26- Nem mesmo a morte

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Por um breve segundo Alec chegou a pensar que teria um ataque do coração ao ver Catarina se aproximando da sacada, olhando diretamente para onde Magnus o abraçava.

Ele não tinha certeza se ela entendeu que os dois tinham acabado de oficializar o namoro, provavelmente sim, porque Jace tinha quase gritado ali na sala que filmou o pedido, mas foi só quando ela disse "Finalmente, gente" com um sorriso que o moreno voltou a respirar.

Magnus também parecia nervoso com a reação de sua melhor amiga, e Alec imediatamente foi invadido por uma lembrança.


- Acorda você!

- Não! Acorda você, Alec.

- Mas por que eu, Jace?

- Porque eu tenho só 10 anos e não quero que ele me transforme numa fuinha loira e me obrigue a correr numa rodinha até minhas pernas caírem.

- Eu também tenho só 10 anos. E fala sério... Você sempre inventa essas coisas, mas o Magnus nunca faria nada disso.

- Ele não faria com você, mano. Mas com certeza faria comigo, então é por isso que você vai acorda-lo.

- Mas ele parece cansado. - O moreno protestou de novo e apontou para a mesinha no meio da sala, repleta de frascos coloridos e papeis com anotações. - Ele trabalhou até tarde e tem que dormir. Nós podemos nos virar sozinhos. É só acharmos um livro de receitas.

- Até nós acharmos esse livro, acharmos a receita e acharmos todos os ingredientes naquela cozinha gigante a Catarina já vai ser avó. Nós não podemos perder tempo, mano.

Jace encerrou aquela discussão quando deu um leve empurrãozinho em suas costas, e Alec se obrigou a avançar.

Com passinhos receosos ele se aproximou da poltrona em que Magnus estava dormindo na sala e esticou a mão para acordá-lo, mas parou antes mesmo de tocá-lo e ficou olhando.

Magnus Bane parecia uma obra de arte até quando descansava, sem maquiagem ou qualquer acessório, e Alec não percebeu o quanto estava hipnotizado por ele até Jace jogar uma almofada em seu braço.

- Tira uma foto e admira depois. Mas você tem que acordá-lo logo! Daqui a pouco a Cat vai levantar.

Alec sentiu mesmo uma necessidade de tirar uma foto de Magnus assim, adormecido como um anjo, mas não tinha uma câmera, então respirou fundo e apoiou a mão no ombro dele, dando uma suave chacoalhada.

O feiticeiro permaneceu adormecido na primeira vez, na segunda, e por isso o garotinho resolveu chamá-lo.

- Magnus? Acorda, por favor. Nós precisamos da sua ajuda com uma coisa.

Alec não soube direito como aconteceu, mas num segundo estava de pé ao lado da poltrona, e no segundo seguinte estava deitado entre os braços de Magnus, com o rosto completamente vermelho apoiado no peito dele.

Aquele cheirinho de sândalo invadiu suas narinas imediatamente e o deixou zonzo, no melhor sentido imaginável, e o som lento do coração dele parecia a melodia mais preciosa.

- Alexander. - Magnus sussurrou apenas seu nome, ainda adormecido e tão baixinho que Alec provavelmente não teria escutado se não estivesse tão perto dele.

A sensação era tão boa que Alec poderia dormir ali rapidinho, mas se remexeu quando viu Jace bater na própria testa enquanto murmurava que "agora já era".

- Magnus. - Alec voltou a chama-lo relutante. - Acorda! Nós precisamos mesmo da sua ajuda.

Lentamente o feiticeiro começou a abrir os olhos e Alec corou mais ainda, mas quis chorar quando ele o soltou e se levantou da poltrona, tentando entender se aquilo era um sonho ou não.

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