DONATO SAVÓIA
O sangue espirrava de um lado para o outro na sala de interrogatório. O homem já estava claramente morto, sem batimentos, sem expressão, apenas sangue e dentes quebrados. Armando não o parou de socar, cada vez que o acertava, meu irmão se enchia ainda mais daquele liquido vermelho e viscoso. O cheio ferroso adentrava em minhas narinas e trazia uma sensação familiar, algo sombrio e delicioso.
O infiltrado, que se chama Duru, estava em nossas terras meses atrás. Colocou todos nós risco, informou a Catarina a necessidade que Armando tinha de se casar e como ele estava sendo pressionado para que isso acontecesse de forma rápida.
E se vocês se questionarem do como ele descobriu isso, é simples: O desgraçado é técnico de T.I, além de ter acesso ao número privado da sala de Sebas, ele conseguiu criptografar conversas entre nós e descobrir não só isso, como também que estávamos perto de achar Naoly anos atras em Palermo. Então é compreensível o ódio evidente nos olhos de Armando.
Quando sai do interrogatório com o informante, senti um alivio. O homem era um poço de informações, mas arrancar os dados necessários dele foi um processo cansativo, até mesmo pra mim. O calor do local e a tensão constante me deixaram exausto. Dirigi-me direto para minha cobertura, precisando urgentemente de um banho para limpar o suor e a fadiga do corpo.
Ao entrar no banheiro, tirei minhas roupas sujas e liguei o chuveiro. A água quente escorria pelos meus ombros tensos, lavando as preocupações e a sujeira do dia. Fechei os olhos, permitindo-me um momento de paz. Os pensamentos sobre Irina Ferrari surgiram como uma tempestade inevitável. Seu sorriso delicado, a força disfarçada por uma aparência amorosa.... Ela era como uma joia rara, difícil de encontrar e ainda mais difícil de esquecer.
Depois do banho, vesti uma camisa casual e jeans, preparando-me para visitar minha mãe, Analese. O condomínio onde ela e o restante dos Savóia moram é um refúgio para mim, um lugar onde eu podia ser apenas Donato, sem a pressão dos negócios ou das missões.
— Mama! — chamei, entrando na sala de estar ampla e elegantemente decorada.
Mamãe evantou-se com um sorriso caloroso.
— Donato, meu querido! — ela me envolveu em um abraço apertado. — Está com um brilho diferente no olhar hoje. O que está acontecendo? – suspirei, sabendo que não podia esconder nada dela.
— Mamãe, conheci alguém. O nome dela é Irina Ferrari. Ela é... diferente de qualquer pessoa que já conheci. – os olhos de mamãe se iluminaram.
— Uau, uma Ferrari! Me conte mais sobre ela, Don.
Relutante no início, acabei desabafando.
— Ela é forte, corajosa e... há algo nela que simplesmente me atrai. É como se ela fosse uma joia, rara e preciosa.
— Parece que você está realmente encantado por ela. — ela acariciou meu rosto com carinho. — Eu nunca te vi falar assim sobre ninguém.
Antes que pudesse responder, meu telefone tocou. Olhei para a tela e vi o nome de Victoria, a prima de Cristian, meu cunhado. Suspirei, já prevendo o que estava por vir.
Oh garota chata da porra.
— Preciso atender isso, mamãe. Só um momento.
Afastei-me um pouco e atendi a chamada. — Victoria, estou ocupado. O que você quer?
— Donato, querido, sinto sua falta. Podemos nos encontrar hoje? Eu comprei uma lingerie nova e estou louca para voces arranca-la de mim... — A voz dela era sedutora, mas não despertava nada em mim além de irritação.
— Já disse várias vezes, Victoria. Não estou interessado em continuar o que quer que tenhamos tido. Isso acabou. Não entende? Porra!
Ela insistiu, a voz ficando desesperada.
— Mas eu preciso de você, Donato. Eu faço qualquer coisa para te ter de volta. Eu serei uma boa amante, eu faria de tudo para tê-lo pra mim! Qualquer coisa, me ouviu?
— Isso não vai acontecer, maluca. Tchau, Victoria. — Desliguei o telefone, sentindo um alívio imediato. Ela precisava entender que eu não queria mais nada com ela, foi bom tirar a virgindade dela, ter sempre sua boceta à minha disposição, mas o meu coração agora estava lançado e nenhuma mulher poderia mudar isso.
Voltei para perto de minha mãe, que me observava com uma expressão curiosa.
— Tudo bem, filho?
— Sim, só um contratempo. Mamãe, eu preciso voltar para a Rússia – ela me olha relutante e eu sorrio – Preciso de Irina ao meu lado, e não vou voltar para a Itália sem ela.
Os olhos da minha mãe se arregalaram, mas um sorriso de aprovação apareceu em seu rosto.
— Siga seu coração, meu filho. Se Irina é tão especial quanto você diz, então vá buscá-la. – sussurra – Mas tome cuidado, Russos podem ser traiçoeiros! Qualquer coisa, não exite em matar Ivan e volte para a Italia, porque o que houve, resolveremos juntos.
Abracei minha mãe com força, sentindo a determinação crescer dentro de mim.
— Obrigado, mamãe. Eu vou trazê-la de volta.
No caminho para minha cobertura, peguei o telefone e liguei para minha irmã, qua agora se parecia mais com um baleia barriguda. Precisava ouvir a voz dela.
— Oi, Bea. Só queria dizer que te amo muito.
Ela riu do outro lado da linha.
— Eu também te amo, Don. O que houve? Você parece diferente.
Antes que pudesse responder, ouvi a voz de Jane, nossa prima, ao fundo.
— Donato, você está bem? Parece que algo mudou em você.
— Estou bem, Janezinha. Só tenho algumas coisas para resolver. Cuidem-se, tá?
Desliguei o telefone com um sorriso. Sabia que Beatrice e Jane se preocupariam, mas também sabia que entenderiam. Meu coração estava decidido. Irina era a mulher que eu precisava ao meu lado, e faria de tudo para tê-la comigo.
Assim que cheguei à minha cobertura, comecei a planejar minha viagem de volta para a Rússia. O destino me aguardava, e eu estava pronto para enfrentar qualquer desafio para trazer Irina para a minha vida. E isso aconteceria, querendo Ivan ou não.
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O Insolente - Nova Era 4 - Conto
RomanceVol.4 Nova Era - Série da Máfia O que faria se em um dia comum, você fosse atacada e o príncipe que sonhou por anos, aparecesse para lhe salvar? Pois foi o que aconteceu com Irina Ferrari, após um atentado, ela se vê perdidamente apaixonada por Don...