Não há mais regras

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“Ah, as crianças... como pará-las?!”

Maraisa
                     
Lorena me pegou de surpresa quando cheguei em casa, não dando escapatória para que eu a ignorasse, às vezes tenho o pressentimento que ela tem um sensor quando acha que passei por algo, é incrível.

                      
— É tão difícil controlar seu corpo quando isso acontece, mulher? — Lorena questionou, me fazendo pensar a respeito.

                      
Havia contado a ela sobre o nosso joguinho inocente de perguntas e respostas que acabou se transformando em algo pessoal demais.

— Sim.

— Que carência é essa?! — debochou, me fazendo revirar os olhos.

O sujo falando do mal lavado...

                 
— Falou a puritana que ao lado de Giulia fica toda levinha feito uma pluma.

                  
— Ah, não vale me botar no meio.

                 
Minha amiga tem uma quedinha por uma amiga do trabalho. Uma quedinha não, um tombo mesmo. Elas se pegam direto, só que Giulia não é do tipo que gosta de compromissos, e Lorena se contenta em ser usada... e usar.

                      
— Você entende bem o que estou dizendo. Então, não me julgue.

                  
— Como ela será na cama? — olhou para cima e me fez pensar por um breve momento sobre tal questionamento. — Do jeito que fala...

                      
— Não quero ficar pensando em algo que nunca vai ocorrer.

                   
— E por acaso tem uma bola de cristal para fazer essa afirmação? — cruzou os braços, me colocando em xeque.

— É praticamente impossível, são só uns beijinhos. Nada mais, nada menos.

— E daí?! ela pode ser rica, pobre, magra, gorda, baixa, alta... tanto faz, mulher! Todos têm necessidades e nós mulheres também principalmente ela que é uma mulher solitária.

                      
— Mas é errado! — rebati. — Ela é a minha chefe, Lore! Preciso me controlar e não botar tudo a perder!

                 
— Pelo que me disse foi ela quem te beijou. Todas as TRÊS VEZES! — falou de um jeito engraçado, arrancando gargalhadas minhas.

— Eu a provoquei em algumas vezes, confesso.

                     
— Você não assume mesmo que essa mulher pode fazer loucuras com você. Pior, não assume que isso está prestes a acontecer.

— Não coloque coisas em minha cabeça. Sou mãe solteira, não tenho tempo pra nada, transar nem sei mais o que é, e beijos são esporádicos, então, pode parar com isso.

— Imagine comigo: Marília te pegando no colo e te levando para cama, tirando sua roupa, fazendo carícias em seus pontos mais sensíveis depois indo com a boca...

— Opa! Pare com isso! Não coloque mais fantasias em minha cabeça do que já possuo com ela!

— Ah, eu sabia! Sua safada! — soltou risadas abafadas após tocar no meu ponto fraco.

Merda!

                    
Não era pra falar desse jeito, com essa euforia toda que fantasiava com a mulher. Como eu sou burra...

The Lost - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora