|onze|

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Jogo o lápis no meio da mesa junto com o caderno

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Jogo o lápis no meio da mesa junto com o caderno. Todos encaram o mesmo número que temos encontrado nas últimas milhares tentativas. É quase como um monstro agora. Como um filme de terror em que o vilão está sempre atrás da câmera e você sabe disso, mesmo assim, quando aparece você toma um susto. Respiramos fundo soltando o ar fortemente frustrados. Estamos todos frustrados.

—É impossível.—diz Ivan.—Deve ter alguma coisa errada com o gabarito. Todos nós fizemos contas diferentes e chegamos no mesmo resultado. Estamos aqui a mais de duas horas e não conseguimos chegar em um resultado diferente! É desumano!

—Ele está certo.—Uma das melhores alunas da turma, Sandra, fala. Ela tem o cabelo preto liso da mesma cor da sua pele—Quando eram apenas duas pessoas com o mesmo resultado, talvez estivessemos errados. Mas agora temos os melhores da turma em um lugar só e todos chegaram no mesmo resultado. Talvez o erro esteja no gabarito.

Nosso professor de cálculo entregou a todos uma lista de exercícios com o gabarito na parte de trás. São contas imensas que tomam no mínimo duas folhas de caderno. Estava tudo indo bem até chegarmos na questão três. Foi bem no começo até vermos o gabarito. Um número completamente diferente do que nós (no mínimo sete alunos de ciência da computação com as maiores notas) em um gabarito não comentado.

—Já pensamos em dividir apenas depois de multiplicar?—Ivan pergunta pegando o caderno de tentativas em mãos.

—Já tentamos dividir e multiplicar ao mesmo tempo. Já tentamos não dividir e não multiplicar. Até tentamos fazer apenas um.—Sandra puxa o caderno o jogando fortemente contra a mesa. Até se levantar e olhar por cima do ombro.—Preciso desesperadamente de uma bebida. Onde têm?

—Na segunda gaveta do freezer. Temos em lata e em garrafa.—aponto na direção da cozinha mordendo a ponta do lápis.

Sandra é a única garota entre nós. Não é a única na sala, mas com certeza é a única que Ivan se importa em chamar. Ela é inteligente como as outras, sabe fazer conta como qualquer uma. Porém, não é exatamente nisso que Ivan está preocupado. Usava um óculos de armação preta até passar a usar lentes. Porém, principalmente, usa sempre uma blusa apertada e com decote. Eu não poderia me importar menos, mas com certeza Ivan prefere ela a qualquer outra garota com moletom.

—Não estou achando, Aaron.—ela aparece na porta com um sorriso no rosto.—Pode me ajudar?

—Tenho certeza de que Ivan ficaria feliz em ajudá-la.—aceno com a mão na direção do meu amigo sem me importar muito com a reação dele.

Ivan não sabe disso, mas eu ja dormi com Sandra. E com Diana. E com Tara. A maioria das garotas da nossa sala já vieram até mim. Porém sou discreto. Gosto de uma diversão, é claro. Além do mais já fui um adolescente e continuo gostando de sentir prazer. Porém não gosto do drama e de toda a confusão. Aprendi que o quanto mais discreção você mostrar, mais discreção elas vão se sentir pressionadas a mostrar. Uma ação minha leva a ação delas. Nenhuma garota gosta de ouvir isso, mas até mesmo aquelas fortes ou as consideráveis facéis tem uma coisa em comum: aceitação. Uma espécie de mudar seu comportamente para ser aceitado pelo comportamento de outro. Posso ser um pouco maldoso por usar isso ao meu favor, mas outros podem chamar de intelgência.

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