Capítulo 24 - Parte I

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Na manhã seguinte acordo com dois pares idênticos de olhos dourados me fitando fixamente

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Na manhã seguinte acordo com dois pares idênticos de olhos dourados me fitando fixamente.

― Olá? ― o cumprimento sai mais como uma pergunta.

Sam encurta a nossa distância e se aproxima para me abraçar.

― Liv... Estou tão triste pelo meu irmãozinho... 

A menção do bebê deixa meus olhos marejados.

― Eu também estou, querida. Mas logo vai passar. ― aliso suas costas. ― Que horas são? Você não deveria estar se arrumando para ir à escola? ― pontuo, observando a claridade do quarto.

― Eu queria ficar aqui com você, mas meu pai não quer deixar.

― Tentei a todo custo tira-la daqui. Porém, a Sam queria te dar um abraço antes de sair.

― Você vai ficar bem, Liv? ― a garotinha levanta o rosto para me encarar.

― Vou. Logo logo. Quando a gente está triste, é importante chorar e colocar todo o sentimento para fora.

― Meu pai me disse a mesma coisa. ― ela suspira e me da um beijo carinhoso no rosto. ― Eu te amo, Liv. Conte comigo para o que você precisar! ― diz, levantando-se num pulo.

Apesar do choque inicial causado por suas palavras, eu me recupero rapidamente.

― Obrigada. Eu também te amo, Sam. ― meu coração se aperta e eu me controlo para não chorar na sua frente e assustá-la. 

― Eu já volto. ― Nicholas me da um beijo rápido na têmpora e sai na companhia da filha.

Penso que eu deveria me levantar para fazer minha higiene matinal, mas simplesmente não tenho ânimo. Choro mais um pouco, antes de virar para o lado e voltar a dormir. Desta vez com o sono mais leve, eu sinto o colchão se mexer e um corpo forte me abraçar por trás. Mais uma vez, sinto vontade de chorar. É como se o simples bater das asas de uma borboleta ou o soprar do vento ativasse meu canal lagrimal. 

― Você deveria retomar sua viagem. ― digo, assim que sinto mais firmeza em minha voz.

― Eu não vou sair de perto de você. ― a voz grave de Nicholas soa firme próxima ao meu ouvido.

― Nem mesmo se eu te expulsar? ― engulo o choro.

― Nem se você apontar uma arma para a minha cabeça. ― responde. Silenciosamente, as lágrimas deslizam pelo meu rosto. ― Chore, Liv. Coloque toda a tristeza para fora. Você precisa deixa-la extravasar. 

As palavras afetuosas e o carinho delicado que Nicholas faz no meu braço é tudo o que eu precisava para que o choro saísse numa torrente. Soluçando alto, eu permito que a dor transborde por um longo, longo tempo. Sem perceber, eu me perco novamente num sono sem sonhos. 

Quando acordo, estou sozinha no quarto. Apesar do medo de criar expectativas mediante o apoio de Nicholas, eu me sinto frustrada por sua ausência.

Oras, o que você esperava, Olivia? O homem não é seu marido de verdade e nem ao menos é seu amigo! Eu me repreendo, engolindo uma nova vontade de chorar. 

Uma Esposa para o CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora