Epílogo

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"Eu sinto a felicidade, e agora sei que para vivermos, é necessário prestar atenção nas pequenas coisas..."


6 ANOS DEPOIS

Marília

Os últimos anos foram repletos de felicidade e conquistas.

Temos em casa a mais nova arquiteta da família, e ela está chata pra caralho!

Brincadeiras à parte, Maraisa se formou como a primeira da turma, e nesses últimos anos se dedicou muito à faculdade. Como disse há anos, somente tirar notas boas não é necessariamente garantia de sucesso, e que a prática é essencial.

Prometi ajudá-la em tudo que ela precisasse, e pelo que vi minha mulher leva jeito, já que se expressa muito bem.

Quanto a minha vida, pouca coisa mudou. Quer dizer, não sei se me expressei certo, o que estou tentando falar é que continuo trabalhando e me desdobrando para dar atenção aos meus filhos. Todos os dias faço questão de provar o meu amor para a mulher que escolhi nessa caminhada, e agora tenho certeza absoluta de que fiz a escolha certa.

Coloquei Léo e Laura na mesma escola, e nesse exato momento eles estão brigando por algo que não identifiquei bem.

- Pare de ser chato comigo, Léo. - Laura falou.

- Ah, menina...

- O que houve, crianças?

- Ele tem ciúmes de mim, mãe. - Laura foi mais rápida que Léo, esboçando um sorriso malicioso.

- Sério? - arqueei as sobrancelhas, voltando minha atenção ao Léo.

- Ah, conta outra, pirralha. Tenho mais o que fazer.

- Você fica me vigiando no recreio toda hora. Eu sou bonita, Léo, e os meninos me olham mesmo.

Ela é bonita igual a mãe, até mesmo o jeito de falar é idêntico.

- É que... eu observo tudo. Só isso. E... ah, cansei desse assunto.

Léo saiu um pouco enfezado da sala.

- Você gosta de provocar seu irmão.

- Eu amo ele, e sei que Léo me ama também, mas eu gosto de irritar ele sim. Ele fazia algumas maldades com as minhas bonecas, e sou vingativa.

- Você me assusta algumas vezes.

- Sou boazinha, mãe. - fui abraçada.

Conforme o tempo passou, mais Laura se tornou carinhosa comigo.

Como ela não teve o pai presente, penso que ela sentiu falta de uma figura capaz de preencher esse lugar por um longo tempo.

- Sei que é. E daqui a pouco vai estar conversando com seu irmão.

- Ah, na verdade vou lá agora encher a paciência dele mais um pouco.

Comecei a rir.

- Vai lá então, filha.

Observei minha criança saindo da sala com um sorriso no rosto, e aquilo me deixava bastante feliz, principalmente depois de tudo que houve nos últimos anos.

Observei de longe Maraisa vir em minha direção com um enorme sorriso estampado no rosto.

- Pelo visto as crianças estão se implicando. - falou após me dar um longo abraço.

- Descobriu como?

- Léo desabafou comigo alguns minutos atrás. Laura implica muito com ele.

Outra relação que se aprofundou com o tempo foi a de Léo e Maraisa. Se antes ele estava um pouco mais retraído, agora posso dizer que isso não existe mais. Os dois se dão super bem e se tratam como mãe e filho. Não sei o que Maraisa tem que consegue quebrar o gelo das pessoas, mas ela consegue essa proeza. Acho que é a sua... como posso dizer... insistência que passa dos limites, tem hora.

- Tem alguma dúvida de que ela é a sua filha? Porque eu não tenho.

Tomei um tapa bem dado no ombro direito.

- A filha teve a quem puxar. E não só na beleza. - continuei.

- Ela não ficando teimosa igual a você, já fico feliz. - piscou, me provocando.

- Não me provoque!

- Vai fazer o quê?

Mudei muito nesses anos, e pra se ter ideia tinha alguns dias que eu saía correndo atrás de Maraisa e das crianças, tentando pegá-las para fazer "maldades."

A gente se divertia como uma família, e não queria mais perder essa essência. Por cerca de um ano deixei de ser uma mulher feliz quando Sofia morreu, mas agora posso experimentar uma sensação parecida novamente. Helena e eu não éramos tão íntimas, mas com Maraisa tudo é tão natural que me pergunto: por qual motivo tive uma segunda chance na vida?

Acho que dei uma chance a Deus e a mim mesma, agora estou colhendo os frutos.

Fui para o lado externo da mansão e foquei em um ponto específico.

Ainda há momentos que gosto de ficar sozinha, e tomei gosto de apreciar o céu por vários minutos em um período do dia.

Este é um destes momentos!

Olhei para o céu e fechei meus olhos, sabendo que Sofia olhava para mim. O nosso amor não irá acabar. Posso sentir minha filha comigo, aqui e agora.

FIM.

Sim gente, mais uma fanfic chegou ao fim. eu amei postar essa fic pra vocês, me diverti bastante com tudo... os comentários, surtos, as teorias de vocês e etc.
espero que vocês não tenham enjoado de mim, pq eu vou voltar! me aguardem!

The Lost - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora