Capítulo 3 - Salvação

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Eu tiro sua mão de meu pulso e pulo novamente o muro para sair de lá.

O meu guarda-chuva já não está mais lá, obviamente ou a chuva levou, ou alguém roubou. Só espero que se tiverem roubado estejam precisando mais do que eu.

Corro a todo vapor para casa e chego lá em tempo recorde de 10 minutos.

Mal consigo respirar quando chego. Meus pulmões estão ardendo de falta de ar e frio.

Bato na porta do quarto do meu pai, torcendo para que seja ele e não a minha madrasta que atenda.

- Querida? O que faz acordada? Meu Deus! Você está encharcada e fedendo! Onde você estava Samyra Ange Alkan?! - Diz ele começando a ficar furioso e me chamando pelo nome completo.

- Pai, por favor, preciso de ajuda. Um amigo meu está morrendo, ele está morrendo e precisamos ajudá-lo!! - Digo ainda sem fôlego da corrida.

- Mas que amigo é esse? Olha, espere um pouco, vou colocar uma roupa e vamos ver isso. - Diz amenizando sua raiva.

Eu sabia que meu pai me ajudaria, ele é tão compassivo quanto minha mãe era.

Ele sai vestido e então pegamos o carro na garagem e vamos até onde Lorenzo está.

No caminho, explico ao meu pai toda a história.

- Samy, você não deveria de forma alguma ter saído no meio da noite, ainda mais para esse local perigoso! Vai ficar de castigo por isso. - Diz severo.

- Eu sei, pai... Me desculpe, mas tive medo de ele morrer. - Digo chorosa.

Meu pai acena com a cabeça.

- Certo, eu sei... Sua mãe teria feito o mesmo.

Sorrimos ao lembrar da minha mãe. Mas rapidamente voltamos à situação atual.

Meu pai e eu entramos onde o Lorenzo está e meu pai fica tão horrorizado quanto eu quando percebe a situação em que ele se encontrava.

Levamos Lorenzo para o hospital porém nos deparamos com um grande problema...

Ele não tem identidade, ou se tem, não fazemos ideia de onde esteja.

Droga!

- Sem documento não temos como atendê-lo, senhor. - A recepcionista avisa ao meu pai.

- Mas ele pode estar morrendo! Por favor! - Eu peço.

- Sinto muito... - Ela diz com pesar.

- Pai, o que vamos fazer? - Digo muito triste.

- Vem, querida, vamos levar ele pra casa e medicados os sintomas dele até ele acordar e nos dizer se tem identidade.

Eu concordo com a cabeça ficando um pouco mais aliviada do meu pai propor levar ele para nossa casa.

Ao chegarmos eu vou logo providenciando cobertores e faço um chocolate quente para ele beber.

Meu pai troca as roupas encaradas dele por roupas limpas e quentes que ele tem e eu fico comovida por meu pai estar sendo tão bondoso.

Talvez seja por que ele sempre quis ter um filho e ver esse adolescente largado dessa forma mexa com ele.

Depois que o meu pai o veste, e o medica com alguns antitérmicos e remédios para dor, eu pego meu, agora único, cobertor, dobro em duas camadas e coloco por cima dele.

- Pai, não sei a quanto tempo ele não come... Gostaria de tentar fazer ele beber esse chocolate quente.

- Faça isso, vou tomar um banho para me limpar e depois volto para dormir com ele aqui na sala e você pode ir pro seu quarto dormir.

Meu Namorado é um AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora