│🥀 DULCE MARÍA│
Abigail ― Você deve estar muito arrasada porque perdeu o seu emprego, não é, querida?
Depois que terminei de pintar o meu quadro, passei no supermercado e vim pra casa da minha avó. Nós estamos na cozinha. Enquanto vou tirando as compras das sacolas, conto-lhe o que aconteceu no meu dia fatídico de hoje. Desde que ela recebeu alta do hospital, eu tenho dormido todas as noites aqui. Só não vim direto pra cá após sair da agência, porque precisei pegar mais algumas roupas na minha casa e a pintura me ajuda a aliviar o estresse.
Sem contar que a cuidadora ainda estava aqui com ela. Mas assim que cheguei eu a dispensei, pois não irei mais precisar dos seus serviços. Pelo menos não até eu conseguir outro trabalho. Agora que estou desempregada, terei tempo de sobra pra cuidar da dona Abigail.
Dul ― Foi acontecer isso justo no dia da minha promoção. (Abro a geladeira e guardo os alimentos perecíveis) ― Eu gostava do meu trabalho e de trabalhar lá também.
A ― Sinto muito, filha.
D ― Se aquela vadia não tivesse me provocado, eu não teria perdido o controle. (Bato a porta da geladeira com força e minha avó me olha torto)
A ― Não acha que exagerou ao revidar com violência?
D ― Ela me comparou ao canalha do meu pai! (Exaspero-me) ― Me chamou de ladra!
A ― Por falar em Fernando, eu quero lhe fazer outra visita. Apesar de tudo, ele é o meu filho e eu o amo.
D ― Vó, a senhora tem certeza de que está em condições de ir a um presídio? (Sento-me na cadeira à sua frente na mesa)
A ― Já faz mais de um mês que não o vejo. Passei semanas naquele hospital e pude sentir na pele como é horrível ficar preso em um lugar e longe da família.
D ― Família. (Digo em tom de desdém) ― O meu pai não se importa com isso e duvido que sinta a nossa falta. Ele não pensou em mim, no vovô, na senhora. Na minha mãe. (Digo a última frase em tom triste)
A ― Ben e eu só ensinamos coisas boas a ele. (O olhar dela fica distante, como se estivesse se recordando) ― Jamais imaginamos que Fernando fosse parar em uma prisão.
D ― Ele escolheu isso pra vida dele. Você e o vovô fizeram o que podiam pra criar bem o único filho, e ele decidiu ser um crápula.(Seguro suas mãos sobre a mesa)
Nem sempre a criação dos pais faz diferença. Depois que um filho cresce, ele é quem escolhe que tipo de pessoa vai ser.
A ― No fundo eu acho que já sabíamos que ele era um homem ambicioso, porque não via a hora de assumir o controle da sociedade da empresa em Nova York. Inclusive debochou da nossa ideia de voltarmos pra essa cidade e investir em uma simples livraria.
D ― Também não imaginavam que ele faria falcatruas e que perderia tudo futuramente, né?
A ― Seu avô confiou a empresa a ele, mas ele deu conta de perder. Sem contar que foi se afastando de nós. Mal vinha nos visitar.
D ― E ainda assim, depois de tudo, a senhora sempre o visita naquele lugar horrível.
A ― Quando você for mãe, vai entender, Dul. (Dá leves batidinhas na minha mão)
D ― Prometo levá-la amanhã. Tá bem?
A ― Obrigada. (Sorri) ― E você? Não quer vê-lo? Ele é seu pai.
D ― ERA! Sabe que eu não o vejo desde que a senhora me contou a história da minha mãe.
A ― Te entendo. Infelizmente o que Fernando fazia com Blanca resultou na morte dela.
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Dulce Romance│Vondy
Fanfikce📍 Da série: Acordo de Casamento ✓ CONCLUÍDA {09/09/2022} ⚠️ Adulto +1️⃣8️⃣ ➸ Acordodecasamento/herança/amoreódio/perdadememória 💍│O ódio é um sentimento que dói menos que o amor. O fotógrafo Christopher Uckermann e a designer Dulce María ficam d...