Solteira aos trinta e três anos, Olivia Cooper está vivendo a famosa "crise dos trinta". Graduada e bem sucedida, Liv é a verdadeira personificação da mulher ativa e independente, embora carregue em seu coração o peso das decepções do passado e nenh...
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Abaixo os olhos para a notificação no meu celular e exalo o ar em contrariedade.
Desde a decepção sofrida com James cerca de três meses atrás, eu vivo praticamente imersa na minha vida profissional. Abandonei a academia (que eu já detestava), me matriculei no curso de Italiano (a pedido do meu chefe) e encontrei minhas amigas esporadicamente (na minha casa ou na casa de uma delas).
Nunca gostei de praticar atividade física e também não estava no clima para frequentar os mesmos tipos de bares e baladas. Pelo menos, até Treena decidir comemorar seu aniversário de trinta e quatro anos num pub movimentado da metrópole.
Para completar, meu chefe era um verdadeiro pé-no-saco e trabalhar como sua assistente exigia de mim muito mais do que eu sequer havia imaginado.
Não bastava que eu falasse fluentemente quatro idiomas: Inglês (nossa língua natal), Espanhol, Alemão e Mandarim. O bastardo me pediu para iniciar aulas de Italiano! E quando viu minha cara de choque, ainda alegou que este era o preço a se pagar para manter um emprego numa empresa do porte do Grupo Stone.
Da para acreditar?!
Uma nova notificação me desperta dos meus devaneios e me lembra que eu nem ao menos havia decidido o que fazer com a primeira mensagem.
[21:10] Matt: Podemos nos encontrar? [21:12] Matt:Estou louco para te conhecer pessoalmente...
―O que foi, Liv? ― Abby se aproxima e joga uma mecha do meu cabelo para trás do meu ombro. Um gesto carinhoso típico dela.
― O Matt está insistindo em me ver. ― suspiro desanimada.
Ao contrário do meu estado de humor, seus olhos verdes se inflamam de empolgação.
― Esse não é o amigo do Trevor? Aquele que você começou a interagir através do Facebook, numa postagem do Trevor que você comentou?
― O próprio.
Algumas semanas atrás, após comentar inocentemente a publicação do meu colega de trabalho na rede social, um dos seus amigos respondeu ao meu comentário e depois me chamou no chat. No começo eu respondi apenas por educação. Todavia, com o passar dos dias, a conversa fluiu para um nível intelectual, exatamente do tipo que costuma chamar minha atenção. Então nós trocamos telefone e eu acabei me deixando levar. Embora depois de colecionar mais uma desilusão eu não esteja muito no clima para me arriscar outra vez, mesmo que bem lá no fundo eu saiba que jamais encontrarei a pessoa certa se eu me fechar de vez para todas as oportunidades.
A vida de uma mulher solteira depois dos trinta não é nada fácil e se esta mulher estiver acima do peso podemos dizer que os desafios se multiplicam na velocidade da luz. Infelizmente, o mundo é cruel com o sexo feminino e viver numa sociedade tão preconceituosa, onde o padrão de beleza é a magreza combinada ao corpo malhado, é uma grande batalha.
