Na manhã seguinte acordo com dois pares idênticos de olhos dourados me fitando fixamente.
― Olá? ― o cumprimento sai mais como uma pergunta.
Sam encurta a nossa distância e se aproxima para me abraçar.
― Liv... Estou tão triste pelo meu irmãozinho...
A menção do bebê deixa meus olhos marejados.
― Eu também estou, querida. Mas logo vai passar. ― aliso suas costas. ― Que horas são? Você não deveria estar se arrumando para ir à escola? ― pontuo, observando a claridade do quarto.
― Eu queria ficar aqui com você, mas meu pai não quer deixar.
― Tentei a todo custo tira-la daqui. Porém, a Sam queria te dar um abraço antes de sair.
― Você vai ficar bem, Liv? ― a garotinha levanta o rosto para me encarar.
― Vou. Logo logo. Quando a gente está triste, é importante chorar e colocar todo o sentimento para fora.
― Meu pai me disse a mesma coisa. ― ela suspira e me da um beijo carinhoso no rosto. ― Eu te amo, Liv. Conte comigo para o que você precisar! ― diz, levantando-se num pulo.
Apesar do choque inicial causado por suas palavras, eu me recupero rapidamente.
― Obrigada. Eu também te amo, Sam. ― meu coração se aperta e eu me controlo para não chorar na sua frente e assustá-la.
― Eu já volto. ― Nicholas me da um beijo rápido na têmpora e sai na companhia da filha.
Penso que eu deveria me levantar para fazer minha higiene matinal, mas simplesmente não tenho ânimo. Choro mais um pouco, antes de virar para o lado e voltar a dormir. Desta vez com o sono mais leve, eu sinto o colchão se mexer e um corpo forte me abraçar por trás. Mais uma vez, sinto vontade de chorar. É como se o simples bater das asas de uma borboleta ou o soprar do vento ativasse meu canal lagrimal.
― Você deveria retomar sua viagem. ― digo, assim que sinto mais firmeza em minha voz.
― Eu não vou sair de perto de você. ― a voz grave de Nicholas soa firme próxima ao meu ouvido.
― Nem mesmo se eu te expulsar? ― engulo o choro.
― Nem se você apontar uma arma para a minha cabeça. ― responde. Silenciosamente, as lágrimas deslizam pelo meu rosto. ― Chore, Liv. Coloque toda a tristeza para fora. Você precisa deixa-la extravasar.
As palavras afetuosas e o carinho delicado que Nicholas faz no meu braço é tudo o que eu precisava para que o choro saísse numa torrente. Soluçando alto, eu permito que a dor transborde por um longo, longo tempo. Sem perceber, eu me perco novamente num sono sem sonhos.
Quando acordo, estou sozinha no quarto. Apesar do medo de criar expectativas mediante o apoio de Nicholas, eu me sinto frustrada por sua ausência.
Oras, o que você esperava, Olivia? O homem não é seu marido de verdade e nem ao menos é seu amigo! Eu me repreendo, engolindo uma nova vontade de chorar.
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Uma Esposa para o CEO
RomanceSolteira aos trinta e três anos, Olivia Cooper está vivendo a famosa "crise dos trinta". Graduada e bem sucedida, Liv é a verdadeira personificação da mulher ativa e independente, embora carregue em seu coração o peso das decepções do passado e nenh...