ValênciaO último dia que peça da Nora está quase para começar, então o caos se inicia.
— Eu estou com coceira. — Um dos atores reclama com a pele toda vermelha.
— Eu também estou, acho que é a roupa. — A atriz principal conclui.
De repente, vários atores quase rasgam a pele de tanta coceira.
— Meu Deus, acho que colocaram pó de mico nos figurinos. — Digo ajudando-os a tirar.
— Faltam 3 minutos por que não estão posicionados? — Nora surge irritada.
— Temos problemas, amiga. Alguém pôs pó de mico nas roupas e o elenco está todo se coçando.
— ALGUÉM? Não, isso tem dedo da Ária.
— Nora...— Uma das ajudantes arrasta Charlie — o protagonista — pelo braço. — Aquele chá de romã que deu para ele, o deixou sem voz.
— Chá de romã? Eu não dei chá algum.
— Alguém deixou uma xícara com um bilhete dizendo que era para aquecer a voz...
Então a fonte dos problemas surge: uma Ária com um sorriso debochado nos lábios, braços cruzados e os longos cabelos escuros caídos a frente do corpo.
— Ops.
Mal tenho tempo de segurar quando minha amiga corre avançando contra Ária.
Ambas caem e saem rolando trocando tapas, socos e puxões de cabelo.
Permito que elas se estapeiem por uns minutos, até que peço para dois caras as separarem.— CHEGA! Vocês estão passando dos limites com essa guerra boba. — Esbravejo me pondo entre elas.
Nora tem um corte nos lábios, Ária tem as marcas das unhas da minha amiga na bochecha, eu queria rir mas engulo para não piorar.
— Você vai se arrepender disso, e dessa vez vai implorar pelo meu perdão, Gomez. — Nora ameaça com seu tom de voz perturbador, até eu ajoelharia e pediria desculpas.
— Eu duvido. — Ária rebate.
Minha melhor amiga se solta do cara que a segurava e vai embora.
Restou para eu avisar o público, então assim o faço.
Termino de arrumar o camarim, fecho o teatro e entrego as chaves ao zelador.Duas horas depois estou em casa, assistindo Rubi enquanto devoro o Arroz Con pollo que pedi, Bas me viciou nesse prato e tenho comprado quase todos os dias, mas não é tão bom quanto o dele.
Falando no meu bad boy, me acostumei tanto a ele vir aqui ou eu ir em sua casa que estou sentindo falta neste momento, mesmo que eu o tenha visto na universidade.
A verdade é que jamais imaginei que teria uma amizade tão forte com um cara. Me acostumei tanto a vê-los se aproximar apenas por sexo, que é diferente agora...mas bom.Não posso negar que estou atraída por ele, se Basil gostasse de sexo sem compromisso eu não pensaria duas vezes antes de sentar, e isso tem sido difícil de lidar.
Nunca ouvi um "não" de um homem antes, claro que Bas não disse exatamente isso, mas deu a entender que também tem atração por mim, porém não irá fazer nada.
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Valência
RomanceValência Delgado é uma universitária hispano-mexicana que vive a vida adoidada em São Francisco. Com uma boa bagagem de namoros tóxicos e um trauma doloroso, Valey é um grande raio de sol. Completamente desapegada, ela rejeita qualquer hipótese de r...