𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 45✍︎

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𝑯𝒖𝒈𝒐 𝑮𝒐𝒏𝒛𝒂𝒍𝒆𝒔

No banco de trás do carro, a caminho do Bronx a fim de resolver uma tola disputa de gangues, voltei a pensar na garota da boate. Dylan havia procurado por ela, perguntando e tentando extrair informações de quem podia, mas não chegou a lugar nenhum. Ela parecia uma miragem. Se os outros homens não a tivessem visto, eu poderia até pensar que era delírio meu, mesmo não estando sob o efeito de álcool ou drogas. Era só uma garota que não deveria me causar problemas. Havia uma infinidade de pessoas com interesse em obter alguma informação crucial sobre mim e ela poderia ter sido mandada por qualquer um.

— Temos que mostrar para esses membros de gangues quem manda em Chicago — balbuciou Dylan ao meu lado, mas eu estava perdido demais em meus próprios pensamentos para prestar atenção no meu irmão.

Viramos numa esquina e eu vi de longe as viaturas da polícia e alguns carros sem marcação. Aproximei-me do vidro para observar melhor a cena do crime. Minha vontade era descer do carro e chegar perto, mas fazer isso em meio a uma investigação só chamaria atenção desnecessária para mim, que, para todos os efeitos, era apenas um dos muitos empresários da cidade. Nem deveria ser visto em tal região.

Enquanto o carro se movia, continuei olhando a cena. Vi uns coletes à prova de balas do FBI e contei rapidamente quatro agentes. Duas mulheres e dois homens. Eles estavam em um círculo, conversando, mas se moveram para andar até os carros onde estavam outras vítimas. Foi então que um homem saiu da frente e eu pude vê-la.
É ela! Gritou uma voz de alerta dentro da minha cabeça.

— Vai mais devagar! — gritei para o Kevin.

Ele desacelerou e o carro passou em câmera lenta ao lado da mulher. Ela olhou para o vidro e eu fiquei com a sensação de que havia me visto, por mais que o insulfilm fosse escuro o bastante para me encobrir no banco de trás.

— O que foi? — logan tombou na minha direção — Não vai querer parar para ver o que houve com os federais aí, não é?

— É ela! — apontei.

— Ela quem?

— A mulher da boate.

— Ela é uma agente do FBI? — ele estava tão surpreso quanto eu.

— É o que parece.

— Que porra, Hugo! Por que não matou ela?

— Eu não sabia.

— Foda-se! Ela é uma federal. Você sabe o que os federais fizeram com os nossos pais — eu não falei nada, nem precisava. Dylan sabia muito bem como eu me sentia em relação a aqueles malditos que haviam matado os nossos pais.

— O que vamos fazer, senhor? — perguntou o Kevin.

— Continue a rota. Temos um problema para resolver, a federal é assunto para outra hora.

Eu tinha imaginado que aquela mulher poderia ser muitas coisas, mas não passou pela minha cabeça a possibilidade de estar trabalhando com aqueles que eu mais odiava e os maiores causadores de problemas para mim nos últimos anos. Diziam que eles eram os bonzinhos e eu o mau encarnado, mas do meu lado da situação a perspectiva era bem diferente.

— O que faremos com ela? — Dylan insistiu.

— Vamos nos concentrar em um problema de cada vez.

[...]

Rendidas Pela MáfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora