Capítulo 6

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IRINA FERRARI

O tatame parecia se estender infinitamente sob meus pés, enquanto eu tentava focar nos movimentos que Sensei Raul demonstrava. Meu corpo executava os golpes quase que automaticamente, mas minha mente estava longe, muito longe. Estava nos olhos verdes brilhantes de Donato, no sorriso perigoso que ele lançava de forma quase casual, e no cheiro envolvente que parecia me envolver toda vez que eu fechava os olhos.

— Irina, está bem? — a voz de Calista interrompeu meus devaneios. — Você parece estar em outro mundo.

Forcei um sorriso, tentando dissipar o nevoeiro de lembranças que me envolvia.

— Estou bem, só um pouco cansada, acho. – Calista arqueou uma sobrancelha, claramente não convencida.

— Não parece só cansaço. Você está assim há dias. Tem certeza que não é algo mais? – desviei o olhar, tentando encontrar uma desculpa plausível.

— Tenho dormido mal ultimamente, só isso. – ela suspirou, cruzando os braços.

— Isso tem a ver com aquele homem que te salvou no shopping, não é?

Um sorriso escapou antes que eu pudesse impedir. Lembrar de Donato era como um reflexo involuntário, uma chama que se acendia no fundo dos meus pensamentos. Calista percebeu instantaneamente.

— Ahá! Eu sabia! — exclamou ela, apontando um dedo acusador para mim. — Então é isso.

— Vou beber um pouco de água — murmurei, querendo fugir da conversa. Caminhei até o canto da sala, sentindo o olhar de Calista me seguir. Claro, ela não me deixaria em paz tão facilmente.

Peguei minha garrafa d'água e tomei um gole, tentando acalmar meu coração acelerado. Não podia deixar que ninguém soubesse sobre meus sentimentos confusos por Donato, especialmente a frase que ele sussurrou antes de ir embora: "Eu começaria uma guerra por você, Irina". Aquelas palavras ecoavam na minha mente, tão poderosas e assustadoras ao mesmo tempo.

— Irina, espera! — Calista se aproximou, persistente. — Você não pode fugir de mim assim. Fala logo, o que está acontecendo?

Revirei os olhos, sentindo a irritação crescer.

— Calista, por favor, deixa isso pra lá. Não é nada que você precise se preocupar. – colocou a mão no meu braço, forçando-me a olhar para ela.

— Irina, sou sua amiga. Eu me preocupo com você. Não quero ver você assim, tão distraída e distante.

Minha paciência se esgotou.

— Eu já disse que estou bem, Calista! — falei, a voz mais alta do que pretendia. Vi a surpresa e a mágoa nos olhos dela, e imediatamente me arrependi. — Desculpa... eu só... preciso de um tempo, tá? – Calista soltou meu braço, dando um passo para trás.

— Tudo bem. Mas sabe que pode contar comigo, certo? – assenti, mas a culpa já pesava em meu peito.

— Eu sei. Obrigada.

Deixei Calista para trás, voltando ao tatame. Minha mente ainda estava cheia de Donato, mas eu precisava encontrar uma maneira de esconder isso melhor. Não podia deixar que sentimentos tão vagos e confusos atrapalhassem minha vida, ainda mais agora. Concentrei-me novamente nos movimentos de defesa pessoal, tentando afogar as lembranças na repetição dos golpes.

Enquanto meu corpo se movia, a voz de Donato sussurrava novamente em minha mente. "Eu começaria uma guerra por você, Irina." Talvez, um dia, eu conseguiria entender o que aquelas palavras realmente significavam. Por enquanto, só podia tentar manter meus pensamentos sob controle e me focar no presente.

De volta à mansão, senti o peso da aula de defesa pessoal cair sobre mim como uma onda. Subi as escadas, desejando apenas um banho quente para relaxar. A casa estava silenciosa, exceto pelo som distante de passos e conversas abafadas. Entrei na minha suíte e fechei a porta, me isolando do mundo exterior.

Deixei minhas roupas caírem no chão e abri o chuveiro, ajustando a temperatura até que o vapor começasse a encher o banheiro. A água quente era um alívio para meus músculos cansados, mas minha mente continuava a vagar. Mesmo sob o jato quente, os pensamentos se voltaram para Donato.

Os olhos verdes brilhantes invadiram minha mente, hipnotizantes e penetrantes, acendendo algo dentro de mim. Seus lábios rosados, sempre curvados num sorriso insolente e cafajeste, pareciam tão próximos que quase podia senti-los. Recordei da blusa social que ele usava, o tecido esticado sobre os músculos definidos que pareciam clamar para que eu os libertasse. A lembrança me causou um calor que a água quente do chuveiro não poderia explicar, minha boceta pulsou, me causando um tremor gostoso.

Sem perceber, minhas mãos começaram a percorrer meu corpo, deslizando pelos ombros e descendo para os meus peitos, que estão com o bico eriçado. A água escorria por minha pele, mas minha mente estava longe, imaginando que eram as mãos de Donato que me tocavam, que me faziam sentir essa vontade de algo à mais. A sensação era intensa, quase palpável, e deixei escapar um gemido quando meu polegar e indicador apertaram com força, meu bico durinho e rosado.

Fechei os olhos, permitindo-me sentir essa dor prazerosa. Imaginei Donato aqui comigo, seu corpo pressionado musculoso e quente contra o meu, seus dedos explorando meu corpo, apertando cada banda da minha bunda e os lábios dele com os meus. O calor aumentava, e meu coração batia descompassado. Minhas mãos continuaram a me explorar, descendo gradativamente, até chegar na minha boceta molhada e quente. Sem ao menos controlar meus dedos, eles já passavam de cima para baixo na extensão da minha boceta quente e pulsante.

Antes que pudesse ir mais longe, ouvi uma batida na porta da suíte, seguida pela voz da governanta.

— Senhorita Irina, sua mãe, dona Isadora, a espera para um lanche da tarde.

Desliguei o chuveiro imediatamente, a realidade voltando com força. O vapor ainda pairava no ar, mas a magia do momento havia se dissipado. Enrolei-me em uma toalha, sentindo o rubor nas minhas bochechas. Como podia ter me deixado levar assim?

— Já vou descer – digo, com a voz entrecortada.

O Insolente - Nova Era 4 - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora