Capítulo 18 - Romance Gay

2.8K 260 304
                                    

Liam


Assim que Eric calou a boca, notei que todos os caras do time estavam olhando para nós. E como eu percebi isso? Ora como! Com a estúpida risada que todos soltaram ao mesmo tempo, em alto e bom som. Todas as gargalhadas me fizeram sair daquela espécie de transe, que eu me encontrava há poucos segundos, e encarar, com os olhos cheios de raiva, o imbecil do Eric. A brincadeira que ele tinha feito era a prova cabal de que era um grande imbecil.

Virei-me de lado rapidamente, para que, tanto Eric quanto os caras, não pudessem ver meu pênis semi-endurecido. Aliás, que raios tinha dado na porcaria desse pênis para querer ficar duro? Logicamente, isso não tinha acontecido por causa do Eric. Claro que não! Eu me recusava a acreditar que isso tinha acontecido porque estava vendo o Eric nu, com sua barriga definida, seu corpo todo molhado e... Quê? Definitivamente, eu precisava parar de pensar nessas coisas.

Foco, Liam! Foco!

— Como assim "o que foi?", seu imbecil? — cuspi todas as palavras e franzi o cenho, me fazendo de desentendido. — Tá me estranhando? — E, enfim, dei-lhe as costas, indo rapidamente em direção aos armários do vestiário, que ficavam em um ambiente separado dos chuveiros. Sumi da vista de todos.

Além da raiva que o Eric tinha me feito passar, por causa da piadinha sem graça, eu ainda estava furioso porque não tinha conseguido tomar banho. Pois é, nem a porcaria de um mísero banho eu conseguia tomar em paz! Ia ter que ficar podre e todo suado do treino, porque o meu querido pênis decidiu ficar duro na hora mais inapropriada possível. Aliás, ele já podia voltar ao normal!

Meu pênis precisava ficar de castigo. Quer dizer... Existia castigo maior do que ficar duro por ter visto o idiota do Eric sem roupa? Não! Eu não podia pensar dessa forma! Eu não tinha ficado duro porque vi o Eric sem roupa, e ponto final! Isso devia ter acontecido por qualquer outro motivo, certamente.

Ah sim, claro! Fazia tempo que eu não transava. Era por isso.

Com certeza, era por isso.

Vesti de qualquer jeito as minhas roupas. Estava completamente sem paciência de "me alisar muito", como eu sempre fazia quando me arrumava. Afinal, eu estava podre. Merda! A vida só podia estar brincando com a minha cara. Ou o capeta tinha realmente decidido acabar comigo. O universo conspirava contra mim e aquele último ano do colegial estava um verdadeiro saco.

Levantei meus braços, para cheirar minhas axilas. Senti vontade de vomitar. Inferno. Peguei um perfume qualquer que vi em um dos armários e tomei praticamente um banho. Talvez isso servisse de alguma coisa. Eu realmente esperava. Peguei minha mochila e saí em um pulo do vestiário. Abri a porta e vi um mundo de gente circulando pelos corredores do colégio. Estava no intervalo entre as aulas.

Com o semblante bem sério e muito fechado, caminhei por entre as pessoas pouco me importando com quem estava tocando em meu ombro e me cumprimentando. Eu me sentia com tanta raiva de tudo, que era como se eu não enxergasse um palmo à minha frente. Só queria chegar o mais rápido possível à sala da minha próxima aula, porque estava chateado, fedido e sem saco para aproveitar o intervalo. Ao menos, a disciplina era literatura inglesa. Então, eu não precisaria olhar para a cara do Eric, pela milésima vez no dia, porque o "menino das exatas" não cursava esse tipo de matéria.

Ainda imerso em pensamentos e praticamente sem olhar para onde eu estava indo, de repente, esbarrei em algo enquanto andava.

Porra! — disparei, quando percebi que quase tinha caído por cima de um garoto que estava agachado, amarrando os cadarços do tênis. — Isso é lugar pra você amarrar essa droga de tênis?! — Com ainda mais raiva do que já estava, questionei, enquanto retomava meu equilíbrio.

Jogada de MestreOnde histórias criam vida. Descubra agora