17- É óbvio que foi um sonho

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Foi quase insuportável aguentar aquela sensação de vazio durante 8 meses.

Foi quase insuportável aguentar aquela sensação de desespero ao ver um vampiro sugando o sangue de Alec depois de drogá-lo com a pior droga que poderia existir.

E agora foi quase insuportável aguentar a dor por vê-lo chorando antes de sair daquele quarto.

Magnus queria se deitar ao lado dele naquela cama e abraçá-lo até que parasse de chorar, mas como poderia fazer isso sendo o motivo de tais lágrimas?

Como poderia consolar o coração que havia partido?

O seu próprio já nem batia mais. Não batia desde que abandonou a única pessoa que amou de verdade em toda sua longa existência.

Mas esse amor o assustou como nada jamais o havia assustado.

Esse amor o fez covarde, e o fez perceber que Alec merecia muito mais do que um feiticeiro em pedaços.

Ir embora de vez era o que devia fazer, mas não conseguia.

Não sem antes ter certeza de que sua poção funcionou e Alec se livrou de todo o veneno que ingeriu naquele clube.

Magnus não podia ir, mas também não podia ficar, então saiu silenciosamente do apartamento e caminhou pelas ruas escuras de Lawrence.

Caminhou sem saber pra onde ou quanto tempo havia se passado, mas quando percebeu já estava voltando pro loft.

A lua tinha desaparecido em algum momento e dado lugar ao sol.

Era domingo e a claridade machucava seus olhos cansados, mas ele não se importou e bateu na porta desejando que Catarina não estivesse de plantão no hospital.

Ela com certeza o espancaria na primeira oportunidade, mas ele ainda esperava que pudessem conversar, já que Alec dificilmente o escutaria.

- Alec! Pode atender, por favor? - A amiga gritou lá de dentro, provavelmente da cozinha, e então Magnus parou de respirar quando Alec respondeu.

- Eu to no telefone. O Jace vai atender.

- Eu não me lembro de ter concordado com isso. - O loiro murmurou, e um segundo mais tarde a porta foi aberta.

Magnus achou que estaria preparado para as reações deles, mas estava muito errado.

8 meses não era pouca coisa, afinal.

Os olhos de Jace quase saltaram das órbitas quando o viu ali no corredor.

Catarina, que tinha surgido na sala com um avental protegendo seu pijama também parecia em completo choque.

Talvez fosse mais cedo do que pensava, mas Magnus não prestou muita atenção em nenhum deles porque tudo o que conseguia ver era Alec.

Também não tinha conseguido prestar atenção em muita coisa na noite anterior, mas tudo o que conseguia ver agora era o quanto Alec estava mais alto e mais musculoso.

*Maldita academia* - Magnus pensou frustrado. - *E por Deus! Quando foi que ele começou a ter barba?*

- É óbvio que foi um sonho, Lydia. - Foi a última coisa que Alec disse antes de derrubar o celular ao seu lado no sofá.

Na noite anterior, apesar da escuridão e da bebedeira, ele estava insanamente lindo numa jaqueta de couro, camisa estampada e calça jeans.

Mas agora ele estava com uma carinha de sono e o cabelo despenteado, usando uma simples camiseta preta e uma calça de moletom do pijama.

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