BasilEstaciono minha velha picape no estacionamento da Universidade de Berkeley, e como já esperava, meu carro é o pior daqui, o que atrai vários olhares tortos dos alunos mais riquinhos, mas não é nada com que eu já não estivesse acostumado.
Quando ainda estudava na Pensilvânia enfrentava o mesmo tipo de gente, além de ter repetido algumas vezes no colégio e entrar com 20 anos na universidade, como bolsista ainda por cima, até decidir que havia chegado a hora de ir embora.
A maioria das pessoas acham que aqueles que fogem são covardes, e eu discordo. Para mim, deixar tudo aquilo que te quebrou sem olhar para trás, é um ato de coragem, e em grande parte, de sobrevivência, o que é meu caso.
Saio do meu carro com o capuz capuz do meu moletom cobrindo minha cabeça, odeio os olhares por mais que esteja acostumado, odeio qualquer tipo de atenção e me isolo ao máximo.
Caminho para dentro da universidade e procuro a reitoria onde devo estar. Sem pedir qualquer informação por odiar muitas interações sociais, encontro a sala do reitor e entro.
— Senhor Saint Basil, seja bem vindo à Berkely, — o homem de cabelos brancos se levanta para me cumprimentar. — me chamo Joseph Bale e coordeno esta universidade.
— Muito obrigado Sr. Bale.
— O senhor possui bolsa com auxilio estudante mas sabe que precisará trabalhar duas vezes por semana na biblioteca, não é?
— Sim estou ciente. — Respondo ajeitando minha mochila no ombro.
Uma batida na porta nos interrompe.
— Entre. — O homem diz, então um garoto branco de cabelos castanhos e óculos e bem afeiçoado entra. — Oh senhor Lucas Miller, deixe eu te apresentar nosso novo aluno, Saint Basil Parra.
— Só Basil, por favor. — Digo ao estender a mão para o cara que parece um geek.
— Muito prazer, Basil, me chamo Lucas. — Diz um tanto quanto tímido.
— Como eu tenho que fazer algumas coisas, Sr.Miller irá te conduzir nas aulas e explicar os lugares que precisa saber, e quanto ao seu trabalho em nossa biblioteca, os dias serão segunda e quarta.
— Tudo bem. — Sou curto em dizer.
— Podem ir.
— Obrigado.
Lucas sai primeiro e eu o acompanho. Os corredores estão vazios quando caminhamos por eles.
— Nesse horário as aulas já estão acontecendo por isso está tudo tão vazio. — Ele explica. — Aqui fica o laboratório de ciências, não que isso importe já que não é nosso curso.
— Você tem cara de alguém que faria ciências. — Escapa antes que eu tenha tempo de pensar.
Os lábios dele se erguem num sorriso timido.
— Já ouvi muito isso, mas não se engane, eu sou muito geek, tanto que faço cinema porque quero adentrar a parte cinematográfica dos nerds.
— Não havia pensado por esse lado, também combina com você. — Digo me sentindo um idiota por fazer o que fazem comigo. — Desculpa por presumir errado, fazem o mesmo por eu ser todo tatuado e fechado mas estudar cinema, e odeio isso.
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Valência
RomanceValência Delgado é uma universitária hispano-mexicana que vive a vida adoidada em São Francisco. Com uma boa bagagem de namoros tóxicos e um trauma doloroso, Valey é um grande raio de sol. Completamente desapegada, ela rejeita qualquer hipótese de r...