Precisa ser

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"Às vezes só precisamos de uma palavra amiga para tudo se acertar..."

Maraisa

Me levantei mais cedo que de costume. Já que Laura iria comigo, precisei acordar a minha pequena e organizar algumas coisas para levarmos à mansão.

Depois de tudo organizado e nos conformes, fomos em direção à porta, e quando a abri...

Percebi um Audy preto estacionado na porta da minha casa. Não havia notado a placa ainda, mas ele se parecia com um dos carros que os motoristas de Marília usam quando é necessário.

Ao chegar perto do automóvel, o vidro se abriu, e logo avistei João, que abriu um largo sorriso ao me ver.

- Olá, Maraisa. Marília pediu para buscá-las.

- Ah, claro.

- Cá entre nós, acho que isso irá acontecer todos os dias. - me deu uma piscadinha e sorri logo em seguida.

- Tudo bem.

Fiquei repensando sobre essa boa vontade. A mulher não é assim, e está muito estranha ultimamente. Quer dizer... comigo ainda continua a mesma bruta de sempre, mas algo parece estar mudando.

Chegamos na mansão e Marília estava no sofá, lendo uma revista.

Isso não é usual. Relevei.

- Oi, tia Marília.

Laura foi a primeira a falar, e achei ótimo isso ter acontecido, já que pude reparar melhor no rosto de Marília. É estranho... como vou explicar?

Marília parece travar, e alguns segundos depois ela "volta" ao mundo.

- Oi, pequena. Tenho uma surpresa para você!

- O quê é? - se animou.

- Está lá na cozinha. Helen irá te mostrar.

Rapidamente Helen pegou na mão de Laura e as duas foram para a cozinha.

- Não esqueceu de nada, filha?

- Ah, obrigada, tia Marília.

- De nada.

Marília e eu permanecemos na sala. Ela me observou por alguns segundos, só que preferiu ficar quieta.

- Eu não sabia que João traria nós duas.

- Isso é uma forma de evitar seus atrasos. Resolvi de última hora.

Sei...

- Hoje tenho muito trabalho. Espero que não me interrompa.

Diga isso para Laura, sua mais nova amiguinha...

- Certo.

Seria possível eu estar com ciúmes? Acho que não. Meu problema é não entender o porquê ela é assim com minha filha, já que nem com Léo, seu próprio filho, vi demonstração alguma de afeto.

- Posso te fazer uma pergunta?

- Não. Mas se bem lhe conheço, você a fará em outra oportunidade, e eu não saberei que é a mesma pergunta de hoje.

- Laura se parece com a sua falecida filha?

Esperei o pior após questioná-la. Se Marília é grossa e insensível com perguntas normais, que não necessariamente têm algo a ver com ela, e quando faço uma pergunta íntima?

- Na verdade, não. Sofia era um pouco mais reservada, e era grudada com a outra mãe dela. Apesar disso, quando ela estava comigo nos divertíamos muito.

The Lost - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora