9- Eu juro

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Alec descansava a cabeça dolorida no peito de Magnus, e em algum momento ele acabou fechando os olhos para apreciar melhor aquela sensação de paz.

Depois de todo o pesadelo que viveu naquela floresta, Alec sentiu que pulou direto pra um sonho no mesmo instante em que Magnus o segurou nos braços.

Pensou que seria colocado no chão assim que entraram naquele quarto, mas Magnus continuou o segurando por longos e longos minutos. Em silêncio.

Alec não resistiu e abriu os olhos para encará-lo diretamente, fascinado por poder admirar aquelas feições mais de perto, mas quando Magnus o encarou de volta, suas bochechinhas ficaram vermelhas e por isso escondeu o rosto na curva do pescoço dele.

Mesmo não o enxergando mais, sentiu Magnus sorrir.

- Eu preciso cuidar desses machucados, Alexander. Não quero que você sinta dor.

"Eu vou sentir dor se você me soltar" - Alec queria dizer, mas ficou quieto e deixou Magnus colocá-lo cuidadosamente sentado na ponta da cama.

Ele se afastou apenas para buscar alguma coisa no que provavelmente era um banheiro, e enquanto isso Alec ficou olhando o quarto.

As paredes eram azuis e as cortinas ao redor de uma enorme janela eram douradas, assim como a colcha daquela cama gigante em que estava sentado.

Havia várias estantes com vários objetos também, mas Alec não teve tempo de analisar direito porque Magnus já estava voltando com um pano e uma caixinha de primeiros socorros.

Ele se agachou na sua frente e segurou a perninha de Alec, analisando o corte no seu joelho com o sangue já seco.

- Pode arder um pouquinho. - Ele avisou antes de começar a limpar aquele machucado com todo o cuidado do mundo usando o pano com algum líquido da caixinha de primeiros socorros.

Talvez estivesse ardendo de fato, mas Alec estava ocupado demais observando o rosto de Magnus para se importar com qualquer outra coisa.

Sempre teve vergonha de ficar olhando pra ele, mas não agora.

Estava tão hipnotizado que de alguma forma encontrou a própria voz.

Magnus Bane era a voz que pensou ter perdido há muito tempo.

- Você apareceu mesmo. - O garotinho disse, e Magnus desviou o olhar do machucado que limpava agora em seu cotovelo para encará-lo de volta, sem conseguir evitar que seu coração de pedra batesse mais forte. - Você me achou e me salvou.

Ouvir Alec falando parecia um sonho bom demais pra ser verdade. Mas Magnus sabia que era real, e aproveitaria cada segundo.

- Eu sempre vou te achar se você precisar de mim, Alexander.

- Por quê?

Magnus ficou em silêncio por longos segundos enquanto passava o pano úmido para limpar o rostinho dele... até que respondeu.

- Porque eu quero. - Sua voz saiu num sussurro tão baixo que Alec provavelmente não teria escutado se não estivessem tão perto um do outro.

Seu coraçãozinho se remexia sem controle no peito conforme os dedos de Magnus escapavam sem querer do pano e tocavam sua pele.

Quando chegou na cicatriz de sua bochecha esquerda, Alec travou, mas Magnus apenas o acariciou com um sorrisinho e voltou a focar nos arranhões espalhados por seus braços e pernas.

Já não havia mais sangue e nem terra em Alec, mas Magnus queria ter certeza de que tinha limpado tudo, por isso ergueu um pouco a manga da camiseta do menino, e imediatamente sua expressão mudou.

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