Capítulo 2 - Uchiha

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— Entre abaixado, eles podem nos ver. — O loiro dizia enquanto segurava a cabeça do outro abaixada como a sua até entrarem dentro da residência.

Trancou a porta atrás de si e fechou as cortinas, ofegante graças à adrenalina. E foi só quando a crise de riso nervosa que teve terminou é que se deu conta do que havia feito.

Virou-se, temeroso, por ter levado um extraterrestre para a própria sala.

— O que foi que eu fiz...? — Disse, atônito, mas ao olhar para aquele rosto inocente não conseguia se arrepender.

Respirou fundo e tentou se acalmar, enquanto bagunçava os cabelos e andava em círculos pela sala. O outro averiguava o ambiente ao redor e o acompanhava com a vista.

A residência de Naruto tinha móveis e decorações no estilo rústico, mesas e assentos de madeira, uma estante com alguns porta-retratos e um jarro de tulipas de plástico em uma das prateleiras. Adentrando o local, se via a sala de estar, com o sofá de tecido xadrez, suas almofadas, e uma mesa de centro de sucupira.

Também havia o móvel com a TV e algumas revistas de artesanato e culinária. As janelas eram cobertas por cortinas de algodão floridas. À esquerda estava a sala de jantar e a cozinha. A mesa de seis lugares estava forrada com um material plástico e decorada com um vaso de margaridas.

Os armários da cozinha eram grandes e espaçosos, pareciam ter sido feitos exatamente para o ambiente. Também havia uma ilha com tampo de granito no centro.

— Tá. Agora já foi... não há porquê lamentar. Até porque se eles achassem você primeiro, o que eles fariam? O que aconteceria com você? — Naruto o olhou, preocupado. — Ah, não, não são coisas boas que te esperam... e você as merece...?

O moreno estava curioso, mas assustado com cada barulho que ecoava no ambiente. Apesar disso o seu olhar sempre retornava aos cabelos loiros e olhos azuis.

— Você não quer me fazer mal, quer? Agora eu coloquei você numa posição perfeita para tal. Poderia me dilacerar com garras e comer a minha carne bem agora se quisesse. — Fez uma expressão assustada.

O outro o olhou com uma feição totalmente confusa.

— Oh não... Você tentou abduzir a minha vaca? Por isso o celeiro! — Naruto cobriu a boca com a mão, tudo fazia sentido para ele, mas o ser em sua frente ainda mantinha a mesma expressão. Isso o fez cair em si e corar de vergonha. — Isso é só um estereótipo besta, eu sinto muito, você parece uma boa pessoa.

O moreno nada disse. O Uzumaki suspirou.

— Eu não vou entregar você a eles, mas não sei o que fazer. Vou conhece-lo primeiro... — Decidiu, e se endireitou na postura, determinado. — Bom, precisamos de um nome, você tem algum?

Ele não demonstrava sinais de entendimento.

— Até que eu descubra quem é você, vou chama-lo de... de... — O loiro tentou pensar em algo, mas nada lhe vinha à mente. Olhou ao redor em busca de algum objeto que pudesse ajuda-lo, até que viu o abanador de seu avô pendurado na parede e sorriu singelo com a lembrança. — ... Uchiha.

Ele ainda não interagiu, mas pareceu interessado na palavra.

— "Uchiha" é abanador. Assim como este daqui. — Naruto se aproximou e pegou o objeto, sentindo nostalgia.

Uchiha analisou o objeto.

— Era do meu avô. É uma lembrança especial para mim. — Sorriu e abraçou o abanador. — Oh... é mesmo! Você está pelado, deve estar com frio!

Deixou-o sozinho por um instante para voltar com vestes para cobri-lo e aquece-lo. Não era uma noite muito fria, mas pela proximidade de sua propriedade do lago, estava bem gelado.

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