou. Docinho, nós somos descendentes de Luxiens, uma raça originada a milhões de anos atrás, a grande maioria de nossa espécie está extinta existindo apenas os Arons, por sermos especiais e raros corremos grande perigo. Sua aura Lux não se libertou aos 18, algo que me impressionou bastante, mas tenho certeza que com o passar dos anos ela foi se distinguindo aos poucos – tipo em momentos que você estava com muita raiva ou medo – e hoje sua aura estará completamente livre, ou seja, você entrará no radar tanto dos Arons, que podem te raptar para procriação de um híbrido, quanto dos Raptores que caçam para fazer experiências ou matar ambas as espécies. – Existem poucos Arons de confiança em nossa família – Logo você irá conhecer pessoas que irão te guiar nessa jornada e na guerra que está por vir.

Sinto ter que te informar por carta meu amor, mas certamente quando chegares no final dessa leitura saberá que eu descobri o CA nos meus ossos e estive nesses últimos anos fazendo o tratamento, entretanto os remédios e a quimioterapia não estão mais fazendo efeito e isso é muito ruim porque sei que não vou mais te ver, agora enquanto escrevo essas palavras meus ossos doem e queimam, mas o que mais me dói é meu coração por saber que não poderei mais ver teus olhos, os meus olhos puros que seu avô tinha... Mais posso me consolar em saber que pude presenciar grandes momentos ao seu lado, como seus primeiros passas ou quando você deu seu primeiro beijo e veio me contar, com isso alegro-me e tenho muito orgulho de você minha neta, meu segundo amor... Espero que sempre possa lembrar de nossos momentos incríveis juntas ou da nossa música...

In ItáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora