Mon Petit Chaton

Capítulo 13 -O Desfile Bourgeois Parte 2

             Todos admiravam o casal que protagonizava o salão. O centro das atenções, os holofotes. Adrien e Marinette pareciam ter saído de um filme da Disney, era uma harmonia perfeita, como se eles já soubessem os passos. Adrien girou Marinette e a pegou por trás. Ela sentiu o peitoral dele encostar em suas costas. E estranhamente, aquele peito lhe parecia muito familiar. Adrien a girou novamente. Agora, para que ele pudesse contemplar o azul no olhar de Marinette.

— Como está indo os negócios, sr. Agreste? — Ela perguntou, ao mesmo tempo em que apoiava a sua delicada mão no ombro esquerdo de Adrien.

— Não que eu entenda muito de gerir uma empresa, afinal, é o meu pai quem representa a minha. — Ela disse rindo, e soprou a franja que estava lhe tampando a visão.

— Está indo bem, na verdade, considerando a minha ausência. — Marinette se surpreendeu e pendeu sua cabeça para o lado.

— O que aconteceu? Você foi retirado da diretoria? — Adrien sorriu divertido, ao se deparar com a preocupação estampada na face da estilista.

— Não, só não estou me sentindo bem esses dias. Eu pedi uma folga. — Ela sorriu de volta, e mirou o olhar para as joias verdes, no rosto másculo do loiro a sua frente. Aqueles olhos brilhantes lhe pareciam muito conhecidos, era como um déjà vu. A azulada sentia a familiaridade daquele olhar, mas não conseguia se lembrar de onde ela poderia ter observado tamanha beleza. Talvez, das vezes que se encontraram. Ou talvez, Adrien lembrava alguém que ela já tinha visto em algum lugar. Mas nada que lhe esclarecesse a memória.
Os dois não perceberam, mas a música já se encaminhava para seus minutos finais. Adrien não queria que a dança terminasse, não queria deixar de tocá-la. Seria pedir demais, caso Adrien quisesse passar mais tempo com ela? Ao final da romântica música, Adrien fez a questão de ser um cavaleiro, e se propôs em beijar as costas da mão de Marinette.

— Foi um prazer dançar com você... — Ele a cumprimentou em agradecimento. Ela fez o mesmo, e virou-se para sair da pista de dança, para se encontrar com Alya e Tikke. Entretanto, ela foi impedida. Adrien não sabia o que estava fazendo, ele só estava cedendo aos seus impulsos. Ele segurava delicadamente os dedos gélidos dela. Ainda não estava preparado para vê-la ir embora naquela noite.

— Algum problema, sr. Agreste? — Ele ficou alguns segundos em silêncio, tentando procurar por palavras. Contudo, ele estava com medo de dizer a verdade.

— Nada, é que... — Ele olhava para o chão, enquanto ainda segurava a mão dela. O convite que Adrien estava prestes a fazer, poderia ser um pouco inadequado. Ele estava amedrontado com a possibilidade de Marinette negar o seu pedido. Porém, ele precisava perguntar, ou então, não estaria em paz, até que pudesse vê-la novamente.

— Será que poderíamos conversar em particular? — Marinette não soube o que responder. Ela iria negar, mas a solidão que o atormentava tão arduamente, era visível a milhares de quilômetros de distância. Isso a fez querer apaziguar a dor dele, perfeitamente nítida aos olhos dela.

— Claro! — Ela soltou sua mão da dele, e o conduziu para uma área sem o movimento de pessoas. Onde eles não seriam mais o centro das atenções.
Era um jardim romântico, lindo, com direito a estátuas gregas e um grande chafariz de mármore. Marinette se sentou em um banco de madeira, e pediu para que Adrien se sentasse também.

— O que queria me dizer? — Ela disse, depois de pegar uma rosa em uma das roseiras ao seu lado, e cheirar o doce perfume da rubra flor. Adrien inconscientemente se aproximou dela, e apoiou seu braço no encosto do banco.
O grande problema, é que Adrien não poderia fazer, o que ele queria realmente fazer. Ele não era Chatnoir naquele momento, ele era Adrien, o CEO da Agreste Company. Sem muita saída, Adrien tentou inventar qualquer desculpa esfarrapada, que lhe caísse a mente.