“Há luz em meio à escuridão...”
MaraisaOuvia os gritos de Marília e sabia que ela estava sendo torturada.
A culpa é minha!
Estávamos há alguns minutos na sala dentro do quarto dela, e pela outra porta que havia dentro dessa sala, notei que poderíamos sair daqui.
Provavelmente Marília permanecia aqui por um longo tempo, já que as fotos dos seus filhos preenchiam o local. Havia pensado que ela usava este local somente para trabalhar, mas pelo visto me enganei. Esse parece ser o seu cantinho reservado.
Outra coisa que não havia notado da primeira vez é o tamanho da sala, já que parecia ter mais de 200m².
Fui em direção à segunda porta, na esperança de sair da mansão, só que outra senha se faz necessária.
— Eu não sei essa senha, Maraisa. — Léo disse. Eu não tinha ideia do que faria.
— Vamos pensar!
Eu não tinha tempo para tal coisa. Precisamos sair daqui e acionar a polícia, mas não tenho nenhuma ideia de como faremos algo assim. A pior parte é que os gritos de Marília só aumentam, e meu medo é ela não aguentar.
— Vou tentar a mesma senha.
Digitei 1310, só que nada aconteceu. Tentei o contrário também, só que não obtive sucesso.
Procurei em cada canto possível da sala alguma informação, mas não consegui nada. Além de desesperada estava afoita, e não sabia o que fazer primeiro.
Fechei meus olhos e pensei rápido.
Como eu sairia de uma sala da qual eu não tenho senha? Isso é impossível...
De repente, um estalo em minha mente veio à tona.
Não, isso só acontece em filmes...
Mas eu não tinha uma ideia melhor, e a cada grito que ouvia da sala, mais preocupada ficava. Preciso tomar uma atitude, e colocaria minha ideia em prática agora.
{...}
Marília
Gritei de dor novamente. Sucessivamente.
— Qual a porra da senha?
Não falei nada, só fechei meus olhos.
— Pelo jeito você gosta de ser torturada.
Ricelly saiu do cômodo, mas poucos minutos depois voltou com um pequeno maçarico em mãos.
— O que vou fazer irá doer, Marília. Mais do que imagina.
— Não precisa fazer isso. — sibilei, eu já não encontrava forças nem mesmo para abrir a minha boca.
— Sabe, ouvi dizer que quando as pessoas são queimadas em pontos específicos do corpo, a dor é tão forte que elas simplesmente desistem. Nunca fiz um teste desses, mas não estou vendo escolha, então te pergunto: vai me dizer como entrar naquela sala ou prefere me falar do jeito difícil?
Eu não iria entregar Maraisa e as duas crianças. Ele poderia acabar comigo aqui e agora, mas sei que eles estarão são e salvos em minha sala, ainda mais ouvindo de seu capanga que eles conseguiram entrar.
Não me importo que ele faça o que quiser comigo, contanto que eles fiquem bem, estarei em paz.
— É... você quer o jeito difícil. Alguém vai sentir tanta dor que irá chorar como uma criancinha.
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The Lost - Malila
FanfictionCom qual olhar você encararia a vida se perdesse sua esposa e filha em um acidente de carro? Marília Mendonça é uma mulher marcada por uma das piores dores do mundo: a dor de enterrar um filho. Após a grande tragédia em sua família, ela se fechou pa...