Dark Prelude - WinRina

12

Winter's pov:

As sete da noite seguinte, o estacionamento do Moonlight Seul está lotado. Depois de passar quase uma hora implorando, Ningning me convenceu de que seria ótimo aproveitar a noite com pimentas recheadas e daiquiris de morango — sem álcool. Pelo menos, foi o que ela disse. Mas tenho outras motivações. Estaciono meu carro numa vaga apertada e desligo o motor.

— Sei no que você está pensando — diz Ningning, apertando os lábios. — E a resposta é não. De jeito nenhum.

— Você não sabe no que estou pensando.

Ela belisca meu braço.

— Ah, sei, sim.

— Eu não ia fugir — digo.

— Mentirosa.

Como descobrimos durante nossa última visita, Jimin só chega bem tarde ao Moonlight, e Ningning me convenceu de que seria a ocasião perfeita para fazer perguntas aos colegas dela. Imagino-me caminhando até o bar, lançando para o barman um olhar recatado, e depois de jogar conversa fora desviar o assunto para Jimin.

Eu preciso do endereço residencial. Preciso saber se ela já foi presa. Preciso saber se tem alguma ligação com o cara encapuzado, por mais tênue que seja. E preciso descobrir qual é a relação disso tudo com a minha vida.

— Então — diz Ningning enquanto caminhamos pela calçada até a porta principal. — Eu meio que convidei algumas pessoas. Quanto mais, melhor, certo?

— Quem você convidou? — Pergunto, sentindo meu estômago se apertar com maus pressentimentos.

— Aeri e Jong Seong.

Antes que eu tenha tempo de contar para Ningning quanto eu acho a ideia ruim, ela me diz:

— Hora da verdade: andei saindo com Aeri. Em segredo.

— O quê?

— Você precisa ver a casa dela. Deixa para trás até Bruce Wayne. Os pais dela devem ser chefões do tráfico ou então pertencem a uma família tradicional de milionários. Como ainda não os conheci, não sei.

Eu estou sem palavras. Minha boca abre e fecha, mas nada sai.

— Quando isso aconteceu? — Finalmente consigo perguntar.

— Logo depois daquela fatídica manhã no café.

— Fatídica? Ningning, você nem imagina...

— Espero que eles tenham chegado primeiro e reservado uma mesa — diz Yzhuo esticando o pescoço ao observar a multidão aglomerada perto da porta. — Não quero esperar.

Agarro o cotovelo de Ningning e a puxo para o canto.

— Tem uma coisa que eu preciso lhe contar...

— Sei, sei — ela diz. — Você acha que há uma chance mínima de Jong Seong estar te seguindo. Bem, você pensou o mesmo de Jimin. E depois das investigações de hoje, vamos descobrir alguma coisa. Acredite em mim, quero saber tanto quanto você se essas suspeitas tem fundamento. Virou um assunto pessoal.

— Fico feliz por você ter chegado a essa conclusão — digo laconicamente. — Mas tem uma coisa. Encontrei uma matéria no jornal...

A porta do Moonlight se abre. Uma lufada de ar quente nos envolve e o som da música eletrônica vem ao nosso encontro.

— Bem-vindas ao Moonlight Seul — cumprimenta a recepcionista.

Aeri está postada atrás dela, dentro do saguão à meia-luz. Nós nos vemos ao mesmo tempo. A boca dela abre um sorriso.