Dulce Romance│Vondy

💍 14 » Casamento

│📸 CHRISTOPHER│

― Por sua causa o meu filho foi parar no hospital! (Minha mãe chora desesperada)

Eu relevei essa acusação dela porque quando estamos aflitos devido a algo ruim que aconteceu, sempre tendemos a culpar alguém. Meu pai está dirigindo o carro, minha mãe não para de chorar ao seu lado e eu estou no banco de trás, abraçando meu corpo. 

Victor ― Alexandra, não culpe o menino! Alisson vai ficar bem. 

A polícia entrou em contato com o meu pai e disseram que meu irmão bateu a moto em um carro parado. Não sofreu lesões graves porque não estava em alta velocidade. Logo foi a vez do hospital ligar e eles relataram que Alisson teve uma crise de asma enquanto dirigia, por isso acabou sofrendo o acidente. Uma pessoa que estava no local lhe prestou socorro até a ambulância chegar. Quando Alisson saiu de casa às pressas, esqueceu sua bombinha de oxigênio. 

― Infelizmente o caso é grave. (O médico explica para meus pais e eu escuto tudo de pé em um canto mais afastado) ― O paciente teve uma crise asmática severa. O pulmão está fechado e ele não consegue respirar sem a ajuda dos aparelhos. Tivemos que induzi-lo ao coma. 

Alexandra ― Ah, meu Deus! (Põe a mão no coração) ― Diz que ele vai ficar bem, doutor! Por favor! (Abraça meu pai e ele beija o topo de sua cabeça)

― Não posso dar nenhum parecer por agora. Sinto muito. Nós precisamos ver se o organismo vai responder bem à medicação e se ele vai conseguir respirar normalmente quando acordar. 

Alexandra ― Se acontecer alguma coisa com meu filho, a culpa será sua, Christopher! Toda sua! (Ela se vira pra me olhar e está muito exaltada)

Victor ― Alexandra! (Repreende em tom firme) ― Isso não é coisa que se diga! Você está se ouvindo? Hein? Não pode culpar o menino pelo que aconteceu! Ele só tentou ajudar o irmão! 

Dou passos recuados, minha mandíbula treme, os olhos piscam rápido e as lágrimas finalmente caem. Entro em desespero ao ver minha mãe angustiada e ao imaginar Alisson com dificuldade pra respirar. 

Dulce ― Se acontecer alguma coisa com a minha avó, a culpa será sua, Uckermann! (Vejo Dulce atrás do meu pai, me encarando com semblante sério)

Desperto ofegante e com a testa suando. Esfrego os olhos, sento na cama e depois vou à cozinha pra beber um copo de água. Abro a geladeira, pego a caixa de leite e em seguida a de cereal.

Renan ― Você não tem modos, não? (Entra na cozinha)

Ucker ― Pensei que você fosse pra casa da sua noiva. (Justifico o fato de eu estar à vontade usando apenas cueca)

Renan ― Acabamos de voltar de uma festa aqui perto. 

U ― Foi mal. Eu não sabia que vocês iam vir pra cá. 

R ― Sorte sua que eu me garanto. Ela jamais trocaria a Ferrari aqui por esse seu chassi desnutrido e viciado em cereal. 

Nego com a cabeça e rio pelo nariz enquanto pego uma colher da gaveta do armário.

R ― Tá com insônia? Ou chegou agora também? (Pergunta malicioso e abre a geladeira) ― Tava com a tal Penelope, né? 

U ― Nem uma coisa nem outra. Eu tenho mania de acordar no meio da noite pra assaltar a geladeira. (Levo a colher com cereal à boca)

R ― Que péssima mania! Confesso que eu também fazia isso, mas pra manter essa belezura toda aqui, tenho que seguir a dieta à risca.

U ― Chantili tem muitas calorias também, sabia? (Reparo na embalagem em sua mão)