O Insolente - Nova Era 4 - Conto

Capítulo 17

DONATO SAVÓIA

O escritório estava mais movimentado do que o habitual. Sebastian estava ao meu lado, com um olhar interessante. Armando, sempre impaciente, estava ao telefone, finalizando detalhes. Hoje, receberíamos uma visita importante.

Iago Hernández, líder da máfia espanhola e velho amigo de Sebastian, havia chegado à Itália. Junto com ele estava Adrian Hernández, seu subchefe e primo. Eles traziam informações valiosas sobre a Yakuza, e nossa aliança se fortaleceria ainda mais.

Assim que Iago e Adrian entraram, Sebastian os recebeu com um abraço caloroso.

— Iago, meu amigo! É bom te ver.

Iago sorriu.

— Sebastian, sempre um prazer. Este é Adrian, meu subchefe e primo, mas deve o conhecer.

Adrian, assim como o seu primo, trazia consigo os detalhes da familia Hernandez. Os olhos com um tom azul intenso, cabelos negros e pele clara. Uma familia de grande influencia tanto na mafia, quanto na alta sociedade.

— Prazer em conhecê-los. – disse Adrian.

— Vamos nos sentar – disse eu, gesticulando para as cadeiras ao redor da mesa – Temos muito o que discutir.

Armando finalmente desligou o telefone e se juntou a nós.

— Então, Iago, o que você tem para nós?

Iago se recostou na cadeira, seu rosto ficando sério.

— A Yakuza está mais envolvida na Itália do que pensávamos. Eles têm aliados poderosos, mas também pontos fracos. Precisamos agir rapidamente.

Adrian abriu uma pasta e espalhou alguns documentos na mesa.

— Aqui estão as localizações principais deles. Nós também temos informações sobre os australianos. Eles são uma peça fundamental nessa aliança.

Sebastian examinou os documentos.

— Esses pontos fracos... Podemos explorá-los? Porque Grace Norulo seria um ponto fraco?

Iago assentiu.

— Sim, mas precisamos ser cuidadosos. Qualquer movimento errado pode alertá-los e fortalecer ainda mais a aliança deles. Bom, com Grace Norulo em solo italiano, uma guerra ou uma aliança começaria – disse Iago.

— Tenha seus amigos por perto e seus inimigos mais perto ainda – concluiu Adrian.

— Então, como vamos atacar? – perguntei, inclinando-me para frente.

Armando, sempre prático, interveio.

— Precisamos de uma estratégia clara. Atacaremos os territórios japoneses enquanto neutralizamos os australianos.

Adrian sorriu, um brilho de malícia nos olhos.

—Tenho alguns homens prontos para isso. Com a informação que temos, podemos fazer um ataque preciso e devastador.

Sebastian olhou para mim.

—Donato, você está a bordo com isso?

Assenti.

—Sim, mas precisamos coordenar bem. Qualquer erro e podemos estar em uma guerra ainda maior.

— Bom – disse Iago, levantando-se – Vamos planejar isso nos mínimos detalhes – Adrian, mostre-lhes os planos.

Adrian abriu um mapa grande sobre a mesa, detalhando os pontos de ataque.

— Esses são os locais que vamos atingir primeiro. Aqui é onde os australianos estão mais vulneráveis. Vamos dividi-los e atacá-los simultaneamente.

— Armando, seus homens podem cuidar dessa área? – perguntei, apontando para um dos pontos no mapa.

Armando assentiu.

—Sim, tenho os melhores homens prontos. Vamos acabar com eles.

Iago olhou para Sebastian e depois para mim.

—É bom ver que ainda podemos contar com vocês.

Sebastian riu.

—Sempre, Iago. Lembra daquela vez em Madrid? Aquela confusão com os franceses?

Iago gargalhou.

—Como esquecer? Adrian aqui quase perdeu uma orelha. – Adrian fingiu indignação.

— Ei, foi só um arranhão, babaca.

A sala se encheu de risadas, uma pausa bem-vinda na tensão que nos rodeava. Mas logo, o foco voltou à estratégia.

—Vamos enviar nossos homens esta noite – disse Iago – Precisamos pegar eles desprevenidos.

— Concordo – disse – Vamos acabar com o território japonês e neutralizar os australianos.

Armando levantou a mão.

— Ei, Donato, só não vá se apaixonar por mais nenhuma filha de chefão por aí. Um já é complicado o suficiente.

Rimos, mas havia uma verdade amarga na brincadeira. A vida que levávamos não permitia distrações, e cada movimento precisava ser calculado.

— Prometo, maninho – disse, ainda rindo. –Uma Irina já é mais do que suficiente para mim.