30- Assim

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Aquela primeira manhã de Janeiro não estava das melhores, mas nada estragaria o dia de Alec Lightwood.

Ele quase desejava que as nuvens se aglomerando no céu derramassem logo sua chuva para poder recriar aquelas cenas românticas dos filmes, onde o casal se beijava embaixo daquelas gotículas geladas, mas se contentou em beijar Magnus Bane assim mesmo, em frente ao porta malas do carro que usariam para pegar a estrada.

No meio de dezembro tinha entrado em férias escolares, e Alec fez questão de expor cada uma de suas provas na frente de Magnus, contabilizando um total de 55 beijos como recompensa pelas boas notas.

Ele também conseguiu fazer um acordo com seu chefe para ter férias por dois meses, e depois de passar as festas de final de ano com Catarina e Jace, ele agora estava mais do que pronto para partir numa aventura a sós com seu namorado.

Era tão bom pensar isso, dizer isso, e o moreno fazia questão de repetir a cada oportunidade.

- Você está pronto, namorado? - Perguntou contra os lábios de Magnus, que logo se abriram num sorriso de abalar qualquer estrutura.

- Estarei sempre pronto pra você, namorado.

Os dois estavam prestes a se beijar de novo quando Jace surgiu na calçada, fazendo gestos e comentários de que ia vomitar.

- E a Clary dizendo que eu era meloso. Mas se ela visse vocês assim... Ave Maria! Por que vocês não se casam logo? Já tenho planejado todo o discurso embaraçoso que farei como padrinho.

Magnus passou o braço ao redor dos ombros de Alec, mesmo tendo um pouco de dificuldade agora por ser alguns centímetros mais baixo, e franziu o cenho para o loiro.

- Você vai ser um padrinho careca se continuar aparecendo assim do nada e nos interrompendo.

- Mas aparecer do nada e interromper os assanhamentos de vocês é o que eu faço melhor, cunhadinho. O importante é eu ser o padrinho desse casório.

- Você está adiantado demais, Jace. - Alec se pronunciou, corado e com o coração acelerado ao se imaginar casando com o homem dos seus sonhos. - Nós só estamos juntos há 3 meses.

- Vocês estão fazendo besteirinhas há 3 meses. - O loiro corrigiu. - Mas estão juntos há 10 anos. Se não rolar casamento depois de tudo o que vocês passaram...

- É claro que Alexander e eu nos casaremos. - Magnus interrompeu. - Mas quando for o momento certo. Vocês ainda tem um ano inteiro pra focar na escola, e depois mais quatro quando forem pra faculdade. Passaremos por muitas coisas antes de nos estabelecermos nesse relacionamento, e algumas dessas coisas você já está atrapalhando.

Magnus sempre soava irritadiço quando se dirigia à Jace, mas Alec, e até mesmo o próprio Jace sentiam um certo carinho camuflado em sua postura.

Era muito: "Eu gosto de você, mas quase sempre quero te sufocar com um travesseiro"

O loiro deu um de seus sorrisos brilhantes e inabaláveis, mas antes que pudesse fazer qualquer novo comentário, Catarina surgiu carregando uma mochila.

- Eu fiz uns lanchinhos extras pra vocês comerem na estrada. Não sei quando vocês pretendem parar, então achei melhor prevenir.

Magnus agradeceu e foi guardar a mochila no banco de trás enquanto Alec abraçava a mulher que lhe devolveu o que ele havia perdido naquele acidente, tanto tempo atrás.

A esperança e felicidade.

- Obrigado, mãe. Por tudo.

Cat jurou que não iria chorar, afinal, Alec e Magnus só passariam alguns meses fora, mas com aquelas simples e sinceras palavras seus olhos umedeceram quase que imediatamente.

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