Capítulo 15

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DONATO SAVÓIA

— Que porra é essa aqui? – questiono, assim que adentro no escritório do meu pai, encontrando Ivan Ferrari tomando um uísque ao lado do meu progenitor. Os olhos furiosos de Ivan encontram os meus, infelizmente estou chocado demais pra ligar.

Meu pai, estava sentado do outro lado da mesa, igualmente armado com um copo de uísque, mas com uma expressão mais cautelosa.

Assim que cruzei a porta, Ivan se levantou abruptamente, derramando parte do seu uísque no tapete persa. Minha mãe irá mata-lo por mim.Seu rosto estava vermelho de raiva, as veias no pescoço pulsando visivelmente.

— Donato! — ele rugiu, apontando um dedo trêmulo na minha direção. — Como ousa aparecer aqui depois do que fez? Você levou minha filha das nossas terras, desafiou minha autoridade.

Mantive-me firme, endireitando os ombros e encontrando seu olhar furioso com uma calma calculada. Sabia que isso o irritaria ainda mais, mas não me importei.

— Ivan, — comecei, minha voz fria e controlada. — Irina não é uma propriedade para ser guardada e controlada. Ela é uma mulher livre e tomou suas próprias decisões. Se quer casar comigo, é porque me ama, não porque eu irei força-la.

Os olhos de Ivan arderam de raiva, e ele deu um passo à frente, fechando o punho como se estivesse prestes a me golpear. Antes que pudesse reagir, meu pai levantou-se rapidamente, colocando-se entre nós dois.

— Não se atreva a encostar no meu filho. Ele errou, não posso negar, mas ninguém encosta um dedo nele. — disse ele com firmeza, uma mão levantada para apaziguar a tensão. — Estamos todos aqui para discutir isso como homens civilizados, não para brigar como bárbaros. Entendido?

— Civilizados? — Ivan cuspiu a palavra. — Você chama de civilizado roubar uma filha de seu pai? Foi isso que o ensinou, Salvatore? A roubar mulheres?

— Ninguém foi roubado aqui, — rebati, cruzando os braços. — Irina e eu escolhemos um ao outro. Foi uma decisão mútua. Se você não consegue aceitar isso, é problema seu.

A tensão no ar era palpável, e por um momento, pensei que Ivan realmente atacaria. Pobre do meu belo rosto. No entanto, naquele exato momento, a porta se abriu novamente, e meus irmãos, entraram no escritório. Os dois carregavam expressões de curiosidade e preocupação, claramente cientes da situação tensa que se desenrolava.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou Sebastian, olhando de mim para Ivan e depois para nosso pai.

— Uma discussão de família, — respondi, sem tirar os olhos de Ivan. — Ivan parece ter problemas em aceitar que Irina vai ser a minha mulher, uma Savóia. E diga-se de passagem, que combina mais com ela o meu sobrenome.

— Problemas? — Ivan repetiu, rindo sem humor. — Problemas é um eufemismo, Donato. Você desonrou minha família, desrespeitou minhas ordens e acha que pode sair impune?

— Chega disso, velhote chato — Armando interveio, sua voz calma mas firme. — Estamos todos aqui para resolver isso de maneira pacífica. Ninguém quer um conflito entre nossas famílias.

Ivan olhou de Armando para Sebastian e depois para meu pai, que ainda estava entre nós dois, tentando manter a paz.

— Resolver pacificamente? — ele zombou. — E como você sugere que façamos isso?

Antes que alguém pudesse responder, tomei a palavra novamente.

— Simples — disse eu. — Você pode aceitar que Irina fez a escolha dela. Pode tentar entender que nossa união não é um insulto à sua autoridade, mas sim um testemunho do amor verdadeiro. Coisa que você não deve entender, né, sogro?

O Insolente - Nova Era 4 - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora