Capítulo 19 - Abençoados Os Corações Flexíveis; Pois Nunca Serão Partidos.

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            O som do frequencímetro ecoava pelo quarto, enquanto Marinette observava Luka descansar na cama dura e fria do hospital. É claro que a briga não tirou a vida de Luka, mas mesmo assim, ele saiu muito ferido daquele restaurante. Marinette apertou o ferro, o qual cercava a maca, tentando entender qual foi o motivo que levou aqueles dois a uma violência incontrolável. Os olhos cintilantes de Marinette se fecharam com força, ao sentir uma onda de dor invadir sua cabeça. Ela massageou o cenho, esperando que isso curasse sua dor de cabeça, mas com ela mesma previu, ela precisou de um analgésico.
A azulada andou até uma cadeira próxima, e se sentou para procurar o remédio em sua bolsa. Ela ainda tentava entender a situação.

— Porque esses idiotas brigaram? — Ela resmungava, em simultâneo que revirava sua bolsa, e procurava a cartela de comprimidos.

— Parecem duas crianças, não posso deixar sozinhos a nenhum momento. — Ela, ao achar os comprimidos, encostou a cabeça na cabeceira da cadeira, dando um olhar para Luka, ainda desmaiado na maca.

— Eu conheço o Luka, mas não entendo porque ele agiu assim. Ele nunca gostou de conflitos. — Marinette novamente se aproximou da maca e afastou a franja de Luka, para poder vê-lo melhor.

— A não ser... — Ela acariciou levemente o rosto de Luka com os dedos e deixou que sua mente voltasse ao passado.

[...]

             — Não, Marinette! — Luka andava furioso de um lado para o outro.

— Ele não pode te tratar assim, você merecia um dez nesse trabalho! — Marinette tentava acalmar Luka e o fez sentar na poltrona preta encostada na parede.

— Eu sei, amor! Mas faz parte da vida, tem professor que não vai com a nossa cara. — Marinette se sentou no colo de Luka, rindo. Ele ficava tão fofo quando queria protegê-la.

— Mesmo assim, você é muito talentosa, e o idiota do Mullens sabe disso! — Marinette deitou sua cabeça azulada no peito de Luka, e buscou a mão dele com seus delicados dedos.

— Parece uma onça pronta pra atacar, tá quase espumando pela boca! — Luka relaxou, e deu um sorriso para Marinette.

— Desculpe, mas eu não suporto quando os outros são injustos com você... — Marinette deu um sorriso meigo, e logo em seguida, deixou um selar nos lábios de Luka.

— Não precisa gastar seu cortisol com isso. — Marinette voltou a deitar sua cabeça no peito de Luka, e segurou a mão dele com carinho.

— As pessoas que amo já me dão o crédito que eu preciso. — Luka sorriu, e afundou seu nariz na cabeça de Marinette, na intenção de sentir o odor de baunilha presente em suas madeixas azuladas.

— Você está tão cheirosa, vida... Lavou o cabelo hoje? — Luka fechou os olhos, apreciando o momento com Marinette.

— Saiba que eu sempre vou lutar por você, Mari. Nem que eu dê a minha vida por isso... — Marinette levantou a cabeça, e com suas sobrancelhas arqueadas, esboçava uma face brincalhona no rosto.

— Que frase meio clichê, você não acha? — Marinette deu uma risada e novamente selou os lábios de Luka com um beijo.

— Mas o sentimento é verdadeiro. — Luka sorriu terno para ela.

[...]

             Marinette suspirou sem esperança, finalmente percebendo o motivo da recente briga entre seu ex-namorado e seu cliente. Era fácil de notar agora, o motivo era ela mesma. Porém, com essa descoberta, outra pergunta se levantava na mente da nossa estilista. O que o Adrien fez para la insulta tanto, ao ponto de fazer com que Luka entrasse numa briga violenta? Os dois estavam escondendo algo, ainda tinha muito caroço naquele angu. Enquanto ela se perdia em meio um mar de teorias absurdas e hipóteses ainda piores, ela houve a porta daquele quarto se abrir vagarosamente. Marinette olhou para porta e se surpreendeu, ninguém mais e ninguém menos que Chloé apareceu e lentamente se aproximou de Marinette.

— E-eu vi no noticiário que você estaria aqui... — Marinette levantou suas sobrancelhas. Aquele dia estava ficando cada vez mais maluco.

— Hmmm... — Marinette murmurou, tentando formular alguma frase, mas ela não conseguiu. Devido ao clima estranho que se formou entre às duas. Marinette analisou a loira. Chloé vestia uma blusa amarela de gola alta, com uma mini-saia preta. A aristocrata também carregava consigo uma bolsa da Gucci. A típica e forte maquiagem dela, enfeitava a pele dourada do sol parisiense. Porém, Marinette, ao mirar seu olhar cintilante para os olhos de Chloé, ela pode ver a preocupação genuína que jorrava da face da pequena patricinha loira, que estava de pé, bem ali na frente de Marinette. Ela não fingia, e estava verdadeiramente preocupada, o que intrigou ainda mais a nossa estilista de cabelos azuis.

— Me desculpa perguntar, Chloé. Mas eu não entendo. Porque você está aqui? — Certamente não era devido a Marinette. A loira deu um sorriso franco, meio melancólico, e assim como Marinette, segurou a grade que cercava a maca onde Luka se encontrava.

— Você nunca se perguntou o porquê que eu te odeio tanto, né? — Marinette não soube o que responder. O que Chloé queria dizer com aquilo?

— Tudo começou na faculdade... Eu... — Uma pausa lenta preencheu os lábios rosados e enfeitados com gloss da aristocrata Chloé Bourgeois. Marinette engoliu sua saliva, meio nervosa, já que não previu que a sua maior inimiga começasse a soltar palavras de desabafo. É... Aquele dia estava extremamente maluco.
Marinette deixou que seu olhar recaísse em Luka, a fim de evitar olhar para Chloé, e tornar aquela situação mais estranha do que já era.

— Marinette, eu sou apaixonada pelo Luka desde os 10 anos... — Marinette ficou pálida de tão pasma. Não parecia, como aquele coração gelado poderia amar alguém além de si próprio? Marinette escondeu sua face impactada, e deixou que Chloé vomitasse as palavras de sua depressiva confissão.

— Nós... Nós eramos amigos desde a infância. Passamos por tudo juntos. Eu estive lá quando a mãe dele morreu, e ele esteve comigo quando meu pai foi embora... — Rapidamente, Chloé limpou as lágrimas que ameaçavam a sair pelas suas marcas d'água. Já estava desabafando com Marinette, a aristocrata não deixaria que sua "rival" a visse com sua maquiagem acabada.

— E eu, mantive meus sentimentos em segredo porquê... Eu sabia que não era correspondida. Desde que entramos naquela faculdade, Luka só teve olhos pra você, Marinette. — Chloé colocou seu cabelo para trás, com o objetivo de deixar seus fios dourados perfeitamente alinhados.

— Então, eu passei a te odiar, porque eu sou muito egoísta pra desistir das coisas, tão fácil assim... — Chloé deu a volta na cama, e então acariciou o rosto de Luka com suas delicadas mãos, as quais eram enfeitadas com unhas pintadas de um preto brilhante.

— E agora, estamos aqui. E Mesmo depois de despedaçar o coração dele, ele ainda continua lutando por você. — Chloé deu um leve beijo na testa de Luka, se propondo a admira-lo mais um pouco, antes que fosse embora.

— Só queria que você também lutasse por mim, Luka... — Chloé sussurrou, porém, Marinette conseguiu escuta-la muito bem, já que não tinha nada além do frequencímetro, fazendo barulho naquele quarto de hospital.
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— Desculpa se eu te incomodei, Marinette. Mas eu precisava checar se ele estava bem. Você entende, certo? — Se ela soubesse o quanto Marinette entedia, o quanto ela também se preocupava. Só de lembrar que Chat noir estava longe, fazia com que o peito de Marinette doesse de saudade. Amor, uma palavra que te faz sorrir, mas também te faz ruir em lágrimas.

— Te entendo, claro. — Marinette pousou a mão em seu pescoço, meio tensa. Nunca ela poderia imaginar que Chloé tivesse sentimentos tão profundos quanto aqueles. Ela sempre lhe pareceu tão rasa, tão egocêntrica. Marinette percebeu que precisava avaliar melhor a sua forma de julgar as pessoas. E se sentiu culpada por magoar Chloé, mesmo que indiretamente.

— E também, desculpa por jogar as minhas frustrações em cima de você. Afinal nós nunca fomos próximas mesmo. — Chloé segurou a alça da sua bolsa um pouco mais forte, e abaixou seus olhos em direção do piso branco daquele quarto.

— Você é muito sortuda por estar com e, Marinette. Por favor, não quebre o coração dele de novo. — Marinette arqueou a sobrancelha, sem entender o que aquela frase significava.o

— O que você quis dizer com isso? — Marinette acompanhou o andar de Chloé até a porta com a cabeça.

— Não precisa esconder, Marinette. Só escolhe certo dessa vez... — Marinette andou a passos largos, com o objetivo de alcançar a aristocrata. Contudo, Chloé já havia deixado o quarto.

— Escolher certo? — Marinette se perguntou em voz alta, tentando entender o significado das palavras de Chloé. Bom, mas uma teoria para colocar na lista.

[...]

          — Adrien? — Plagg caminhou adentro do enorme quarto escuro, que mais parecia uma caverna. O mordomo chutava as roupas e sapatos espalhados pelo chão, tentando alcançar a cama de Adrien. Mas era quase impossível, já que a bagunça o fazia tropeçar ou bater em algo. Adrien murmurava enquanto puxava a manta prateada para si, deixando bem claro que não estava nem um pouco interessado levantar.

— Vamos, garoto! Levanta dessa maldita cama! — Plagg arrancou a manta prateada dos dedos de Adrien, e a jogou em um canto qualquer. O frio da manhã agraciou a pele desnuda de Adrien com arrepios. Isso é o que se ganha por somente dormir de samba-canção.

— Plagg, dá um tempo... — Adrien se virou, dando as costas para Plagg. Mas, seu mordomo não é uma pessoa que desiste fácil. Plagg caminhou até as enormes janelas de vidro que decoravam a suíte, e abriu as cortinas com força. A luz do sol dourada, adentrou naquele quarto. Salpicando cor por onde passava. Adrien cobriu seus olhos verdes, e tentou voltar a dormir.

— Adrien, você está a dias aí! Não pode ficar nessa depressão pra sempre! — Adrien fechou os olhos com força, meio irritado. Plagg era seu melhor amigo, mas às vezes o tirava do sério.

— É claro que eu posso. — O loiro de olhos verdes cobriu sua cabeça com o macio travesseiro de algodão, de modo a evitar ouvir os sermões de Plagg. Contudo, ele era sensato o suficiente para que entendesse o que Plagg estava dizendo. Bem que ele queria, mas a vida não pararia só porque Adrien pisou na bola.
Plagg deu um longo suspiro, e se sentou ao lado de Adrien naquela enorme cama.

— Eu sei, Adrien... É difícil... — Adrien fechou os olhos, ainda podendo se lembrar dos olhares assustados das pessoas naquele restaurante. A culpa estava o consumindo, e ter complicado as coisas fez com que uma dor instalasse em seu peito. Há essa altura, Adrien já estava quase um mês inteiro trancado naquela mansão. Deixou de ir ao escritório, sair, comer. E até pendurou seu traje de couro brilhante. A sorte de Adrien, é que Lady Lírio, ou qualquer outro super vilão, resolveram também se ausentar das suas atividades vilanescas. O que era bem suspeito, mas Adrien estava cansado demais para tentar descobrir agora.

— Adrien... — Plagg disse com pesar, esperando que seu amigo e patrão vencesse sua dor. Mas nem mesmo Plagg poderia fazer-lo ficar de pé.

— Eu a amo, Plagg. — E como um dinamite, Adrien soltou essa frase. Uma frase com o poder de impacto maior do que mil bombas atômicas. Plagg saltou em seu lugar, surpreso. Como aquilo poderia ser possível?

— A-adrien, isso é sério? — Plagg se exauriu. Não sabia o que dizer, ele permaneceu parado em seu lugar, enquanto pensava no que Félix poderia fazer caso descobrisse.

— Adrien, isso não é bom. — Adrien sentiu suas lágrimas tentarem escapar de seus olhos esmeraldinos. Contudo, elas não iriam cair tão fácil. Ele precisava aguentar, não queria chorar na frente do seu melhor amigo.

— E-eu sei. — A voz embargada de Adrien ecoou naquele quarto. Era como uma confirmação da realidade.

— Mas, eu não posso evitar, eu não consigo. É uma conexão que eu não sei explicar. Sinto que vou morrer se não estiver com ela. — Plagg novamente se assustou. Quem era aquele? Certamente o Adrien de antigamente não diria aquelas coisas melosas e românticas. Desde que o loiro de olhos verdes começou a sair com Marinette, Adrien mudou muito sua personalidade. Plagg já não aguentava mais vê-lo ruir em lágrimas. Então decidiu deixar tudo de lado, todas as consequências e todos os problemas. Não suportava, já que, ele tomava as dores de Adrien para si mesmo. Era seu melhor amigo, seu irmão.

— Então, Adrien, vá encontrar ela. — Adrien virou sua cabeça na direção de Plagg, era a primeira vez que Adrien o olhava nos olhos desde que descidiu se afundar na escuridão.

— Mas a emprensa, e o perigo? E Lady Lírio? — Plagg sorriu passivo, e então começou a juntar as roupas de Adrien pelo quarto.

— Não se preocupe com isso, meu amigo. Se é o que te faz feliz, é tudo o que importa. — Os olhos de Adrien automaticamente voltaram ao seu brilho característico.

— Mas o Félix? — Adrien se levantou da cama, pronto para um banho.

— Tenho certeza que ele não vai se importar. Ele não vai descobrir de qualquer jeito...

[...]

             Marinette estava na sala, absorta em suas teorias e hipóteses impossíveis.
Sentada em seu sofá, observando as manchas e borrões da vez em que Chat noir sangrou no assoalho do seu apartamento. Ela fitava a mancha escura de sangue com olhar, tentando imaginar onde ele estaria.
Ela pegou a xícara de chocolate quente que estava apoiada sobre a mesa de centro a frente dela, e a levou boca.

— Ai! — Ela sentiu o ardor do chocolate queimar sua língua. As lágrimas de dor caíram lentamente pelo seu rosto. Ela deveria ter soprado mais.

— Cuidado, isso deve estar quente! — Marinette levantou a cabeça, surpresa. Não era possível. Aquela voz, aquela irresistível voz. Ela virou sua cabeça lentamente em direção a porta da sua varanda. Lá estava ele, o seu bichano, o seu amor. Marinette colocou a xícara na mesa de centro, ainda sem acreditar. Era uma visão que sua cabeça inventou, por conta da dor que estava sofrendo?
Ela caminhou lentamente até ele.

— Eu... Eu estou sonhando? — Marinette tocou a face de Chat noir. Ele sorriu ladino e levou sua mão ao cabelo dela.

— Não, Princesa. Eu sou completamente real. — Marinette envolveu seus braços ao redor do pescoço de Chat, e deixou que seu rosto transbordasse em lágrimas. Soluçando enquanto afundava seu rosto no ombro direito de Chat noir, ela balbuciava palavras, mas sua voz embargada impediu Chat noir de entender o que ela estava tentando dizer.

— Shii, Shii, Shii. Estou aqui agora. — Marinette afastou seu rosto do corpo dele, e então mirou seu azulado olhar para as esmeraldas felinas de Chat.
Ficaram em silêncio por algum tempo. Marinette não parou de encara-lo, e apesar de Chat adorar olhar para aquela imensidão de azul cristal. Ele estava achando aquela situação muito esquisita. Não era o olhar apaixonado que ela geralmente daria.

— O que foi? — Ele disse sorrindo, tentando evitar aquele sentimento estranho que se apoderou da sua mente.

— Onde você estava? — O tom da voz dela mudou completamente. As lágrimas já haviam secado na pele dela. E agora, ela mantinha uma postura rígida, quase intimidadora, se não fosse pela sua altura.

— E-eu... — Chat massageou o pescoço, meio tenso. Oh! ela estava brava, e com toda a maldita razão.

— Porque você sumiu por três meses?! — Marinette começou a dar lentos passos, e encurralou Chat no vidro da porta que dava para a varanda do apartamento.

— Princesa, escuta... — Ela colocou as mãos sobre os ombros de Chat e o empurrou com toda sua força para baixo. Ele caiu sentado no chão. Ele ficou perplexo, não sabia que Marinette tinha aquela força.

— Sabe o quanto eu fiquei preocupada?! Você não me mandou nenhum sinal de vida! Como você pôde?! — Ela apontava seu indicador para o rosto de Chat, enquanto ele levantada a cabeça para poder olhar nos olhos dela. Oh! não. As conhecidas tempestades já estavam a se apoderar do olhar azulado dela.

— Eu precisei, princesa. — Ela fechou os olhos com força, enquanto também fechava seus punhos. A vontade de esganar o amor da sua vida era grande.

— Não me diga que foi pra me proteger. — Ela rangeu os dentes, já sabendo qual seria a resposta. Mas ela torceu para que não fosse.
Ele se calou, não sabia o que dizer.

— Marinette, escuta... — Ela deu as costas para ele, tentando não demostrar as lágrimas de raiva que surgiam em suas marcas d'água. O problemático casal ficou em silêncio. O cômodo estava preenchido com uma neblina negra e pesada. Chat se levantou, e lentamente se aproximou dela. Ele, com hesitação, tocou o ombro dela. Porém, ela retirou a mão dele com força.

— Não toca em mim. — Ele arregalou os olhos, surpreso. Aquilo doera, ele não poderia toca-la. Não poderia sentir a tão almejada pele macia dela. E isso fez com que o coração dele se partisse.
Ela ainda permanecia de costas para ele, como se não se importasse, como se Chat fosse um estranho. Como se ele nunca fosse seu amado gatinho. Ele abaixou seus olhos verdes, e fitou o chão, tentando encontrar palavras para dizer naquele momento.

— Eu entendo que esteja magoada comigo, Marinette. — Ela repentinamente se virou para ele, agora extremamente furiosa.

— Entende? Se entendesse não teria sumido e me deixado sozinha! — Ela passou a mão nos cabelos azulados, tentando aplacar a vontade de dar um tapa no maldito e lindo rosto dele.

— Marinette, o meu trabalho exige sacrifícios. Eu não posso negligenciar isso, e colocar as pessoas em perigo! — Agora quem estava começando a se irritar era ele. Porque ela não entendia seu lado. Será que ela só via a situação dela?

— Você não pode negligenciar o nosso relacionamento! — Ela disse, gesticulando com as mãos.

— Isso é muito egoísta da sua parte, sabia? — Ela mordeu seu lábio inferior, e apertou mais uma vez, seus punhos naquela noite.

— É EU SOU! Sou egoísta por querer um namorado que não suma por três meses. Um namorado que tenha tempo pra mim. Um namorado que não se arrisque pulando de prédio em prédio, lutando com homens armados! Um namorado que eu possa ver o rosto, e dizer como ele é lindo! — Chat noir fechou seus olhos, já sabendo onde aquela conversa iria parar.

— Então sim! eu sou egoísta. E se você não pode lidar com isso, então não é o cara certo pra mim. — Chat já se preparava mentalmente pelo o que estaria por vir. Mas ele torcia para que ela não dissesse isso para ele.

— Eu acho melhor dar um tempo. — Por fim, ela disse, limpando as lágrimas cristalinas dos olhos azuis. E olhando bem no fundo das esmeraldas felinas dele.

— Por favor, Marinette... Eu não posso ficar sem você. — Ele segurou as pequenas mãos dela com delicadeza, enquanto a olhava já choroso em seu falar.

— Eu te amo, Marinette. — Ela puxou suas mãos das dele, e franziu seu cenho extremamente furiosa com as palavras de Chat.

— Me ama? Como você pode me amar se nem namorar direito namoramos, Chat! Você nem se quer me pediu em namoro! — Ela novamente tinha a completa razão.

— As coisas foram indo rápido, e foi erro meu não ter parado antes do estrago. E agora eu estou tentando terminar o que nem começou. — Marinette afundou seu dedo indicador no peito de Chat, como se o acusasse de todos pecados contra a humanidade.

— Só vai embora, eu não quero te ver mais! — Com uma dor inexplicável, Chat deu lentos passos pela sala.

— Se é isso o que quer... — Ele abriu a porta de vidro, a qual separava a sala da varanda.

— Mas apesar de não ter tido tanto tempo com você, princesa. Eu tenho a plena certeza de que amo você. — E então, ele foi até a sacada e pulou adentro da escuridão.

[...]

Oiee gente, voltei! Desculpe o sumiço! Mas eu tô voltando kkkkk! Valeu!

Mon Petit ChatonOnde histórias criam vida. Descubra agora