Bala que derrete na língua. - Jikook

XII

Jungkook P.O.V

Fazia 3 horas que Jimin estava no quarto de Seokjin, talvez minhas palavras tenham magoado ele, porém era a verdade, meus irmãos são mais importantes do quê minha própria vida, eu não podia deixar pessoas desconhecidas tirarem eles de mim. 

Olhei para os lados um pouco inquieto, não podia mentir para mim mesmo e dizer que eu não estava preocupado, estou com um garoto altamente depressivo em baixo de meu teto, era quase impossível não ver as cicatrizes horríveis que tinha em seus pulsos, pareciam ter sido feitas de modo tão fundo e sem preocupação de que poderia acontecer algo serio.

Ele queria se matar.

— Jungkook, seus irmãos irã chegar daqui a pouco, é melhor ver se o garoto está vivo. — Sid apareceu no depósito me dando um pequeno alerta.

Como se fosse o sinal verde que minha mente estava precisando, eu me levantei rapidamente.

— Feche as coisas daqui Sid, irei em casa. — Digo saindo em passos pesados até o grande portão de ferro que levava até minha casa.

O local parecia está como sempre, nesse horário os garotos nunca estavam em casa, eu sempre procurava deixar eles ocupados, não gostava que ficassem em casa enquanto a venda de droga estava aberta, até porquê mesmo eu sendo considerado um irmão ruim, não era o dos piores.

Bati fraco na porta esperando alguma resposta, porem nada veio, bati novamente e mais uma vez o silêncio prevaleceu, sem pensar duas vezes entrei no quarto, pois algo ruim poderia ter acontecido com Jimin, porém só vi o rapaz na cama em um sono pesado e profundo.

Andei em passos leves até a cama tentando não soltar um sorriso ao ver os seus cabelos caindo por cima de seus olhos. Jimin tinha a pele tão limpa que parecia um bumbum de neném, tão limpo e macio que deixava com certeza garotas por toda Corning com inveja, não querendo me gabar, mas asiáticos são uma das etnias mais difíceis de envelhecer, alguns são até como vinho, ficam mais bonitos quando envelhecem.

— O que você está fazendo? — Escutei a voz repentina atrás de mim, me virei de uma vez quase que transparecendo meu susto, olhei para o rosto de Jin que estava quase com um gigantesco ponto de interrogação na sua testa.

— Não sabe bater na porta não? É essa a educação que eu te dei? — Falei de cenho franzidos.

— Não sei se percebeu, mas esse é meu quarto, você é o intruso aqui. — Ele diz cruzando seus braços com uma face de desdém.

O jeito que ele falava era idêntico ao da nossa mãe. Talvez eu não tenha falado muito dela, mas o que não falta é assunto sobre minhas duas mães. Jeon Eunji era minha mãe de criação, ela se casou com meu pai biológico, Júan Antônio Jeon Salvatierra, que antes era casado com minha mãe biológica, Kim Yumi. 

Yumi engravidou de Júan no momento mais importante da sua vida, ela tinha acabado de conseguir uma bolsa para uma grande faculdade de artes e não podia cuidar de um bebê, meu pai ficou com raiva e acabou se separando dela, mas eles fizeram um acordo, se minha mãe me tivesse ele podia cuidar de mim, minha mãe não iria precisar se preocupar com nenhum gasto comigo ou algo do tipo.

Quando eu estava prestes a nascer meu pai acabou se casando de novo com minha outra mãe, Eunji, ela não podia ter filhos e ficou mais do que feliz em me criar como seu filho.

Yumi era uma mulher muito forte, nunca voltava numa decisão, ela era alguém que na luta iria até à morte. Sempre tinha um jeito debochado no rosto, algumas de suas falas saiam como veneno da sua boca, às vezes em deboche ou em som de audácia.

Eunji era completamente diferente, sempre foi alguém doce, sua família era completamente fechada com todos de fora, não aceitou quando ela se casou com meu pai, um mexicano que já foi envolvido com fracções pesadas, eles não queriam acreditar que meu pai se aquietou quando tinha se apaixonado por minha mãe Yumi.