Capitulo 24 - POV ( 3:21)

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Valência

A parte mais difícil do pós sexo matinal lento e carinhoso é com certeza se levantar da cama.
Porém eu consegui, estou aqui terminando de passar meu liptint nos lábios em frente ao espelho, enquanto meu namorado me observa atrás de mim.
Ainda é muito estranho quando penso que tenho um namorado, sou solteira há vários anos e desacreditei de relacionamentos, mas vendo Basil me olhar com admiração enquanto eu simplesmente me maquio, sei que encontrei a minha pessoa certa.

— Você fica linda de laranja. — Diz se aproximando, ele segura minha cintura e eu deito minha cabeça para trás em seu peito.

— Diz pelo colar ou liptint?

— Os dois, qualquer coisa fica linda em você. — Se inclina deixando um beijo em meus lábios. — Preciso passar em casa para trocar de roupa, tudo bem se for de Uber sozinha hoje?

— Claro que sim, sei que tomei muito seu tempo hoje. — Viro-me de frente para ele sorrindo maliciosa.

— Pode acreditar que aproveitei cada segundo. — Retribui no mesmo tom e se abaixa passando a mão por debaixo das minhas coxas até que rodeiem sua cintura, ele adora me beijar assim.

— Eu muito mais que você...— Digo abraçando seu pescoço, beijo várias vezes seus lábios maravilhosos antes de descer para o chão novamente. — Meu Uber deve estar esperando.

Ando apressada quase correndo pelo apartamento arrumando minha bolsa.

— Por que você sempre usa o carro da Alyssa mas não compra o seu? — Ele questiona quando paramos na calçada, onde o motorista me aguarda.

— Carros dão muito trabalho, gasolina, manutenção, qualquer coisa quebra...não tenho paciência.

— Você tem um grande ponto. — Inclina-se me roubando mais um beijo.  — Te vejo daqui a pouco, te quiero. — Seu sotaque cubano faz meu peito vibrar, e minha boceta também.

Te quiero, guapo. — Correspondo antes de entrar no banco do passageiro.

Durante o trajeto até a universidade mando uma mensagem para o consultório da minha psicóloga e marco uma consulta para meu bad boy, as cenas das últimas 24 horas se repetem em minha mente.

Os mais de 2 meses longe de Bas foram mais difíceis do que imaginei, eu pensava nele todo tempo, quis voltar das férias dezenas de vezes porque chegou a ser insuportável, mas coloquei tudo em ordem e entendi o quanto o amo, e o quanto o quero.

Foi doloroso ouvir toda sua história ontem, senti que podia vomitar a qualquer momento imaginando um garoto de 16 anos tendo que viver tudo aquilo.
Mas o que me estilhaçou por completo foi ouvi-lo dizer que não ouvia um "eu te amo" desde os 14 anos, quando seu pai morreu e sua mãe entrou numa profunda depressão.

Não consigo tirar da cabeça que são 9 anos...

9 anos é muito tempo para alguém não saber que é amado,

9 anos é muito tempo para um menino não ser amado.

Mas eu mostrarei a ele, faço questão de dizer e demonstrar a cada minuto o quanto o amo, porque eu vejo com Basil tudo que nunca tinha visto com outro alguém, vejo um futuro...não um final feliz, mas uma história feliz. Com ele ressuscitei o sonho de ter uma família grande, visualizo nós dois bem velhinhos com dedos entrelaçados numa casa da praia.

Deixei de sonhar com tudo isso uma vez, mas perto dele me sinto uma adolescente capaz de conquistar o mundo.

O Uber me deixa em frente a faculdade 15 minutos depois, passo pelas portas e ao ver minhas duas melhores amigas perto dos armários, corro depressa e me jogo abraçando ambas.

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