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O colombiano não falou nada, apenas sorriu um pouco sem jeito para o Ricardo.

— Podemos ir logo jantar? Não sei vocês, mas estou morrendo de fome. — o Daniel disse, fazendo sua mãe o repreender com um empurrãozinho. — O que foi?

Meu pai pareceu não se importar com a falta de educação do seu futuro enteado, já que começou a rir, o que me fez balançar a cabeça em negação ao ver essa cena ridícula.

Nós fomos para a sala de jantar, onde nos sentamos à mesa.

Me sentei ao lado do Dixon, que parecia estar um pouco nervoso com os olhares profundos que o insuportável do meu pai lançava para ele.

— E então, Dixon? Por que não começa a me contar sobre você? — meu pai perguntou e depois colocou seus olhos sobre as empregadas que apareceram trazendo o jantar.

— Bom, eu sou de Medellín e...

— Você usa drogas? — meu pai perguntou de repente, me fazendo arregalar os olhos. — Desculpe a pergunta, mas é que a Colômbia é o país das..

Ele foi interrompido.

— Não, senhor. Eu não uso drogas. — o Dixon respondeu e eu percebi que ele estava começando a se irritar.

Eu não podia acreditar que meu pai idiota teve a coragem de fazer uma pergunta dessas. Quer dizer que só porque a Colômbia era conhecida pelas drogas, todo mundo que mora ou morava lá se entupiam com essa merda?

Fala sério! Como se o México fosse um mar de rosas...

— Obrigado, podem se retirar. — meu pai disse para as empregadas, que colocaram o jantar na mesa. — Que bom que você não faz uso dessas... coisas.

Eu engoli em seco.

Ficamos em um silêncio desconfortável e então resolvemos nos servir e começar logo a comer.

Eu estava morrendo de fome, não tinha comido muito bem durante o dia.

Eu podia sentir a modelo olhando para mim, mas não dei a mínima, simplesmente a ignorei. Não queria falar com ela, até porque não queria acabar com a minha noite.

Mas certamente ela já tinha percebido que eu não gostava dela nem um pouco.

— E sua família, Dixon? — dessa vez quem começou a falar foi o Daniel. — Onde vivem especificamente? Ah, claro, devem viver nas favelas de Medellín. — ele riu.

Jurou, né, seu idiota?

Ah meu Deus! Peço desculpas pelo meu filho, ele consegue ser insuportável quando quer. — Sofia disse, olhando para mim e o Dixon.

Tinha que concordar..

Eu e o garoto sentado ao meu lado nos olhamos, como se estivéssemos conversando pelo olhar e depois, ele olhou para o Daniel.

— Não, minha família não vive em uma favela. Mas não teria problema se vivesse ou teria? — ele falou ironicamente e eu sorri quando o Daniel tirou seu sorrisinho do rosto.

O Ricardo ficou sério.

— Não tenha vergonha de admitir que você é da favela, Dixon. Ninguém aqui vai te julgar. — eu me irritei com as palavras do meu pai. — Do que seus pais vivem? Se estiverem passando por dificuldades, ficarei feliz em ajudar. — continuou, irônico.

Minha Nova Prisão - Rebelde Onde histórias criam vida. Descubra agora