Capítulo 11 - Wolves (3:17)

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Eu esqueci de colocar os avatares do Basil e da Valey antes, por isso nesse deixarei o dele, no próximo o dela.
Espero que gostem, boa leitura.


Basil

Nunca senti tanta vontade de agarrar alguém como ontem, quando Valey estava em meu colo, a minha mercê.
Quase fui consumido pelo desejo, os lábios dela entreabertos, a respiração descompassando...

Mas não pude, porque ela é minha melhor amiga, porque para ela seria apenas uma noite quando cada parte de mim quer fazê-la minha para sempre.
E aí entra outro problema: não me sinto capaz de fazer Valência feliz para sempre, não quando parte de mim é vazia e a outra é tristeza.
Mas essas últimas semanas tão perto dela fez algo ressuscitar dentro de mim, os pedaços da minha alma se aquecem cada vez que ela sorri, e eu nem mesmo sei explicar porquê.
Serei sempre seu melhor amigo, e saber que um dia irá chegar o homem por quem ela vai se apaixonar e se casar...dez canivetes rasgam minha garganta quando engulo a saliva.

Agora estou aqui, preso na sala de aula terminando o trabalho de sociologia com Connor Bale, um dos caras mais insuportáveis com quem já tive que socializar.

— Acabei minha parte, vou indo. — Aviso me levantando, arrumo minhas coisas dentro da mochila e coloco-a no ombro.

transando com a Valência? — Ele pergunta do nada.

Meu corpo retesa e eu detenho meus passos.

— Não é da sua conta. — Respondo de forma ignorante. — Mas somos melhores amigos.

— Eu duvido que não, Valey é a garota mais fácil de se conseguir uma transa, na verdade é a melhor Berkeley quando se trata de foda. — Seu sorriso malicioso faz meu corpo borbulhar de raiva.

— É melhor você fechar a boca, — me aproximo a passos rápidos e duros. — porque se disser mais alguma coisa sobre Valey, vai precisar de cirurgia plástica.

Vejo seu corpo enrijecer, ele cerra a mandíbula e o sorriso some por poucos segundos, até que a expressão sarcástica volta.

— Está apaixonado não é? Mas aquela garota não larga sexo e festas por ninguém, é até bom que sejam só amigos, Valey é filha dos médicos mais importantes da Espanha e um pobre coitado metido a marginal como você nunca chegará aos pés dela.

A agressividade que habita em mim implora para que use os golpes de krav maga que prático há 6 anos, milhões de possibilidades estão a minha frente mas decido respirar, me afasto e saio da sala.
Em passos rápidos chego ao gramado do campus, vou até a árvore lançando minha mochila no chão e desfiro um soco no tronco.

"Aquela garota não larga sexo e festas por ninguém"

Outro soco.

"Um pobre coitado metido a marginal como você nunca chegará aos pés dela."

Outro e outro.
Meus punhos doem, estão sangrando mas ainda doem menos do que saber que sim, o maldito do Connor está certo.

Valey e eu nunca passaremos de amizade e um forte desejo, porque não sou o tipo de cara que mulheres apresentam a família, não sou o tipo de homem amável.

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