INTRIGAS

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Aqui estou eu, na delegacia da cidade sentada numa cadeira muito desconfortável. Acho estranho porque apesar de tudo, Alan parece muito preocupado em me deixar a vontade. Ele até me deu café na sua xícara. Então iniciamos o interrogatório. Eu conto a ele tudo, e continuo mantendo a acusação contra mim mesma, apesar das provas. Alan insiste que devo parar de me acusar. Eu conto a ele tudo, na verdade, eu conto apenas o que eu quero que ele saiba. Eu gostaria muito de falar que Hannah matou a Jennifer, mas sem as provas eu não poderia. E pelo visto, Jake não apagou somente o nome dele, ele apagou a mensagem onde ela confessava a Amy que atropelou a Jennifer. E isso me irrita.

- Senhorita?

Eu caio em si, me dando conta que ainda estou na delegacia.

- Desculpe, estava distraída. Alan, vocês procuraram o corpo dele?

Alan põe a caneta na mesa, depois apóia os dois braços em cima de uns papéis e me olha:

- Enviei alguns policiais para a mina. Acho difícil encontrarmos um corpo, senhorita. A mina desabou e há muita terra pra ser procurada. A profundidade é imensa. E haviam cavernas onde não alcançaríamos. Não se preocupe, eu não vou desistir. Não por ele, mas pela senhorita. Porque eu sei o que ele deve significar pra senhorita.

Eu baixo a cabeça suspirando forte. A imagem de Richy desolado acaba comigo. Não é como se eu perdesse um amigo, foi como perder um irmão. Quando Alan vai perguntar algo, um policial entra dizendo:

- Delegado, Jéssica Hawkins e Daniel Anderson estão aqui pra depôr.

Alan orienta pro policial a levar eles para a sala de espera no outro corredor. Ele pede licença e sai. É quando noto que o notebook dele tá desbloqueado. Eu envio uma mensagem pro número desconhecido

Desconhecido offline


S/n: O que devo procurar no computador do Alan?

Desconhecido online


Desconhecido: Um arquivo de pasta zip. Numeração 29.34.876.0 envie pra esse celular e exclua seu acesso.

S/n: E como farei isso?

Desconhecido: Não tente me enganar. Eu sei que sabe como fazer. Depois que enviar, me avise. E aviso: Não leia, eu saberei.

Desconhecido offline


- Idiota.

Eu o xingo. Imediatamente eu saio da sala pra disfarçar e verificar se Alan está vindo. Felizmente ele não vem, corredor vazio. Apenas a faxineira arrumando o corredor. Entro na sala, ligo o notebook dele que felizmente deixou liberado o acesso, e encontro o arquivo. Eu envio pro número e como não sou boba, eu envio uma cópia pro meu email. Depois excluo meu acesso e sento. Alan entra segundos depois:

- Desculpe deixá-la sozinha, senhorita.

Eu digo que entendo. Alan me olha desconfiado e clica no notebook. Felizmente eu desliguei e liguei novamente. O que faz com que peça as senha de acesso. Alan digita e continua me interrogando. O interrogatório é muito cansativo, perguntas são feitas, também são respondidas. Por fim, Alan pergunta:

- Por que acusou a senhorita Hannah Donfort na mina?

Eu tento disfarçar o desprazer de ouvir esse nome, mas fica nítido.

- Eu não vou falar dessa mulher.

Alan assente e anotando algo no papel, ele diz:

- Entendo. Bem, soube que a vítima Hannah Donfort está acusando a senhorita e o falecido Richy Rogers, por sequestro e cárcere privado.

DUSKWOOD- DEPOIS DO ADEUSOnde histórias criam vida. Descubra agora