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Coloquei minha mochila nas minhas costas e arrumei meu cabelo, logo colocando um óculos de sol.

Eu estava no lado de fora da escola, era sexta-feira e meu pai viria me buscar. Ele tinha me mandado mensagem dizendo que já estava no caminho.

— Nos vemos na festa? — perguntei sorrindo para o Dixon, que veio até mim e me abraçou enquanto assentia. — Te amo, colombiano. — dei um beijo demorado no mesmo.

— Eu também te amo, mami. — ele disse e arrumou meu cabelo, colocando uma mecha atrás da orelha.

Eu sorri ao perceber que essa tinha sido a primeira vez que tínhamos falado isso um para o outro e ele fez o mesmo, de forma tímida.

Nós ficamos conversando por alguns minutos, até que ouvi a buzina de um carro.

Revirei os olhos e vi a BMW do meu pai parar perto de onde outros carros estavam estacionados.

— Bom, eu preciso ir. Até mais tarde. — eu disse, tocando sua gravata e o mesmo me puxou para um último beijo.

Meu pai buzina mais algumas vezes, chamando não apenas nossa atenção, mas também a de vários outros alunos que estavam esperando por alguém para irem embora.

— Vamos, Amber! Eu tenho uma reunião para comparecer! — ele gritou e eu toquei minha testa, envergonhada.

O Dixon começou a rir silenciosamente e eu empurrei seu ombro de brincadeira, logo depois se afastando.

Enquanto andava no caminho decorado por pedras e plantas, eu me virei rapidamente e pisquei para o colombiano que coçou a cabeça e sorriu timidamente.

Entrei no carro, me sentando ao lado do meu pai que estava no banco do motorista e coloquei o cinto de segurança, com uma expressão entediada .

— Vou me atrasar por conta dessa sua demora desnecessária! — ele reclamou e começou a dirigir.

Dramático, ele era tão dramático!

— Se não quisesse se atrasar para sua reuniãozinha, poderia muito bem ter mandado a porra do nosso motorista vir me buscar! — eu disse olhando pela janela.

Ele não falou nada, apenas continuou prestando atenção na estrada.

Nós já estávamos um pouco longe da EWS.

— Ele vem ao jantar amanhã?— ele perguntou depois de um tempo. — Seu namorado.. ele vem? — perguntou quando eu não respondi de imediato.

— Sim, pai. — eu respondi com poucas palavras e apoiei minha cabeça no banco, logo fechando os olhos.

Suspirei enquanto sentia o friozinho do ar-condicionado.

— Você gosta mesmo dele? — ele continua me fazendo perguntas. — Não sei, eu prefiro o Alejandro. Ele sim parece gente e...

— Você pode, por favor, calar a porra boca? Eu não perguntei quem você prefere, Ricardo. Espero que amanhã você não pegue no pé do meu namorado porque se isso acontecer, eu vou te odiar ainda mais. — eu gritei.

Ignorei o olhar frio que recebi dele, peguei minha mochila que tinha jogado no banco de trás e tirei um fone de dentro, logo colocando no ouvido e conectando-o ao meu celular.

Eu conseguia notar sua boca se movimentando, ele provavelmente não me viu colocando o fone e estava falando sozinho.

Alguns minutos depois, nós chegamos em casa e eu desci rapidamente do carro.

— Pronto, papaizinho, agora você pode ir para sua reunião! — mandei um beijo para ele de forma debochada e comecei a correr na direção da porta de entrada.

Entrei em casa.

— Boa tarde, senhorita. É bom tê-la de volta. — uma empregada disse e eu apenas sorri, cumprimentando-a logo depois com a cabeça. — Quer que eu mande preparem algo para você comer?

Eu neguei e subi as escadas, indo para o meu quarto.

Fechei a porta e joguei minha mochila em cima de uma poltrona próxima a janela que oferecia a vista do jardim.

Pensei em me deitar um pouco na cama, mas minha atenção foi voltada para um pequeno quadro que estava em cima da minha penteadeira. Era uma foto minha e da minha mãe.

Peguei o quadro com cuidado e sorri ao vê-la tão alegre.

— Sinto sua falta. — eu sussurrei, passando os dedos por seu rosto.

Suspirei e coloquei o quadro no mesmo lugar, logo depois decidi ir até o quarto do meu pai, onde o mesmo dormia com a minha mãe.

Me dava raiva só de pensar que em breve, outra mulher dormiria na mesma cama que a minha mãe dormia. Eu não conseguia aceitar que teria a porra de uma madrasta!

Ao entrar no quarto do meu pai, eu vi que estava um pouco bagunçado.

Fui até o armário dele e abri uma das gavetas onde sabia que ele guardava coisas especiais não só para ele, mas para mim também.

Peguei um caderninho que estava meio escondido no meio de outras coisas e logo o abri, sorrindo assim que dei uma olhada rápida no que estava escrito.

— Te escribo esta canción, necesito decirte lo que siento con todo mi corazón... — comecei a cantar enquanto fechava os olhos e uma lágrima solitária escapava dos mesmos.

Era um caderninho onde minha mãe escrevia suas próprias músicas. Ela não me mostrava tudo o que escrevia por ser profundo demais, mas depois que ela faleceu, eu peguei o caderninho escondido do meu pai e li todas as letras das músicas.

Ele me deu um castigo por isso e tratou de escondê-lo melhor, mas como uma criança levada, eu descobri onde estava sem muito esforço.

Fazia um bom tempo desde que tinha pegado nele, eu sentia uma sensação inexplicável quando o tocava.

Pode parecer um pouco estranho, mas tinha o cheiro dela.

E esse cheiro de alguma forma me acalmava, me dava... me dava paz.

Eu daria de tudo para tê-la de volta.

Quando a noite chegava e eu me preparava para dormir, sempre pedia para sonhar com ela, mas na maioria das vezes eu não conseguia. Era tão frustrante quando isso não acontecia, eu queria tanto e simplesmente não acontecia!

Me sentei no chão do closet, com o caderninho ainda nas mãos e comecei a passar as folhas, cantar algumas das outras músicas, tentando descobrir em que tom elas combinavam.

Não sei o que aconteceu comigo, mas fiquei tão perdida no que estava fazendo que o tempo passou e a hora da festa estava cada vez mais próxima.

Me levantei do chão e guardei o caderninho no mesmo lugar, colocando tudo do mesmo jeito que antes e saí do quarto, voltando para o meu onde iria me arrumar.

Tomei um banho, lavando meus cabelos e saí do banheiro com uma toalha cobrindo meu corpo.

— Merda, eu não sei que roupa vestir. — eu sussurrei e corri até meu closet.

Algum tempo depois, finalmente encontrei algo que prestasse para ir à festa.

Acho que no próximo capítulo vai rolar algo que  já deveria ter rolado. 👀

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