Capitulo 30 - Pray For Me (3:28)

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Alerta de gatilho: cena gráfica de tentativa de suicídio

Basil

Arrasto meu dedo pela tela do celular vendo minhas fotos com Valey.
Eu nunca havia tirado fotografias antes, mas com ela todos os momentos são dignos de serem registrados.
Clico na que Valey acabou de mandar, é no chá de bebê da Alyssa que está acontecendo agora. Minha namorada segura uma boneca e está com um sorriso no rosto, ela disse que ganhou a competição de trocar fraldas de Nora e por isso agora é a madrinha oficial do bebê.

Penso no quanto irei destruí-la caso me entregue para voltar com Kitty.

Fazem 4 dias desde sua ameaça, não consegui contato com Jonathan ou com sua irmã e isso está me desesperando, porque mesmo que eu conseguisse 200 mil dólares, Kitty não sossegará enquanto não me ter de volta, por isso minha única solução seria colocá-la na cadeia com as provas do meu antigo colega.

— Você não conseguiu sorrir nem quando Valey mandou mensagem, está muito preocupado não é? — Lucas pergunta caminhando da cozinha até minha sala.

— Não existe paz para mim enquanto aquela mulher estiver por aí, querendo minha cabeça ou a de Valey. — Suspiro esfregando meu rosto nas mãos.

— Nós vamos dar um jeito, Basil. — Tenta me tranquilizar.

— Adoraria ter a mesma esperança que você, só é...— O som de uma notificação me interrompe.

Pego meu celular esperando ser Valey falando sobre o chá de bebê, mas quando entro na mensagem do número desconhecido e abro o vídeo que mandou todo o oxigênio parece evaporar do ambiente.

É Valência na frente de uma janela rindo de algo, a câmera a filma e então vira mostrando um homem de longe apontando uma metralhadora em direção a sua cabeça, a legenda diz: "É bom você fazer o que eu quero, ou ela estará morta em breve."

Sinto que o chão parece me engolir neste momento.
Meu corpo gela tanto que meus membros formigam, meu coração bate tão freneticamente que posso escutar o som.

Tum-tum-tum ela vai morrer e por minha culpa.

— Bas? O que aconteceu?

Me levanto abruptamente buscando a chave do carro.
Não consigo raciocinar, não consigo me concentrar em fazer algo, preciso apenas saber que ela está bem.

— Tenho que ir para a casa de Nora. — É o que consigo dizer.

Lucas tenta questionar, mas eu apenas entrego meu celular para ele ver o vídeo e quando percebe a gravidade, Milller me segue sem pestanejar.

§

Faz duas horas que estou em frente a mansão de Nora, os malditos seguranças de Kitty já não estavam quando cheguei.
Lucas tenta me convencer a chamar a polícia, seria uma hipótese se Kitty não fosse uma mulher branca e classe média, ela controlava a polícia de Miami-Dade e até ser investigada sem qualquer prova inicial em São Francisco teria tempo de matar Valey e eu.

Estou a ponto de enlouquecer, a cada segundo que se passa em que não consigo achar uma saída, mergulho mais no mar de dor, pânico e desespero.
Meu peito se aperta no pior tipo de ansiedade possível, estar de mãos atadas enquanto o amor da sua vida corre risco de se machucar unicamente por seu passado é a situação mais terrível que poderia estar acontecendo.

Estava tudo bem, eu finalmente estou reaprendendo a amar a vida, finalmente comecei a me sentir digno de novo. Digno de felicidade, digno de ser amado, digno de amar e de ter meu final feliz.

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