Valência

Capitulo 23 - Anti-Hero & Make You Feel My Love (3:20 - 4:06)

Feliz ano novooo, é pra comemorar vamos começar cm a tão sonhada declaração de amor...boa leitura <3

TW: menção a passado de violência sexual contínua que também pode se enquadrar em escravidão sexual além de tortura.

Basil

Desde que voltei para Califórnia, Valey não me respondeu mais.
Fazem 78 dias desde nossa última troca de mensagens, onde me perguntou se havia chegado em casa e eu perguntei se ela tinha chegado em Oaxaca, depois disso deixei dezenas de mensagem em que algumas ela visualizava, logo nem isso.
Fiquei preocupado me perguntando se algo aconteceu, falei com Alyssa que me garantiu que Valência estava bem e aproveitando as férias no México.

Então cheguei a conclusão muito óbvia: a garota que amo provavelmente conheceu alguém, a essa altura deve estar apaixonada e não sabe como terminar o que temos.

Meu coração que sempre esteve em pedaços, conseguiu partir-se ainda mais com essa constatação.

Faz um mês que arranjei um emprego de meio período na cafeteria Yali's como atendente, isso e os livros têm servido para me distrair da realidade que Valey e eu acabamos.
Como entro em meia hora, pego minha jaqueta preta e visto-a me apressando para sair logo.
Lembro do casaco que minha colega de trabalho esqueceu no carro ontem e coloco sobre o sofá enquanto calço meus tênis.

Minha campainha toca, o que é estranho pois Lucas não disse nada que viria e eu não estou esperando mais alguém.
Ando até a porta e abro-a, vendo Valey parada bem ali.

Talvez meu coração tenha dado um salto quando a vi, ou vários saltos quando um sorriso tímido surgiu em seus lábios.
Seus cabelos estão bem maiores, ela veste um daqueles macacões jeans curtos e uma blusa cinza por baixo.

— Oi. — Cumprimenta primeiro.

Minha garganta parece mais seca do que o normal, coço-a buscando minha voz novamente.

— Oi.

Ela troca o peso de uma perna para outra.

— Sei que te devo uma explicação por ter sumido, e juro que existe uma. — Diz parecendo nervosa.

— Você não me deve nada, não tínhamos nada demais. — Talvez as palavras tenham saído mais ásperas do que imaginei.

— É claro que tínhamos...quer dizer, nós temos Bas...— Seus olhos se movem para trás de mim, quando volta me encarar seu rosto parece vermelho e irritado. — Está saindo com alguém?

Sei que ela pergunta por ver o casaco lilás de Elisa e eu sorrio internamente por ver o ciúmes estampado em sua cara.

— Não estou, é de uma colega de trabalho para quem dei carona ontem.

— Ah sim, Lucas disse para Aly que você conseguiu um trabalho na Yali's, parabéns. — Felicita realmente feliz. Linda.

— Tenho que ir agora...

— Claro, posso vir falar com você depois? — Pergunta torcendo as mãos.

— Valey, se quer me dizer que se apaixonou por outro e quer voltar a nossa relação original de amizade, pode falar de vez.

Sua expressão se torna uma careta confusa.

— O que? Que outro, Bas? O único cara por quem estou apaixonada está bem aqui na minha frente!

Suas palavras são como uma descarga elétrica de 30 mil amperes com 709 km2 de extensão em meu corpo.

— Acho que...não entendi.