25- Um pepino

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Durante todo o jantar, Alec tinha se esforçado muito para não se virar na direção de Magnus, mesmo que ele estivesse sentado do outro lado da mesa, bem na sua frente.

Tinha certeza de que seu olhar o entregaria no mesmo segundo, principalmente porque Magnus havia escolhido para usar naquela noite um terno que com certeza foi desenhado exclusivamente para realçar o que ele tinha de bonito, ou seja, tudo.

Para piorar a situação, no decorrer daquela noite alguns botões de sua camisa foram abertos casualmente, como se ele estivesse com calor, revelando parte daquele peito abençoado, mas não o suficiente para mostrar a recente cicatriz que havia ali.

Devia ser crime ser tão pecaminosamente lindo e ainda por cima ter essa liberdade para usar ternos justos como bem entendesse, porque se tinha uma coisa que fazia Alec pirar eram roupas sociais masculinas.

Sempre que via uma revista ou até mesmo algum filme onde homens usavam aquele tipo de roupa, Alec ficava imaginando Magnus as usando. E ficava lembrando das pouquíssimas vezes que o viu realmente usando algo assim para algum evento importante.

Magnus dizia que gostava muito de peças de teatro, até mesmo óperas, mas Alec podia contar nos de uma mão só as vezes que ele saiu para algo assim.

Queria ter perguntado para ele porque parou de ir se gostava tanto, mas em vez disso perguntou para Catarina.

"Acho que agora ele prefere coisas mais caseiras" - Foi o que ela respondeu, e na época Alec não tinha pensado muito nisso porque tinha apenas 12 anos. Ele não considerou que Magnus pudesse estar sacrificando seus hobbys para ficar em casa ou ir num simples cinema com uma criança, mas agora que se deu conta disso, Alec pensou que talvez eles pudessem ir juntos assistir alguma peça na Broadway, ou onde quer que Magnus desejasse ir.

O pensamento fez um sorriso involuntário surgir no seu rosto, e apenas parte do seu cérebro lhe avisava que Lydia estava lhe pedindo para tirarem selfies juntos.

Alec jamais negaria isso a ela, mas mesmo em fotos fofas fazendo careta ele não conseguia parar de sorrir.

Estava perdido nesses pensamentos de ir com Magnus fazer alguma coisa que ele gostava, mas quase reclamou de frustração no momento em que Lydia pediu licença para ir ao banheiro.

Mesmo que sua mente não estivesse colaborando na atenção de sua melhor amiga, ela ainda estava sendo uma distração para não olhar para o verdadeiro Magnus ali na sua frente, mas agora que ela parou de lhe paparicar, os olhos de Alec se redirecionaram automaticamente.

Magnus parecia muito tranquilo, provavelmente sorrindo por causa da piada que Will contou e que fez George cuspir o refrigerante que tinha acabado de tomar.

Alec soltou um suspiro por estar tão longe dele, mas de repente começou a sentir uma sensação estranha.

Um arrepio subiu por suas costas até chegar no pescoço, como se alguém estivesse puxando seu cabelo e inclinando sua cabeça para o lado, querendo ter acesso à pele ali exposta.

Alec pensou que fosse sua imaginação causada pelo efeito daquele sorriso, mas novos arrepios foram percorrendo seu corpo com mais intensidade, seguindo direto para sua virilha.

Um gemido quase inaudível acabou escapando sem querer, e foi só quando Magnus riu que Alec percebeu que não era sua imaginação coisa nenhuma e o sorriso não era pela piada.

Era aquele feiticeiro fazendo um feitiço.

"Que os jogos comecem" - Magnus havia dito logo que chegou, e ele falava sério.

Alec apertou os lábios quando suas costas começaram a queimar, como se alguém estivesse correndo as unhas em sua pele e seus mamilos endureceram como se estivessem sendo sugados.

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