The Lost - Malila

O que faço com você?

"Alguns corações se abrem quando menos esperamos..."

Maraisa

Ontem completei uma semana de trabalho.

Não tive problemas depois do episódio com o meu atraso. Isso se deve principalmente ao fato de não ter visto Marília com frequência, e quando nos cruzamos, nenhuma palavra saiu de sua boca.

Eu continuava dizendo bom dia quando a via, e a mulher seguia ignorando minhas palavras. Não tenho culpa de ter uma boa educação até mesmo com as pessoas que não merecem.

Havia acordado mais cedo que o normal. Minha mãe estava ao telefone, conversando com uma de suas patroas. Ao notar seu semblante, vi certa angústia estampada em sua face.

- O que houve, mãe?

- Aconteceram alguns imprevistos e não poderei levar Laura comigo hoje no trabalho.

Me alarmei. É algo fora de cogitação levá-la comigo, já que com mais uma advertência...

- Me desculpe, filha

- Darei um jeito. - sorri, tentando disfarçar a angústia que se alojou em meu peito.

Repassei mentalmente minhas opções, e olha que beleza: não havia nenhuma!

Lorena, minha amiga, está trabalhando e tirando minha amiga e a minha mãe, não havia ninguém com quem eu pudesse deixar Laura. Não sou muito de confiar nas pessoas.

Saco!

- Está tudo bem, Maraisa. - respirei.

Fui para o quarto da minha filha, e percebi ela em um sono bastante tranquilo.

- Queria ter essa paz - sibilei enquanto permanecia de pé, a observando por alguns segundos.

É incrível como nossos filhos crescem de uma forma assustadora. Quando percebi ela já havia se tornado uma criança de cinco anos de idade.

Como a escolinha dela está de férias, em alguns momentos temos que nos desdobrar, mas não reclamo, a questão é o hoje.

Acordei Laura, que ainda estava sonolenta.

- Tenho uma novidade: hoje você ficará comigo no trabalho, filha. - beijei sua testa.

- Onde você trabalha é legal? - disse, ainda meio que dormindo.

- Muito.

- Tá bom, mamãe.

Depois de terminar meus afazeres e ajudar Laura fui para a mansão de Marília.

{...}

Minha primeira providência ao chegar na mansão foi procurar Helen. Talvez ela pudesse me salvar, ou não...

- Você acha que posso esconder minha filha na casa? - falei mansamente.

- Esconder? - Helen riu.

- Ah, você entendeu... - relatei sem graça. - Não disse a você, mas já tomei uma advertência, e estou preocupada.

- Eu sei. Marília me disse.

Ótimo!

- Você irá me dedurar? - perguntei com calma.

- Fique tranquila, Maraisa. Não vou dizer nada, e acho que pode deixar sua filha em uma das salas. Marília dificilmente irá sair do quarto hoje, pelo que fiquei sabendo ela está focada em um novo projeto.

Fiquei mais aliviada com sua frase, e provavelmente manteria meu emprego por mais tempo.

Provavelmente...

{...}

O período da manhã foi sossegado. Não vi sinal de Marília em parte alguma, e precisava não vê-la neste dia. Soa errado já que estou em sua casa, só que é necessário, pelo menos por hoje.