Superação

2.9K 290 89
                                    

“É necessário o primeiro passo...”


Maraisa

Marília me pediu para levar Laura com ela ao jogo de Léo, e ao voltar, percebi um brilho diferente em seu rosto.

— O que foi?

Sim, eu estava descaradamente a analisando, do jeito que ela odeia, mas que não consigo mais evitar.

— Não é nada.

— Marília Mendonça. Me diga, o que houve?

Acho que eu mesma “me dei” liberdade para tentar enxergar um pouco além da conta o coração de Marília, e no momento estou encontrando pouca resistência dela, o que é ótimo.

— Ultimamente você anda muito abusada.

— É a liberdade. — dei de ombros.

— Não me lembro de ter dado “liberdade” a você.

— Eu sei que gosta de mim.

Confesso que essa frase saiu sem querer.

— Um pouco.

— Muito. — retruquei, com uma confiança absurda.

Dessa vez foi eu quem tomei atitude e praticamente me atirei na mulher, ficando a centímetros da sua boca. Como eu queria beijá-la...

— Você é muito provocante, e parece que acerta os melhores momentos para fazer isso. — sibilou.

— Ah, é?! — olhei para os lados, e não percebi ninguém aos arredores.

— Por acaso acha que se alguém estivesse nos observando eu deixaria de fazer algo?

— Penso que sim.

—Alguém não me conhece ainda — rosnou.

— Que tal eu... conhecê-la mais. Acha que eu ficaria satisfeita, ou tentaria me afastar? — provoquei, chegando mais perto da sua boca.

Ela não me respondeu, somente me tomou em seus braços, não dando chances de eu me afastar. Na verdade, eu não queria...

{...}

Os dias foram passando, e volta e meia me entregava para Marília.

Tanto eu quanto ela sabíamos que era extasiante, porém, bastante errado. Não haveria futuro nisso, somente o prazer da nossa carne.

Eu tento enxergar a todo custo o lado bom das pessoas, e tenho absoluta certeza que Marília, tem um, mas tenta esconder das pessoas por algum motivo. É bem provável que seja por causa da tragédia, só que por mais que tudo tenha sido difícil, é necessário seguir em frente.

Estava saindo da mansão com Léo para levá-lo para a escola, e pensei já estar na hora de colocar em prática algo que estou pensando há muito tempo.

— Que tal fazermos outro teste no carro.

— Tá.

Fomos a um dos carros, e após entrarmos, foquei em seus olhos.

— O que acha de darmos a volta no quarteirão?

Léo pensou por alguns segundos. Claramente ele não estava tão confortável com o que eu havia pedido. Estava quase falando para tentarmos outro dia, só que ele foi mais rápido:

— Eu quero tentar.

Dei o sinal a João, e ainda na primeira quadra, com o carro em movimento, seu corpo e suas mãos começaram a tremer, e Léo também começou a suar frio quase instantaneamente.

The Lost - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora