Capítulo 3 -O Escudo É O Alívio Do Coração

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          — Me dê tudo de valioso que você tem! Boneca! — O assaltante gritou com um tom áspero. A jovem assustada, já estava quase lhe entregando a sua bolsa, quando um homem alto com cerca de um e oitenta de altura, pulou na frente da azulada. Ele tinha orelhas de gato, um uniforme todo preto, com vários equipamentos na cintura, presos pelo cinto que lembrava mais um rabo de gato. Ele tinha músculos que transpareciam devido ao colam apertado. O Loiro usava seu bastão contra o assaltante que fugiu dali numa questão de segundos, logo, o herói de Marinette, se virou, exibindo seus verdes olhos felinos para a garota de cabelos azuis. Ele se aproximou e pegou delicadamente a mão de Marinette, dando um beijo na mão da garota, que estava pálida, e assustada.

— Não tenha medo, Princesa! — Ele disse suavemente, fixando o seu olhar nos olhos da azulada, e ela logo o reconheceu.

— Chat... Noir?

— Ao seu dispor! Princesa! — Disse ele, realizando uma reverência. Ela ficou ali, sem saber o que dizer, sem palavras. E em alguns instantes, sentiu pingos, e ouviu trovões ecoarem nos céus.

— Você está muito bonita para ficar na chuva! — Disse ele, caminhando até ela. Ele a pegou estilo noiva, e lhe pediu para que ela se segurasse.

— Princesa, segure bem firme o meu pescoço! — Ela segurou o pescoço de Chatnoir e perguntou.

— O que você vai fazer? — Ele ignorou a pergunta de Marinette, que se sentiu assustada, pelo impulso dado por Chatnoir. Ele começou a pular de prédio em prédio.

— Onde você mora?

— Eu... Moro num prédio em frente ao museu Louvre, no segundo andar. — Os cabelos Loiros molhados na chuva, respigaram em Marinette, enquanto ela o observava discretamente, se sentindo segura nos braços do loiro. Ela se sentiu aquecida, mesmo molhada com seus braços desnudos naquela noite. Em cada pulo que Chatnoir dava, mais firme Marinette segurava no pescoço do belo homem de uniforme. Ela sabia que ele a protegeria, mas ainda se perguntava se ele seria forte o suficiente para proteger a cidade toda, sozinho. Ele a olhou nos olhos dando um sorriso de canto.

— Bem, chegamos. Princesa! — Disse ele, ao colocar Marinette cuidadosamente na sacada da varanda. Ela olhou para o lado, segurando os seus braços, numa tentativa inútil de se aquecer. Ele estava indo embora, porém, ela o segurou pelo braço.

— Obrigada, Chat...

— Disponha, Princesa! — Ele se retirou, se jogando da sacada. Marinette, então, chegou perto para vê-lo melhor. Se apoiou na grade, vendo-o pulando de prédio em prédio na chuva. Ela o observou até o perder de vista. Quando ela finalmente percebeu que ele se foi, se virou e deu pequenos passos até a porta da sacada, abrindo-a vagarosamente. Seguiu até o banheiro, e ficou de frente para o espelho do seu banheiro, que era bem decorado. O box era de vidro escuro, com azulejos brancos, várias plantas eram cuidadosamente distribuídas por todo banheiro. O espelho tinha sua moldura dourada, adornando-o cuidadosamente. A pia tinha um gabinete de madeira clara, onde Marinette guardava seus sabonetes e shampoos, que lhe custaram quase um rim.

          Marinette bufou ao perceber que seu vestido vermelho esbelto, estava todo molhado. Ela nunca gostou de arrumar a casa ou realizar tarefas domésticas, mas se forçava a fazer, porque era necessário. Ela retirou as suas roupas molhadas, e as jogou preguiçosamente num balde, abriu a porta do box, e ligou a água quente. O lugar onde Marinette mais pensava e refletia na sua vida pacata, era o chuveiro, por isso sempre a conta de luz e água viam altas. Brevemente ela esqueceu das suas contas e involuntariamente, começou a pensar naquele belo homem, que alguns minutos atrás havia a salvado. Ela não parava de pensar naqueles olhos verdes, e músculos que transpareciam na sua roupa colada. Ela ficou levemente vermelha, e ao perceber estar se deixando levar, afastou esses pensamentos voltando a pensar que levaria uma facada, devido à conta de luz e de água.

[...]

           Marinette estava na sua cozinha, fazendo um café. Quando sentiu alguém abraçar a sua cintura. Ela olhou para trás e viu Chat noir. Ela ficou corada, e antes que pudesse reagir, Chat colocou-se mais perto do rosto da pequena azulada, acariciou seus belos cabelos azuis, e fitou os olhos dela, tão azuis quanto o mar caribenho. A garota parecia se avermelhar a cada movimento que o loiro sexy fazia. Ele ficou sem dizer nada por alguns segundos. Marinette sentiu seu coração bater mais rápido quando o loiro fixou seu olhar no dela, ele facilmente a conquistaria com só um olhar de seus belos olhos felinos. Mas ela se continha, mesmo sendo completamente difícil. Ele deu um sorriso de canto, colando seus lábios nos dela. Ele era delicado. O beijo não foi demorado e quente como ela imaginara. Ele se afastou bem devagar, enquanto ela o encarava surpresa. Ela sentiu suas pernas tremulas e mãos frias, e ele ainda não dissera uma palavra se quer, fazendo Marinette ficar ainda mais vermelha e quente. Então, sem aguentar mais, a azulada agarrou no pescoço do felino, e deu um beijo demorado e abrasador. Sendo menor que ele, sentiu-se suspensa pelos braços do homem forte, que segurou a sua cintura com mais força. Ele parou de beijá-la ofegante, e disse suas únicas e últimas palavras:

— Você sabe beijar, princesa. — Disse num sussurro. Depois que essas palavras chegaram ao ouvido de Marinette. Ele lhe deu um beijo na testa, e sumiu diante dos olhos da estilista, que confusa, ficou como uma estátua, sem entender o que acabou de acontecer. De repente, ela abre seus olhos azuis, e pega seu celular no criado-mudo. O relógio marcava uma hora da manhã. Ela não podia acreditar. Então, refletiu brevemente:

"Não é possível que isto seja um sonho!"

Ela segurou seu pulso, e se beliscou demoradamente, constatando que realmente aquilo era um simples sonho.

Mon Petit ChatonOnde histórias criam vida. Descubra agora