Capítulo 10 -Lady Lírio

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           Chat noir se encontrava empoleirado na borda de um dos prédios da cidade. As gotas de chuva molhavam seu negro traje de couro. Ele encarava um beco escuro, enquanto divagava sobre o quão imprudente ele tinha sido, ao se envolver tão intensamente com Marinette. Plagg estava certo. Mas já era tarde, Adrien não conseguiria ficar longe da azulada nem por um instante sequer. Ele colocou as mãos no rosto, frustrado com a situação, sentido a culpa de ter colocado Marinette em perigo. De repente, um barulho de latas de lixo sendo derrubadas, chamou a atenção de Chat, novamente para o beco escuro. Um homem armado se aproximava de um civil indefeso. Chat noir pulou adentro do beco, e se posicionou a frente do bandido.

— Ah! Com licença, mas assaltar pessoas é crime, sabia? — Chat noir indagou ironicamente.

— Dane-se! Sai da minha frente, ou senão eu vou atirar! — O homem apontou a arma para a cabeça do herói encourado.

— Nossa, tô morrendo de medo! — Chat noir dramatizou seu medo ironicamente, colocando as costas da mão em sua testa enquanto fechava os olhos.

— JÁ CHEGA! — O criminoso se enfureceu, e atirou três vezes contra Chatnoir.

POW POW POW.

Chat noir desviou as balas de revólver, e mandou o civil correr. Deixando Chat noir e o criminoso, sozinhos.

— Você não entende, não é? — O criminoso apontava o revólver novamente para Chatnoir, falando com a voz chorosa.

— Eu não estou fazendo isso por que eu quero! — Chat noir arqueou sua sobrancelha em questionamento.

— Então, por que você está fazendo isso? Porque ameaçar pessoas inocentes? — Chat noir se aproximou, numa tentativa de acalmar o criminoso, que já estava completamente fora de si.

— Ela vai me matar se eu não fizer! — Os olhos do criminoso derramaram lágrimas, sua voz tinha um tom de melancolia.

— Ela quem? — Chat noir questionou preocupado.

— Ela vai me matar, ela vai me matar, ela vai me matar... — O Criminoso repetia a frase, como se sua mente estivesse completamente perturbada, como se estivesse enlouquecendo.

— Calma, abaixe a arma, e converse comigo, eu só quero te ajudar... — Chat noir novamente tentou se aproximar, largando seu bastão de metal no asfalto.

— NÃO CHEGUE PERTO DE MIM! — O homem recuou, mantendo-se na defensiva. O criminoso se abaixou, lágrimas saiam de seus olhos. Chat noir tentou tranquiliza-lo, mas nada foi muito afetivo.

— Olha, eu sei que você passou por muita coisa, mas se você me disser quem é ela, talvez eu possa te proteger... — O criminoso levantou seu olhar desesperado para Chat.

— VOCÊ NÃO SABE! Lady Lírio não negocia, Lady Lírio não deixa nada passar, ninguém escapa dela. — Chat noir sentiu seu corpo se arrepiar, ao escutar o nome da tal mulher que torturou o pobre homem. Ela parecia completamente assustadora e perigosa. O homem deixou de mirar para Chat noir e apontou o revólver para a própria cabeça. Chat noir arregalou os olhos e correu para tirar a arma das mãos do criminoso.

— ESPERE! — Chatnoir gritou. Contudo, Chat não pôde impedi-lo. Ele só conseguiu ouvir o disparo.

POW

O homem já estava morto. Chat ajoelhou perto do corpo, e checou o pulso do cadáver. Como esperado, sem batimentos. Chat noir chamou a polícia, tentando não mexer muito na cena da investigação. Se culpou pela morte do bandido, e encostou a suas costas na parede do beco, enquanto esperava a polícia chegar. Ele observou o corpo de longe, e cruzou seus braços, tentando não se abalar tanto com a morte daquele assaltante. De repente, um flash de uma súbita memória, o pegou desprevenido.

Mon Petit ChatonOnde histórias criam vida. Descubra agora