Capítulo 1

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DONATO SAVÓIA

O quarto estava imerso em uma penumbra suave, com apenas a luz da lua penetrando pelas frestas da janela. Ao meu lado, uma jovem de cabelos negros respirava tranquilamente, após o sexo intenso que havíamos feitos. O momento era suave, mesmo que eu não a veja nunca mais, foi interessante sentir sua boceta pulsar incansavelmente em torno do meu pau.

Meu celular começou a vibrar na mesa de cabeceira, rompendo o silêncio. Suspirei, relutante, e estendi a mão para pegar o aparelho. O nome de Armando brilhava na tela. Cazzo!

— Preciso atender – murmurei para a moça ao meu lado, que apenas sorriu sonolenta e se aconchegou mais nas cobertas.

— Armando, o que houve? – atendi, já sabendo que, vindo dele, era algo sério.

— Donato, você precisa voltar para a mansão do papai agora. É urgente. Temos uma reunião.

O tom de voz do meu irmão não deixava espaço para perguntas.

— Estou a caminho," respondi, encerrando a ligação. – levantei-me, vesti-me rapidamente e dei um beijo na testa da moça antes de sair.

— Tenho que ir, mas nos veremos em breve. – menti.

A noite estava fria enquanto dirigia pela estrada deserta em direção à mansão de meu pai, Salvatore. A mente fervilhava de perguntas e preocupações, tentando adivinhar o motivo da reunião repentina. Espero que não seja algo sobre minha irmã, Bea, que se casou à menos de dois meses e acabou de nos informar sobre sua gravidez. Bastardo engravidou minha irma.

Ao chegar, o ambiente era tenso. Na sala de estar, encontrei meus primos Mathias e Matteo, meus irmãos Sebastian e Armando, meu pai Salvatore, e meus tios Mário e Anthony.

— Donato, finalmente – disse meu pai, com um aceno sério – Precisamos conversar. Estávamos apenas lhe esperando. Onde estava?

— Transando – respondo

— Novidade – resmunga Matteo, sorridente

Sentei-me, deixando meu primo de lado e focando no agora, tentando manter calmo.

— O que está acontecendo?

— Após o rompimento do noivado de Beatrice com James, a situação escalou de uma forma que não previmos – começou meu tio Anthony – A Austrália declarou guerra contra nós, considerando o rompimento uma audácia inaceitável.

Meu coração deu um salto. A ideia de uma guerra por causa de um noivado rompido parecia absurda, mas na nossa família, política e negócios estavam sempre entrelaçados de maneira complexa e perigosa.

— Precisamos agir rapidamente para conter essa crise – continuou o meu pai – Donato, você será enviado para a Rússia. Para realizar a missão que seria de Bea e Criatian. Precisamos adiantar os processos do diário, eles descobriram coisas relevantes e precisamos continuar. Você irá se encontrar com Sergei Popovaf, o segundo no comando.

— Sebastian e eu ficaremos na Itália – acrescentou Armando – Vamos tentar consertar o que aconteceu e evitar que a situação piore. Chamamos os australianos para uma reunião daqui dois dias. Faça de tudo para que os Russos cooperem.

A responsabilidade pesava sobre mim, mas eu sabia que não havia outra escolha.

— Entendido. Parto imediatamente.

— Sua missão será a Joaninha, filho. Cuidado – alerta meu pai.

Os próximos minutos foram um borrão de instruções e preparativos. Enquanto me despedia de meus irmãos e primos, senti o peso do dever familiar cair sobre meus ombros mais uma vez. Havia pouco tempo para refletir ou hesitar. A família dependia de mim, e eu estava determinado a não decepcioná-los.

Saí da mansão com uma sensação de urgência e determinação. A Rússia me aguardava, e eu precisava garantir que nossa rede de contatos e negócios permanecesse intacta. A paz que senti naquele sexo horas atrás, parecia distante agora, mas sabia que, em algum lugar no futuro, haveria espaço para a tranquilidade novamente. Por enquanto, a guerra exigia toda a minha atenção. Eu odeio Russos, mas não tenho escolhas.

De volta ao meu apartamento, comecei a arrumar minhas coisas para a missão. A mala aberta na cama se enchia rapidamente com roupas e documentos. A mente ainda estava acelerada, processando a gravidade da situação. Peguei meu celular e, antes de continuar, decidi ligar para Beatrice. Precisava ouvir a voz dela, saber como ela estava.

Após alguns toques, a chamada foi atendida, e o rosto sorridente de Beatrice apareceu na tela.

— Oi, Don. O que está acontecendo?

— Oi, Bea. Precisava falar com você antes de ir para missão. Como você está? – perguntei, tentando esconder a preocupação na voz.

— Estou bem, Donato. Sério, nunca estive tão feliz como estou agora – respondeu ela, com um brilho nos olhos.

— Tem certeza? – insisti – Quero dizer, com tudo o que está acontecendo...

— Sim, Don. Estou realmente feliz – ela brincou, fazendo uma careta engraçada. – Você se preocupa demais!

Antes que eu pudesse responder, Cristian apareceu atrás dela, abraçando-a por trás e plantando um beijo em seu pescoço.

— Ei, cunhado! Estou cuidando bem da minha princesa aqui – disse ele, com um sorriso provocador.

Rolei os olhos e fiz uma careta de nojo.

— Vocês dois são insuportáveis, sabia? – Beatrice riu, empurrando Cristin de leve.

— Deixa meu irmão em paz, amor. Se não ele chora.

— Está bem, está bem –disse Christian, levantando as mãos em rendição. – Só queria dizer que te amo, Bea.

Eu finji que ia vomitar e Beatrice riu alto.

— Também te amo, amor – disse ela, antes de voltar a olhar para mim – Donato, me prometa que vai se cuidar. E lembre-se, eu te amo.

— Eu também te amo, irmãzinha – respondi, sentindo um aperto no coração. — Vou me cuidar. E cuide-se também. E cuide do nosso segredo, hein?

Ela assentiu, com um sorriso cúmplice.

— Pode deixar. Seu segredo está seguro comigo.

Desliguei a chamada sentindo-me um pouco mais leve, mas ainda com a responsabilidade pesando sobre mim. Terminando de arrumar minhas coisas, peguei a mala e saí do apartamento. A Rússia me aguardava, e eu estava determinado a cumprir minha missão com sucesso.

Enquanto dirigia para o aeroporto, pensei nas palavras de Beatrice. Saber que ela estava feliz me dava forças. Sabia que, apesar da distância e dos desafios que enfrentávamos, nossa família era nosso maior alicerce. E, por mais que o futuro fosse incerto, estava preparado para enfrentar o que viesse, com a certeza de que não estava sozinho.

O Insolente - Nova Era 4 - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora