Capítulo 2 - Ser amigo do Eric? Não dá!

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Liam


Mas o que aquilo significava? A minha irmã, por algum acaso, tinha enlouquecido de vez? Ou tinha se drogado? Ou tinha participado de algum ritual de magia que fizesse com que seu juízo fosse pelos ares?

Eu realmente não podia acreditar no que meus ouvidos estavam escutando.

— Sim, namorando — respondeu despretensiosamente, como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo, e sorriu, abraçando, mais uma vez, aquele desgraçado que seduziu minha pobre irmã ingênua desde a infância.

Tudo bem, okay. Eu estava aumentando a história. Na verdade, ele não tinha a seduzido, assim como ela não era ingênua. O problema era que eu não suportava vê-los juntos, porque não combinavam em nenhum aspecto e isso me dava nos nervos.

— Por acaso, você está drogada, Molly? — perguntei com o cenho franzido, tentando entender aquela situação deplorável que se formava diante dos meus olhos. Eu não podia permitir que aquele mulherengo de uma figa a namorasse.

— Para de ser otário, Liam — Eric resmungou, oferecendo-me um semblante de tédio que em nada ajudava a me acalmar. Muito pelo contrário, apenas me fazia ficar ainda mais revoltado com a ousadia daquele idiota que insistia em ser da família, como se já não bastasse ser afilhado dos meus pais.

— Otário?! — Inevitavelmente, me exaltei. Eu não podia aturar o jeitinho atrevido que ele tinha. Quem aquele perna de pau pensava que era? Tudo bem que ele não era perna de pau coisa alguma. Na verdade, Eric jogava bola bem demais, mas eu jamais admitiria isso. — Você não é homem para a minha irmã!

— Chega, Liam! — A voz se Molly se sobrepôs à minha, fazendo eu me calar, mas não fazendo a raiva desaparecer. Eu já não aprovava que eles ficassem juntos desde sei lá quando, mas um relacionamento sério era algo ainda mais inconcebível. Ela precisava de alguém à altura.

— Você também não é homem para a minha irmã, seu imbecil! — Eric revidou, fazendo-me lembrar de que eu também ficava com sua irmã, mas sem compromisso algum. A diferença era que Stefany sempre foi uma garota descolada e desinibida, que não se prendia a relacionamentos, algo totalmente oposto à Molly.

— Você tá ferrado! — apontei meu dedo atrevido em sua direção de maneira ameaçadora, praticamente em cima de seu rosto, e me virei, caminhando à passos pesados rumo à porta de casa e deixando para trás os dois pombinhos do inferno.

— Liam! — Ainda ouvi a voz de Molly chamando-me de um modo aturdido, provavelmente com medo do que eu fosse fazer diante do que havia acontecido, mas, dando de ombros para o seu temor, apenas me aproximei da porta e entrei em casa.

Ao colocar meus pés na sala de estar, logo vi meus pais sentados no sofá, assistindo a um filme, aparentemente estavam calmos e tranquilos. Aquele era o momento perfeito para executar o meu plano, ou seja, dedurar minha doce e linda irmã. Afinal, quem o tal babaca pensava que era para namorá-la? Eu estava realmente furioso.

— Papai. Mamãe — pronunciei-me sem cerimônia, pois tudo o que eu mais queria era ver a cara eles que eles fariam ao saber daquela quase tragédia que havia se abatido sobre nossa família. — Os senhores já estão sabendo da novidade? — perguntei, com uma pontinha de sarcasmo, ao cruzar os braços.

— Não, querido — mamãe ajeitou-se no sofá, erguendo o rosto para mim, enquanto papai continuou vidrado no filme. — O que houve? — franziu levemente o cenho, provavelmente achando estranha a maneira como eu estava e demonstrando que sua atenção era minha.

Jogada de MestreOnde histórias criam vida. Descubra agora