Capítulo 22 - Derrota

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Após chorar por horas nos braços de Lorenzo, acabei dormindo.

Estava exausta de chorar e depois de alguns minutos, Lorenzo percebeu que eu não ia parar tão cedo e me levou pra cama. Me colocou deitada em seu peito e me abraçou colocando uma das mãos em minhas costas e outra em meu cabelo, acariciando meu couro cabeludo.

Ele depois começou a cantar para tentar me acalmar.

Gente... Como pode ser tão doce esse monstro cruel?

Não é possível que essas mãos carinhosas que me proporcionam tanto carinho e cuidam de mim tão bem, façam tantas crueldades com as pessoas...

Eu queria muito conseguir odiá-lo, afinal, matar pessoas é motivo mais que suficiente para odiar alguém. Mas porque meu cérebro fica justificando cada argumento racional que tenho com desculpas amenas?

Eu não consigo acreditar que ele seja mal, mas ele é... Eu não consigo acreditar que ele faça crueldades, mas ele faz...

Quando acordo, Lorenzo não está comigo na cama.

Eu me levanto rapidamente e tento abrir a porta mas está trancada.

Por que ele está trancando a porta!? Vai me manter aqui?

Sento na cama e espero ele dar as caras.

Não demora pra ele aparecer com uma bandeja de café da manhã.

Ele coloca a bandeja na minha frente na cama e vem me dar um beijo.

- Bom dia, meu amor. - Diz parecendo o Lorenzo de antes.

Porém eu viro o rosto.

A chateação fica evidente no seu rosto e vejo um breve lampejo de raiva em seus olhos, que some tão depressa quanto apareceu.

Ele frase as sobrancelhas.

Eu o encaro seria.

- Lorenzo, por quanto tempo pretende me manter aqui trancada? - Pergunto.

Ele suspira passando as mãos nos cabelos.

- Até nos entendermos. - Diz.

Eu engulo em seco, porque a próxima pergunta é perigosa, mas preciso fazê-la.

- E se não nos entendermos? - Pergunto com um fio de voz.

Lorenzo me encara profundamente, seus olhos castanhos virando pedras.

- Nós nos amamos, não vejo como não nos entenderiamos. - Diz Lorenzo secamente.

- Lorenzo... - Faço uma pausa porque preciso dizer o que vou dizer com muito cuidado. - Eu quero terminar com você.

Na verdade, eu não quero... Nunca quis deixar Lorenzo. Mas se eu estiver com ele sempre serei um ponto fraco, algo que a família dele pode usar para manipular ele e obrigá-lo a fazer coisas horríveis e eu não posso ser egoísta à esse ponto.

- O que? - Seus olhos estão arregalados em surpresa. Nunca vi essa expressão nele tão genuína, como se ele realmente jamais esperasse que eu dissesse isso.

Logo depois aparece o desespero em seu olhar.

- Samyra... Jamais brinque com isso!

- Não estou brincando... - Digo o encarando.

Ele me olha como se eu estivesse louca.

- Por favor, Lorenzo... Me leve para casa. - Peço.

- Ficou louca?! Você não pode terminar nosso noivado! Vamos nos casar em dois dias, está tudo preparado, nossa casa está comprada e mobilada, nossa lua de mel paga, nossos convidados já confirmaram a presença e todos os fornecedores também. O que você está dizendo?! Está se ouvindo, Samyra?

Meu Namorado é um AssassinoOnde histórias criam vida. Descubra agora