|dezesseis|

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—Você parece estar quinze vezes mais insuportável hoje!—grito enquanto saio do carro e bato a porta com a maior força que tenho

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—Você parece estar quinze vezes mais insuportável hoje!—grito enquanto saio do carro e bato a porta com a maior força que tenho.—Parece que tem a torre eiffel enfiada no cu!

Sinto o frio do vento contra o meu corpo apertando a jaqueta vermelha. Olho para dentro do carro encontrando um irritante e calmo Ares com os braços cruzados no banco da carona me olhando de cima a baixo. Ele vira o rosto fazendo com que eu consiga apenas observar seu perfil. Sua mão calmamente vai até sua testa a apertando.

Essa não é a nossa primeira aula de direção, mas estou considerando terrivelmente em fazê-la a última. Dirigir um carro é difícil. Meu problema não é de fato dirigi-lo, mas eu não consigo andar mais de um quilômetro sem faze-lo morrer. Não tenho memória nem coordenação motora suficiente para mudar as marchas. É quase impossível. Já tentei convencer Ares a me deixar dirigir um carro automático, mas ele é tão teimoso quanto minha irmã.

Viro de costas para não encarar aquele rosto pretensioso. Estava tão animada com a galeria de amanhã com Aaron que tinha completamente esquecido sobre meus problemas quando sou Nevasca. Estava tão focada em Aaron, que esqueci da existência do demônio dos infernos chamado Ares e nosso pequeno acordo.

Fecho os olhos e respiro fundo por trás da máscara. Não posso desistir. É apenas pensar em Winter que logo sinto um surto de adrenalina passar pelo meu corpo. Meu pai conseguia fazer isso. Eu também consigo. Consigo superar esse medo e essas constantes abelhas me picando.

Sinto uma mão em meu ombro e sem pensar viro rapidamente deixando que minha mão dê um tapa no ombro dele. O olhar de Ares é dirigido ao ponto de seu ombro em que bati. Escuto uma risada baixa mecânica e irritante.

—Ia te perguntar se queria dar uma pausa.—sua mão sai do meu ombro enquanto se afasta. Levanta os braços como se abanasse uma bandeira branca da paz. —Mas já que fui recebido com um tapa, acho que não quer.

—Às vezes realmente acho que você é burro.—ando de volta na direção da porta do carro.—Uma pausa? Nunca.

Me jogo no banco do carro novamente respirando fundo por trás da máscara. Aperto o rabo de cavalo como se fosse me dar algum poder mágico. Estalo os dedos da mão antes de apertar o volante o mais forte que consigo.

—Um corpo descansado funciona melhor.—Escuto a voz de Ares, mas as palavras não vem do banco ao meu lado, mas da minha janela. Analiso seu rosto metade coberto pelo vidro escuro. Aperto imediatamente o botão para que o resto do vidro suba.

Reviro os olhos e grito:

—Entre na porra do carro.

Estou prestes a virar a chave, porém sou interrompida pela porta ao meu lado abrindo. Ele está abrindo a minha porta. Penso em colocar o cinto tarde demais. Consigo murmurar algumas palavras parecidas com: O que você está fazendo? Suas mãos envolvem minha cintura e minhas pernas para me tirar do carro. Sou elevada até uma altura que acho nunca ter visto. Sinto meu estômago se revirar e virar enquanto encaro o chão duro.

Sempre CorrendoOnde histórias criam vida. Descubra agora