Capítulo 20 - O Despertar do Passado Oculto

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                 Era isso, acabou, terminou. Era inevitável, eles não dariam certo. Mesmo assim, Marinette não deixou de sentir a dor invadir seu coração e rasgá-lo em pedaços. Ela ainda estava imóvel, fixando seu olhar na sacada na esperança de que Chat Noir voltasse ao seu encontro. Mas ele não voltou.

Ele não voltou.

Ela já deveria esperar por isso. Chat Noir respeitaria suas decisões. Ele era um cara educado. No entanto, ela estaria mentindo se dissesse que não correria para os braços dele, caso ele retornasse para ela. Por algum tempo, ela se recusou a dar o primeiro passo, se recusou a sair da posição em que estava. Mas ela não poderia ficar parada a vida inteira. Ela pisou no assoalho gelado. Seus pés descalços sentiram a madeira lisa, e assim ela desabou, chorando em prantos. Ela caiu naquele piso tão gelado quanto pisar em uma geleira solitária.

Ela observava suas lágrimas caírem e enfeitarem a madeira com um brilho depressivo. Marinette não podia suportar aquela dor. Ela o amava demais, ela o queria. Queria ser completamente dele. Por que era tão difícil? Por que ele não podia simplesmente ficar com ela?

De repente, uma voz melodiosa quebrou o silêncio opressor e passos de saltos no assoalho foram ouvidos.

— Ora, que tristeza! — Marinette levantou a cabeça e olhou para trás.

— Uma performance digna de um Oscar, eu diria. — A mulher de marfim batia leves palmas lentamente.

— Quem é você? E como conseguiu entrar no meu apartamento? — Marinette deu passos para trás e pegou o abajur próximo a ela. Ela o apontou para a figura misteriosa como uma forma de se defender.

— Seu amado gatinho não é o único que sabe invadir lugares, amor. — A mulher olhava para suas longas unhas brancas, desdenhando de Marinette.

— E muitíssimo prazer, sou Lady Lírio. — Lady Lírio caminhou até o sofá e se sentou, ajeitando sua capa e cruzando as longas pernas.

— O que você quer de mim? — Marinette não fazia ideia. Mas Lady Lírio tinha muitos planos para ela.

— Quero que você venha comigo. — Lady Lírio ainda admirava suas unhas enquanto falava com a azulada. E Marinette ainda empunhava seu abajur. Nenhuma das duas ousou sair do lugar.

— Não vou com você para lugar nenhum! — Lady Lírio se levantou e estalou seus longos e magros dedos, elegantes e bonitos.

— A gente faz isso do jeito fácil ou do jeito difícil. Você escolhe, querida... — Marinette, num momento de desespero, fez a coisa mais estúpida que poderia fazer para escapar.

— Me deixe em paz! — A azulada gritou e jogou o abajur na direção de Lady Lírio. Mas a mulher conseguiu pegar o abajur no ar.

— Então vai ser do jeito difícil. — Ela estalou o indicador. — Luka, amarre-a.

— Luka? — Marinette questionou assim que viu Luka entrar no cômodo. Ele carregava consigo uma corda e se aproximou de Marinette para amarrá-la.

— Por que você está fazendo isso? O que está acontecendo? — A cabeça de Marinette explodia em perguntas. Mas Luka não respondeu nenhuma delas. No entanto, em breve, Marinette teria as respostas para todas elas.

— Vamos embora! Ele pode voltar! Rápido! — Luka colocou Marinette sobre seu ombro esquerdo e obedeceu às ordens de Lady Lírio. Os três saíram do prédio sem muita dificuldade, já que os capangas de Lady Lírio cuidaram da saída deles.

— Para a Torre Eiffel, meninos. Temos muito pela frente. — Lady Lírio disse e deu uma gargalhada maléfica. Aquele seria o plano do século.

Quando chegaram ao topo da torre, Lady Lírio estava radiante com a sensação de vitória iminente. Ela tinha grandes planos para Marinette.

Mon Petit ChatonOnde histórias criam vida. Descubra agora