Felicidade

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"Esse é o momento em que tudo se encaixa..."


Marília

- Por que transar com você é tão bom? - falei, logo em seguida a aconcheguei na cama.

- Você ficou muito tempo sem mim quando tudo aquilo aconteceu.

- Não. A verdade é que te amo, por isso é tão bom.

Maraisa me olhou desconfiada, mas depois esboçou aquele sorriso.

- O que foi?

- Essa Marília romântica eu não conhecia.

- Voltarei a ser bruta então. - provoquei um pouco, como de praxe.

- Confesso que às vezes gosto... - Piscou.

- Mas que safada!

A nossa relação só melhorou depois que passamos por essa última turbulência. Ficamos mais amigas, e por mais que Maraisa continuasse conversando mais que a boca, foi especial tê-la mais perto, me dizendo seus sonhos.

Eu não a tratava como minha empregada, e até pensei em demiti-la várias vezes, mas não pelo trabalho que era executado, claro. Queria que ela me visse como igual, porque somos assim no fim das contas. Nem preciso dizer o que ela falou quando tentei arrumar outro emprego para ela...

Após a nossa viagem resolvemos aproveitar cada dia como se fosse o último, e hoje completou 9 meses que nos conhecemos.

Muito aconteceu de lá pra cá, tanta coisa que nem parece que faz menos de um ano que certa mulher entrou em minha mansão morrendo de receio de trocar um olhar sequer comigo.

- Sabe, me recordo o quanto tinha medo de mim. - espreguicei-me na cama, olhando o teto.

- Opa, medo não, receio. - ficou brava, tentando consertar minha frase. - Suas credenciais foram as piores possíveis, a culpa não é minha.

- Não conseguia ser de outro jeito, até que...

- Até que... - me encorajou.

- Uma mulher irritante apareceu, e com ela uma criança que eu não sabia como lidar.

- Ah, não sabia como lidar? A culpa agora é nossa? - cruzou os braços.

- Sim. Como falar não para Laura? Aqueles olhinhos brilhando, pedindo atenção, se preocupando comigo... não dava. Não deu.

- Pelo jeito ela quem te conquistou primeiro.

Olhei incrédula para Maraisa. Que pergunta mais idiota!

- Preciso responder? Se não fosse por ela você já estaria na rua há tempos!

- Que romântica... - debochou, revirando os olhos.

- Laura ficou comigo em vários dias que eu queria ficar sozinha, que evitava sequer pensar nas pessoas. Mas sabe qual o problema disso tudo? Quando ela vinha, eu simplesmente a aceitava, e mesmo quando gritei uma vez com ela, sua pequena ficou do meu lado.

- Minha filha é especial.

- Muito. Mas o que ela mais fez, mesmo sem querer, foi me reaproximar de Léo. Não sei se conseguiria sem ela.

- Claro que conseguiria!

- Bem provável que não! - retruquei. - Eu não tenho vergonha em falar que ela foi a ponte principal entre você e eu, Léo e eu... Essa é a verdade. Queria ter sido eu quem tivesse tentando essas aproximações, mas Laura foi mais rápida, e agora minha relação com Léo é melhor do que antes. Ele vive grudado em mim. Os dois na verdade.

The Lost - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora