Capítulo 17 - Uma tentação chamada Eric

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Liam


Que saco! Desde o dia anterior, eu não conseguia parar de pensar que o idiota do Eric iria me dar aulas. Isso era, no mínimo, hilário. No mínimo mesmo, porque eu costumava pensar que, na verdade, era uma grande merda. Por qual razão o universo, de repente, tinha decidido conspirar de forma contrária a mim? Eu não conseguia entender.

Eu estava tão bem, longe o bastante do Eric. Mas, começou com a mudança do colégio, depois o time, depois fazer duas disciplinas comigo, depois sermos dupla no laboratório e, agora, para completar, eu o tinha como meu professor. Era como se Eric estivesse, propositalmente, se apossando da minha vida.

Esse último ano escolar precisava acabar o mais rápido possível. Eu não conseguia nem imaginar como iria aguentar passar, sei lá, uma hora e meia dividindo o mesmo espaço com o Eric e tão próximo a ele. Uma hora e meia com aquele idiota dentro do meu quarto, do meu universo particular, do meu ambiente.

Isso me lembrava de uma época, quando nós éramos crianças, em que o Eric passava alguns fins de semana na minha casa, para brincar com a Molly, e dormia no meu quarto. Eu odiava isso. Mas, mamãe sempre tinha a brilhante ideia de colocá-lo em uma cama ao lado da minha. Uma verdadeira estupidez, por assim dizer.

O destino, não se dando por satisfeito, inventou de colocá-lo para me dar aulas particulares, enquanto existiam milhares de outras pessoas aptas no mundo para fazer isso. Pelo menos, minha mãe ainda não tinha comentado nada sobre quando esse pesadelo iria começar. Sinceramente, eu esperava que demorasse uma vida inteira. Quanto mais demorasse, melhor.

Já bastava ter que aguentar as ironias que a Molly tinha decidido soltar para tentar me atingir com essa história de "professor Eric".

— Então, quer dizer que você, o cara que mais odeia o meu namorado no mundo inteiro, vai ter aulas com ele? — questionou, enquanto soltava uma risadinha sarcástica. Estava ao meu lado, no banco de passageiro, com seus típicos fones de ouvido. Eu só queria arrancar aqueles fones e jogá-los pela janela, para acabar com esse sorrisinho dela. — A vida é bela!

Apesar da vontade de cometer um atentado terrorista contra minha própria irmã, tentei permanecer calado. Bufando e dirigindo. Molly conseguia ser insuportável quando queria.

— Sério, maninho, vai ser a cena mais engraçada que eu vou ver em toda a minha vida — continuou. — Já pensou? Vocês dois? Você e o Eric juntos? Vai ser daquelas cenas dignas de filmar e postar no Youtube! — riu novamente.

E eu não aguentei ficar mais tempo calado, diante de tanta idiotice.

— Cala a boca, Molly! — disparei. — E desce do carro — Concluí ao estacionar no colégio. Só queria me ver longe dela. Talvez Eric e Molly, no fundo, se merecessem mesmo. Dois idiotas.

— Quer que eu dê algum recadinho ao seu professor? Ou um presentinho? — perguntou com um sorriso cínico. — Quem sabe uma maçã? Os alunos costumam dar maçãs aos professores.

Só se fosse a maçã do pecado para levá-lo direto para o inferno.

— Vai se ferrar, Molly — sem paciência, repliquei. — E desce logo desse carro — abri minha porta na tentativa de me ver logo livre dela.

— Vou dizer ao Eric que você está ansiosíssimo pelas aulas — sorrindo, saiu do carro e caminhou em direção ao corredor principal do colégio. Revirei os olhos ao vê-la se distanciar.

Santa Vodca do Céu, dai-me paciência.

Por falar em Vodca, eu estava precisando de uns goles, já que a minha vida ia de mal a pior. Tudo bem que a última vez que eu tinha me embebedado não foi das melhores situações, pelo que ouvi da boca da Stefany. Até aquele momento, eu não me lembrava que raios fiz naquela noite do pub.

Jogada de MestreOnde histórias criam vida. Descubra agora