Cristina
A noite da savana podia não ser nada convencional, mas era boa para muitas coisas e dessa vez serviu também para deixar Augusto mais feliz e fazê-lo esquecer os problemas que sua família causava na sua vida.
No fim da noite ele me contou da festa de aniversário de casamento dos seus pais e sobre o convite que sua mãe nos fez para participar. Fiquei receosa sobre ir e ter que passar dois dias fingindo ser namorada dele, porque beijá-lo outra vez poderia ser o fim da minha racionalidade e só de pensar nisso já ficava nervosa, porém por outro lado não podia recusar um pedido de Karol feito com tanto carinho e muito menos deixar Augusto ir sozinho para junto dos seus familiares terríveis e suportá-los sem ninguém lhe dando apoio.
Apenas um beijo, um breve selar de lábios, foi o suficiente para dar um choque no meu corpo, um salto no meu coração e trazer de volta coisas que pensei ter deixado no passado. Não queria nem imaginar o que poderia acontecer se tivesse que fazer isso outra vez para sua família continuar acreditando que estávamos juntos.
Também havia a possibilidade dele querer contar toda a verdade, mas imaginava que Augusto não faria isso justo na festa dos seus pais, que era importante para sua mãe, porém se fizesse em algum outro momento eu estaria pronta para lhe dar apoio e garantir que seu pai não iria quebrar o contato dele com Karol.
Ainda que estivesse nervosa com o que poderia acontecer durante o fim de semana, e as possibilidades eram inúmeras, era maior a minha vontade de estar junto de Augusto e não permitir que ficasse sozinho com quem não sabia valorizar o homem incrível que ele era, carinhoso, inteligente, corajoso e companheiro. Por isso aceitei o convite e combinamos tudo para irmos até a fazenda do seu tio na próxima semana.
Enquanto isso torceria para que tudo desse certo e eu não fizesse algo impulsivo outra vez, que arriscaria o que restava do meu coração e das minhas chances de me permitir encontrar alguém para mim que retribuisse meus sentimentos e que pudesse me fazer esquecer de vez o que tanto me deixava inquieta.
***
Alguns dias tinham se passado e nesse tempo aproveitei para me acalmar, tentando não ficar nervosa demais e também pensando em alguns planos que poderiam ajudar. Eu era boa em inventar histórias, criar cenários e desenvolve-los, por isso o fim de semana não seria desastroso se colocasse minha mente fértil em ação na vida real e tirasse algumas ideias dos livros que já tinha lida para tudo dar certo.
Durante esses dias tive outro encontro com um rapaz muito interessante, aquele que Lucca disse estar interessado em me conhecer. Foi um bom encontro, com uma comversa boa, com uma pessoa gentil e divertida, contudo houve um problema como nos outros, mas dessa vez não foi minha culpa, não inteiramente.
Começamos sem saber muito bem sobre o que falar, mas então ele recebeu uma mensagem de uma amiga e quando falou um pouco sobre ela, eu também comecei a falar um pouco sobre meus amigos, porém fui percebendo que a maneira como ele falava da sua amiga era muito semelehange ao jeito como eu falava de Augusto, e esse era o problema. No final do encontro, quando estávamos indo embora, fiz a pergunta que não conseguia mais deixar de fazer e ele confirmou minhas suspeitas de estar saindo com alguém na esperança de parar de pensar na sua amiga que ficou noiva e não tinha ideia dos sentimentos dele por ela.
Isso acabou mexendo comigo mais do que deveria e ir para a casa de Augusto depois, como fiz após os encontros anteriores, deixou mais complicado meus pensamentos e por isso dei outra pausa nos encontros e me concentrei no meu trabalho e nos meus livros.
O trabalho na livraria estava pacato hoje e não haviam muitas pessoas nas mesas de leitura, destinadas a quem comprava um livro e queria um lugar silencioso e tranquilo para ler. Tínhamos alguns clientes fixos que estavam aqui frequentemente e desconfiava que não era apenas pelos livros, mas também pelos cookies e o capuchinho que serviam na cafeteria da frente e eram deliciosos.
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Sempre Perto - Livro 4 Série: Paixão e Amor
RomanceOs clichês são sempre bons, o romance entre mocinha e galã são maravilhosos, mas às vezes precisamos de um clichê diferente e é isso que Paixão e Amor traz. Cristina, aos seus vinte e quatro anos, apesar dos desafios que enfrentou ao longo dos anos...