Augusto
O dia todo senti que algo não estava certo e mesmo estando extremamente feliz por estar noivo da mulher que eu amava, ainda não conseguia deixar de lado essa sensação de que alguma coisa tinha acontecido, ou iria acontecer.
Tentei falar com Cristina durante a tarde, mas ela não atendeu minhas ligações e só foi responder minhas mensagens no fim do dia, pouco antes de começar a escurecer, e me pediu para ir até sua casa. Podia não ter falado com ela ainda, mas enquanto dirigia até sua casa aquela sensação de mais cedo voltou me fazendo ter certeza que algo tinha acontecido com ela.
Cheguei no seu prédio e como sempre acontecia eu não precisava ser anunciado antes de subir, por isso fiz meu caminho até seu apartamento o mais rápido que consegui. Bati na sua porta e esperei alguns instantes, pouco depois fui atendido por Alysson que logo me deu espaço para entrar.
— Ela está no quarto — avisou pegando sua bolsa. — Vou deixar vocês conversarem. Tente ficar com ela ao invés de fazer alguma besteira, Augusto.
Confuso, me despedi dela e tranquei a porta, indo em seguida para o quarto de Cristina e me sentindo muito nervoso e preocupado. Temia que ela tivesse pensando mais e se arrependido de ter aceitado o pedido de noivado, achando que ainda era cedo demais, ou que não era o que queria, isso sem dúvidas iria acabar comigo, mas tentei parar de pensar tão negativamente para não ficar ainda mais nervoso.
A porta do seu quarto estava aberta e pude ver Cristina deitada encolhida na cama embaixo das cobertas. Dei algumas batidas na porta chamando sua atenção e assim ela me olhou.
— Posso entrar?
— Claro que sim — respondeu com um pequeno sorriso.
Não era como nenhum dos seus sorrisos que ela costumava dar, esse era mais contido e triste e senti meu peito apertar com medo do que queria conversar comigo.
Me sentei na beirada da cama e imediatamente ela se sentou e me abraçou com força, escondendo o rosto na curva do meu pescoço. Passei meus braços ao seu redor e acariciei suas costas ficando mais preocupado, mas agora por motivos diferentes daqueles de antes.
Pela maneira como me abraçava Cristina parecia indefesa e procurando por proteção, isso me desconcertou.
— Sunchine, o que aconteceu?
Ela não respondeu, apenas continuou me abraçando calada, o que me deixava mais inquieto e precisando saber o que fez Cristina ficar daquele jeito.
Tirei meus sapatos e me afastei fazendo ela voltar a se deitar enquanto me deitava ao seu lado, nos cobrindo e a deixando outra vez se aninhar nos meus braços, voltando a me abraçar apertado, como se precisasse me segurar o mais perto possível, uma necessidade que agora eu também estava sentindo.
— Quer que nosso casamento seja durante a manhã ou à noite? — perguntei tentando distraí-la.
— A noite e em uma praia — respondeu depois de alguns segundos.
Fiquei feliz que estivesse conversando comigo e também muito aliviado por saber que ela ainda estava pensando no nosso casamento, ou que significava que não pensava em terminar o noivado. Isso tirou um peso dos meus ombros e aliviou um pouco do meu nervosismo, mas não minha preocupação que ainda era grande por causa do estado em que Cristina estava.
Precisava saber o que a deixou assim, porém não iria pressioná-la e piorar a situação, mas deveria conseguir ao menos fazê-la falar comigo para ir se sentindo mais à vontade para me contar sobre o que a perturbava.
— Você ficaria linda com um vestido branco e uma coroa de flores.
— Acha mesmo? — perguntou com a sugestão de um sorriso na voz.
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Sempre Perto - Livro 4 Série: Paixão e Amor
RomanceOs clichês são sempre bons, o romance entre mocinha e galã são maravilhosos, mas às vezes precisamos de um clichê diferente e é isso que Paixão e Amor traz. Cristina, aos seus vinte e quatro anos, apesar dos desafios que enfrentou ao longo dos anos...